quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Cheia e vazante põem em xeque persistência dos ribeirinhos



Cilícia Ferreira
Repórter


O aquecimento global parece ser um assunto distante e presente somente nas manchetes internacionais. Porém, os efeitos devastadores podem ser notados e vivenciados pelos ribeirinhos da Amazônia. É impensável, por exemplo, imaginar que no meio da maior bacia hidrográfica do mundo a falta de água potável seja um problema, por causa de cheias e secas inversamente proporcionais em sua dimensão.

Mas, infelizmente, as comunidades ribeirinhas convivem com a escassez de água potável. E não somente isso, imaginar também que as pessoas usam os leitos dos igarapés secos como ruas andando quilômetros de suas comunidades até a beira do rio. Problemas como esses impactam consideravelmente o estilo de vida dos comunitários da várzea durante o verão amazônico - período de descida dos rios.

O Estado do Tapajós esteve no Igarapé do Costa, comunidade alvo da aceleração da seca, para observar as dificuldades enfrentadas pelos moradores daquela região. E registrou os efeitos da última enchente, quando dezenas de casas fixaram destruídas pela enchente e temporais.
A comunidade fica localizada em meio a uma restinga cercada de lagos e igarapés, na região do Pacoval e Aramanaí, na região do rio Amazonas. O nome do igarapé que banha a comunidade é o mesmo que a denomina.

A viagem até a comunidade leva aproximadamente uma hora de lancha pelo Rio Amazonas, levando em consideração o período do ano, pois é necessário fazer a volta pela ponta do Urubuquaquá, passando pelas áreas do Lago do Aramanaí até chegar à Costa do Lago, onde as embarcações atracam. Na época da enchente o trajeto até Santarém é mais rápido, através dos furos da ilha onde se localizam Fátima do Urucurituba e Arapemã.

Da beira do rio até a última casa da comunidade são 12 quilômetros de distância. Sendo que, até o início do igarapé são cerca de um quilômetro de terra seca. O transporte dos moradores e de mercadorias é feito por um caminhão mantido pela Prefeitura de Santarém desde 1997. Quando ocorre o atolamento do veículo os moradores fazem o trajeto a pé. O solo é barrento, úmido próximo aos lagos, ficando em alguns pontos rachados por conta da seca, formando uma espécie de mosaicos no chão.

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Um comentário:

Romolo Sao Payo Primo disse...

Miguel, a qualidade jornalistica de Estado do Tapajos,esta se superando a cada edicao.
Um forte abraco a todos da equipe.
RS