quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O turismo e os megaeventos esportivos

Adenauer Góes

Faltam menos de cinco anos para o país receber a Copa do Mundo e menos de sete para as Olimpíadas de 2016, as discussões a respeito da infra-estrutura das cidades sedes começam a tomar forma. O trânsito, o estado dos aeroportos e a rede hoteleira, são os principais pontos a ser levados em consideração.Estes investimentos precisam levar em conta fundamentalmente a população residente local.

A 8ª Bienal Internacional de Arquitetura realizada no Parque Ibirapuera em São Paulo recentemente iniciada em 31 de outubro e que se prolongará até 6 de dezembro, terá como tema principal a qualificação urbana de áreas degradadas em centros urbanos a partir da realização de megaeventos. Reunirá arquitetos de todo o Brasil e do exterior debatendo os projetos das 12 cidades sedes.Um problema comum a todas estas áreas urbanas por exemplo, é a questão da mobilidade e como desenvolver soluções que propiciem alternativas rápidas e de qualidade entre os pontos urbanos importantes e de grande fluxo.

A importância do profissional de arquitetura na busca pela otimização dos espaços em sintonia fina com a sustentabilidade e o meio ambiente será destaque nos equipamentos que serão construídos em função dos megaeventos esportivos e que posteriormente serão integrados a rotina da cidade conferindo-lhe qualidade ao espaço urbano e á vida das pessoas que nela residem permanentemente.

Os cases internacionais serão apresentados, em particular os da Alemanha e de Pequim cujos representantes dividirão as experiências de anfitriões nas últimas Copa do Mundo de Futebol e Olimpíadas, respectivamente. Porém o case mais famoso e mais debatido como exemplo mais diferenciado, é o da cidade de Barcelona que soube de maneira muito especial aproveitar os recursos dos Jogos Olímpicos de 1992 e transformar a cidade de tal forma que passou a servir de modelo de mudança infraestrutural e de produção imobiliária,que com rara competência juntou em perfeita sintonia os interesses do esporte com os da população local na qualidade que os espaços públicos devem ter.

O turismo comprova mais uma vez sua sintonia com o esporte e terá rara oportunidade para dar um passo gigantesco á frente, quer pela maciça divulgação global, quer pela construção de infra-estrutura especifica pública e privada, podendo melhorar em muito seus serviços, é importante frisar que todas as atividades produtivas serão beneficiadas.


O brasileiro não está acostumado a planejar seus espaços de convivência urbana com visão de curto, médio e longo prazo, nosso perfil ainda é muito mais o de fazer as coisas a toque de caixa como se diz no popular, mas é inquestionável que precisamos destes megaeventos para romper com alguns paradigmas. Somos sim capazes e vamos demonstrar isto na prática, temos competência e capacidade de superar desafios, além daquele já famoso jeitinho brasileiro, logicamente que passaremos alguns sufocos, mas no final Deus mostrará mais uma vez sua simpatia por este povo e Jesus Cristo abençoará a todos do alto do Corcovado.

adenauergoes@gmail.com

Um comentário:

Anônimo disse...

Sr Editor

Enquanto os megalomaniacos que querem trazer as Olimpiadas para o País pensam em estruturas, orçamentos, o motivo principal das Olimpiadas no País está à mingua:
- uma equipe inteira do atletismo dizimada por causa do doping - alguém se interessou em saber quando/quem/porque começou e até aonde está contaminado ? Não
- uma atleta de ponta da ginástica afastada por doping. alguém está buscando resposta de onde advém tudo isso? Não
- uma atleta de ponta tambem da ginástica se recupera de tratamento médico pago pelo pai
- outro atleta medalhista olimpico de natação mora, vive, estuda, compete por uma Universidade americana há anos custeado pelos pais porque aqui nunca lhe deram apoio.
- e agora por último a única atleta brasileira campeã olímpica em esporte individual está desempregada. Maurren Maggi está contundida e desempregada.
E o País pensa em Olímpiadas dando esse tratamento e essa preocupação para atletas de ponta, imaginem para o resto menos famoso e de esportes que não dão mídia?
Depois o sr Presidente chora. Quem deveria chorar é o povo de ser feito de palhaço e os atletas que são obrigados a pagar do bolso para serem atletas Olimpicos no País da Olimpiada. Aja hipocrisia.

Antenor Pereira Giovannini