quarta-feira, 30 de junho de 2010

A desclassificação de Belém para a Copa de 2014

Adenauer Góes
adenauergoes@gmail.com


Assistindo aos jogos da Copa do Mundo direto da África do Sul, não pude deixar de refletir novamente sobre o quanto perderemos nos próximos quatro anos e nos anos subseqüentes por termos sido desclassificados como cidade-estado sede da Copa de 2014 a ser realizada aqui no Brasil. Tive oportunidade e você também de assistir inúmeros documentários que antecederam este momento que estamos vivenciando e apresentaram todos os locais onde os eventos seriam realizados, para mim ficou claro o perfil de conservação ambiental que a FIFA incorporou ao evento, assim como de melhoria das condições socioeconômicas das comunidades periféricas e menos favorecidas das cidades onde os jogos estão sendo efetuados. È o entendimento de responsabilidade social através do futebol, que tende a crescer cada vez mais.

No Brasil não será diferente, sendo que a Amazônia estará no centro das atenções de toda esta movimentação para todo o planeta, com o foco das imagens e informações centralizadas no Estado do Amazonas e cidade de Manaus que foram classificadas nas preliminares que antecederam a decisão, nosso estado vizinho soube defender sua candidatura, saindo vitorioso deste embate e desclassificando a cidade de Belém, nada contra os amazonenses, muito pelo contrario, devemos aprender com eles como fazer para não sairmos derrotados. Caso o resultado tivesse sido diferente e Belém tivesse sido classificada nas eliminatórias, o pai e mãe da criança seguramente reivindicariam a paternidade, mas como o tiro saiu pela culatra, parece até que ninguém tem responsabilidade sobre o fato. Que fique bem claro: A principal responsabilidade é do Governo do Estado,pois oficialmente cabia a ele liderar as propostas e estratégias de trazer o evento para Belém.

A quantidade de investimentos feitos na África do Sul para viabilizar a construção dos estádios, portos, aeroportos e rodovias, o sistema viário de mobilização das pessoas e transportes em geral, o setor de tecnologia de informações e de transmissão de imagens para o mundo todo, a parte de hotelaria, restaurantes e turísticas propriamente ditas, assim como o setor de prestação de serviços,além de todo o processo organizacional e de treinamento necessário para fazer tudo isto funcionar deixa realmente a lamentar profundamente nossa desclassificação para a Copa de 2014.

E o que dizer a respeito da divulgação, saber quanto custará em mídia, será muito difícil de mensurar, o mundo vai ouvir falar na Amazônia, as imagens mostrarão as maravilhas da natureza, mas o foco não estará em Belém e nem no Pará que detém a maior parte deste referencial.

A perda será imensurável tanto antes, como depois da Copa, seu efeito se fará sentir durante muito tempo.

Como se diz no popular. Se arrependimento matasse, era prá ter feito o possível e o impossível, mas Belém tinha que ter sido cidade-sede da Copa 2014.

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