quinta-feira, 3 de setembro de 2009

SEMTRAS COÍBE EXPLORAÇÃO DE POBREZA

Cilícia Ferreira
Da Redação

A advogada Ana Elvira Alho Teixeira, secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (SEMTRAS), criticou pessoas adultas que se utilizam de crianças doentes para obtenção de dinheiro e favores materiais. Na semana passada, reportagem de O Estado do Tapajós intitulada 'Exploração da pobreza rende um bom dinheiro', revelou que a avó de uma menino com deficiência mantinha o neto doente no interior de um carro som, estacionado em frente a uma agência bancária da cidade, enquanto o auto-falante do veículo propagava um pedido de ajuda financeira para seu tratamento.
Ana Elvira falou que apuraria a denúncia e mandaria uma equipe multidisciplinar composta de pedagogo, psicólogo e assistente social para fazer uma avaliação psicossocial, o Conselho Tutelar também participaria da ação.
Na última sexta (28), a equipe da SEMTRAS composta por Ana Cláudia dos Reis (assistente social) e Isolda Fernandes (assessora jurídica) e Éder Rodrigo Marinho, Conselheiro Tutelar foram até a frente do banco e confirmaram a denúncia da reportagem.
Foram verificadas as condições da criança no local e, em seguida, encaminhadas ao Conselho foram dona Francisca (avó), a criança e o motorista do carro. Na sede do conselho reuniram-se a equipe da SEMTRAS e o conselheiro juntamente com a senhora. Na reunião foi verificado que a criança recebe o Benefício de Prestação Continuada (BPC) do Governo Federal de 1(um) salário mínimo.
Ana Elvira disse que pessoalmente enxerga isso como uma exploração do menor colocando em uma situação de risco iminente. "Eu vejo que ela peca duas vezes, além de ser menor ainda é uma criança portadora de deficiência que não tem condições de expor sua vontade. E se o governo federal já está pagando benefício de um salário, a avó tem a obrigação de oferecer dignidade à criança", comenta.
De acordo com o conselheiro Éder, dona Francisca disse que faturava acima de R$100 por dia e ia três vezes por semana para frente do banco e que não pagava nada pelo serviço do carro-som, segundo ela o dono do veículo fazia um 'ato de caridade'. Todos os procedimentos de advertência foram tomados, ela não pode mais expor a criança àquela situação, em caso de reincidência ela pode até perder a guarda do menino.
A família vai receber acompanhamento do Conselho e a criança foi encaminhada para a Associação de Pais e Amigos do Excepcional (APAE). O motorista também foi advertido para que ele não mais transportasse criança com essa finalidade.

Um comentário:

Anônimo disse...

Essa foi difícil de fazer...