Com a chegada do inverno aumenta a preocupação da população em relação à dengue. O que pouca gente percebe é que foi a partir do ano 2000 que começou a se ouvir falar de dengue e do mosquito aedes aegypti. Desde então, Santarém já viveu momentos críticos de surtos da doença. Em dez anos do primeiro caso confirmado, Santarém já registrou 9.031 casos confirmados, com 18 mortes. A maioria dos infectados são mulheres que somam 4.763 e estão na faixa etária de 20 a 39 anos, 3.611.
No mês de janeiro desse ano já foram registrados dois casos confirmados e vinte e três notificados, casos suspeitos.
Segundo Jorge Eymar de Matos, coordenador da DIVISA - Divisão de Vigilância Sanitária - não é por acaso que se tem essa impressão. O primeiro caso confirmado na cidade foi em 2000, finalizando o ano com 45 casos confirmados. Já o primeiro surto foi em 2001, com 5.371 casos confirmados. O fator atribuído pelo coordenador ao aumento do índice de infectados é a falta de cuidado do poder público no combate à doença logo nos primeiros casos. "Faltou interesse do gestor em cuidar dessa área", afirma.
O último surto foi registrado em 2008, com 1.129 infectados. O coordenador da DIVISA informa que o aumento desse índice, desde que se começou o trabalho de combate ao mosquito, deu-se devido à saída de trinta agentes da epidemiologia no mesmo ano.
Segundo ele, isso deixou algumas áreas 'descobertas' fazendo com que o mosquito se proliferasse. A saída dos agentes se deu voluntariamente por eles, segundo o coordenador. Jorge diz que, em 2001, a cidade possuía 23 agentes para o combate da dengue.
Atualmente o quadro de endemias conta com 104 agentes, sendo 82 no trabalho de campo (rua), 5 na equipe de burrifação, 9 supervisores, 2 no sistema de informação da divisão, 2 na entologia e 4 estão cedidos para o trabalho de combate ao calazar. Esses números correspondem a 10 equipes distribuídas na cidade, em Alter do Chão, Boa Esperança e Mojuí dos Campos. De acordo com o equivalente populacional seriam necessários 150 agentes só no combate à dengue.
Um comentário:
Sr Editor
Trata-se de um número absurdamente preocupante. Entendo ser pertinente salientar que parte da culpa cabe à propria população que por ser desleixada, descompromissada e mal educada não se importando em jogar lixos em qualquer lugar, não mantendo seus quintais limpos, deixando garrafas, pneus, vasilhames enfim materiais que permitam a proliferação do mosquito. Não podem alegar falta de informação uma vez que as TVs e r´´adios constantemente mostram a necessidade dessa preocupação. Assistir BBB bem quem assistem e votam mas , se preocuparem com esse alerta poucos dão importancia jogando a responsabilidade unicamente ao poder público. Porém, cabe uma critica também ao poder público, pela bendita falta de um Código de Postura (sempre a falta dele) para que a Prefeitura combata com veemência e rigor contra proprietários de terrenos baldios sem qualquer conservação. A especulação imobiliária é livre e permitida à qualquer um que possua algum imóvel, porem deveria haver critérios como obrigatoriedade de calçamento/muramento/ e principalmente limpeza do terrenos por conta e risco de seus proprietários. Aqui se observa terrenos baldios, sujos proliferando lixos e ratazanas com direito a CNPJ e CGC em pleno centro da cidade e certamente um indutor para que esses números aumentem.
Sem esse conjunto de fatores unidos torna-se dificil deixar a coisa somente para os agentes que já são poucos.
Antenor Pereira Giovannini
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