O Navio Balizador Tenente Castelo esteve na região realizando serviços de balizamento fixo e flutuante (sinalização fixas e flutuantes), em trechos do Rio Amazonas e Tapajós e batimetria (medição da profundidade dos oceanos, mares e rios).
A sinalização é compostas de farolete e bóias luminosas e 'cegas' (sem iluminação). Os faroletes que restabelecidos foram o do Patacho, no Rio Amazonas; o Surucuá e o São Tomé, ambos no Rio Tapajós, na comunidade de Boim. Capitão Eduardo diz que os faroletes na Amazônia, em sua maioria, são danificados pela própria ação humana. "Talvez por falta de conhecimento da necessidade do farolete para a navegação", comentou o capitão. A deterioração por fator climático também acontece.
Os faroletes funcionam a base de energia solar e são colocados nos rios ou em terra firme, às margens. A 'ação humana' que o delegado da Marinha se refere é a subtração das placas solares, das baterias que as alimentam e até da estrutura de ferro dos faroletes.
Os serviços do Navio Balizador Tenente Castelo iniciaram no dia 16 de outubro com o retorno à Belém previsto para dia 14 de dezembro. Além dos serviços de balizamento, também foram realizados os serviços de atualização dos dados batimétricos na região. A obtenção de dados batimétricos, em Santarém, foram realizados da foz do rio Tapajós até o porto da CDP (Companhia Docas do Pará).
Com um comprimento de 37 metros e 51 centímetros, boca de calado de 2,90m e podendo se deslocar com 420 toneladas, o navio tem como função principal fazer a manutenção do balizamento da área sob responsabilidade do Serviço de Sinalização Náutica do Norte (SSN-4), que compreende toda a Amazônia Legal Brasileira. E para a cobertura de toda essa área, opera apenas o NB Tenente Castelo.
O Comandante do navio, capitão-tenente Eduardo Rodrigues de Paula informou que a embarcação realiza as atividades de manutenção principalmente nos trechos onde o fluxo da navegação é mais intenso, principalmente, o fluxo de grandes embarcações comerciais - os mercantes. Segundo o Comandante, o Pará possui o maior número de trechos fluviais balizados.
Já o Amazonas é o estado que possui menos áreas de balizamento, O comandante explica que isso se deve pelo fato de o estado paraense possuir mais áreas comerciais navegáveis, ao contrário do Amazonas que possui um imenso "ponto cego", que perpassa por toda a área de fronteira com outros países. Onde não há balizamento da Marinha, ou não se tem de fato o balizamento pelos motivos relatados pelo comandante, ou porque o balizamento é terceirizado.
O tenente Eduardo esclarece que esses "pontos cegos" são pontos que estão desatualizados há muito tempo, há área que o balizamento e o levantamento batimétrico foram realizados nos anos 70, outros nos anos 80 e assim por diante. Mas por se tratar de áreas onde o fluxo de embarcações é menor, ou são de embarcações de pequeno porte, que fazem linha de uma comunidade ribeirinha para a outra.
O capitão Eduardo falou da importância da atualização da Carta Náutica para os navegantes, uma vez que a carta tem um papel imprescindível no auxílio da navegação. As cartas náuticas são os mapas, nela são delimitados os pontos onde é possível navegar com segurança, cada ponto tem sua profundidade discriminada na carta. Daí a necessidade, explica o capitão, de se ter uma precisão nos dados levantados.
Essas cartas Náuticas são impressas pela Marinha, e a cada atualização são acrescidas apenas as informações levantadas. A carta é reaproveitada, é produzido apenas o trecho da atualização e colado no mesmo lugar, só que com os novos dados. Ao trecho impresso para essa atualização, os marinheiros chamam de 'bacalhau'.
O navio Tenente Castelo saiu de Santarém na quarta-feira(02) e seguiu para as cidades de Monte Alegre e Prainha para o término dos trabalhos. A previsão de chegada a Belém, onde fica a base da Marinha, é para o dia 14 de dezembro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário