quinta-feira, 25 de março de 2010
Viagem de balsa Santarém-Monte Alegre desafia o perigo
Herto Miranda
Free lancer
O percurso por balsa de Santarém para Monte Alegre (e vice-varsa) é historicamente problemático, muito calor, muita poeira/lama, muito cansaço, sendo estes aspectos naturais desta viagem. Mas existe a outra face do problema que é alheia à vontade dos usuários, o excesso de carga e de passageiros sobretudo na balsa, a partir dos Portos de Santarém e de Santana do Tapará.
Na semana passada a Balsa Transportadora da Empresa Camila Transportes, foi obrigada pela Capitania dos Portos de Santarém, por excesso de passageiros, a voltar ao Porto de Santarém.
Todos os que fazem uso da balsa sofrem: os que chegam até ela em seus veículos – para apenas atarvassar o rio sobre ela – os que transportam seus veículos e os que atravessam sobre ela em ônibus de linha.
Os usuários, em sua conjuntura, são constrangidos (e às vezes humilhados) pela superlotação tanto de passageiros como de cargas, assentos insuficientes, falta de comodidade, apenas um banheiro (sempre extremamente repleto de sujidades, odor repugnante e excrementos expostos), pessoas alcoolizadas fazendo arruaça, promovendo violência aos olhos de crianças (o que é vedado pelo Estatuto da Criança e Adolescente, quando muitos passageiros perguntam pela ação dos Conselheiros Tutelares) e carros com sons enlouquecedores, com poluição sonora atípica dos transportes intermunicipais.
No sábado passado, a balsa foi abordada pela lancha da Capitania dos Portos, sendo obrigada a retornar à Santarém por excesso de passageiros, mesmo estando quase no final do seu percurso (no Tapará) e, no domingo, a mesma coisa aconteceu, tendo a presença de Policiais Militares de Monte Alegre e os ‘Marronzinhos’ da Secretaria de Transportes de Santarém, vindos na segunda balsa para ordenar o transporte, tamanho era o contingente de passageiros, não comportados na primeira balsa.
Segundo Laire Nunes, uma das que foram transportadas na segunda balsa, a operação começou no domingo novamente pela superlotação de pessoas na balsa, sem se contar com o grande número de veículos que também a superlotava, o que é natural na balsa. “Foi obrigada a vinda de outra balsa, a Camila Transportes, pois a primeira, Vó Ernestina, não suportava a multidão, sendo também impedida de levar todos os passageiros. Quando a segunda balsa chegou, com a presença dos ‘Marronzinhos’, a tripulação disse logo que somente poderia levar uma parte dos passageiros, tendo anteriormente anunciado que só levaria os que fossem transportar veículos. Quando se notou que não comportaria todos os passageiros, foi trazido então um barco, terminando assim a operação”, disse Laire.
Rubens Lobo, um dos passageiros, de sábado, foi enfático: punição aos transgressores da lei. “As leis devem ser obedecidas. Se existem órgãos responsáveis por este ordenamento de transporte com regras a serem seguidas, tais normas precisam ser cumpridas sob pena de multas, apreensões e prejuízo de ceifar de muitas vidas se um transporte destes vir a naufragar”, disse o ex-Delegado de Polícia, acrescentando que “são infindos os prejuízos e os compromissos desmarcados por irresponsabilidade da empresa. Tinha dezenas de crianças chorando, pais transtornados pelo afligir dos filhos... uma agonia muito grande”, disse aborrecido Rubens.
O grande tempo na balsa (mais da metade de um dia, tempo extremamente superior ao normal da viagem), trouxe outras reclamações: as pessoas não lancham e não jantam (tendo os que nem almoçam por saber que a pouco estarão em suas residências), por estarem sem dinheiro. “É um absurso um fato destes, deveríamos ter ressarcido pelo menos o valor de nossas passagens, haja vista que não existe culpa dos passageiros por um transtorno destes”, disse outra senhora, que estava acompanhada de várias crianças.
Segundo Rubens, no sábado, a balsa ficou à deriva, por muitas horas, pelo excesso de passageiros, sendo liberada para seguir curso somente às 18 horas e chegando ao Tapará por volta de 23 horas, dizendo sobre o absurdo da superlotação. “o que ouvimos dizer foi que a lotação da balsa é de 110 a 120 e havia 400 pessoas, em média, nesta viagem”, relatou o passageiro.
A vereadora Rosinha Maranhão (de Monte Alegre) é proprietária de uma empresa de ônibus que faz uso quase diariamente da balsa e mesmo tendo conhecimento da precariedade do transporte, não se tem registro de que tenha intervido para melhoria do transporte. Procurada por nossa reportagem, não foi possível contato com a parlamentar.
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3 comentários:
É uma vergonha,para os nossos governantes ,pois so olham para esse povo quando é periodo de eleição,fora isso o povo dos imteriores são esquecidos,só lembram quando estão precisando de votos,ai vão até o povo fazendo promessas que só Deús sabe se vão comprir.
Vota no tiririca bando de corno !!!
Brasileiro tem mais é que se foder esmo ! Tem que passar fome !
Sempre pego a Balsa e nunca vi esses acontecimentos! Muito bom servico !
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