Antenor Giovannini*
Ao que parece esse moço é doente e não sabe. Não temos amigos jornalistas esportivos, não comungamos com a postura da grande maioria deles e por isso estamos à vontade para, parodiando a forma de falar da juventude, dizer que esse moço, que foi galgado à condição de técnico da seleção brasileira, “se acha”.
O que se observa de suas falas é que em todas as respostas sempre há um amargor, uma frustração, uma necessidade de dar uma resposta para alguém e, o que é sintomático, de que ele está acima do bem e do mal e que as demais pessoas são lixo.
Que há jornalistas esportivos intoleráveis não há como se negar. Que há repórteres a procura de sensacionalismo barato é inconteste. Que há jornalistas esportivos burros e que buscam uma pergunta em cima de uma resposta dada apenas para dizer “estou aqui” para suas empresas, também é verdade. Porém, como em toda regra, há exceções. No entanto, para esse cidadão não é assim e todos estão colocados no mesmo balaio. Todas as perguntas são idiotas e merecem respostas idiotas, como foi o caso de sua “coletiva” de hoje, em que ele falou de coisas absolutamente fora do contexto da Copa do mundo, simplesmente porque ele e seu papagaio de pirata chamado Jorginho, também acham.
Pior ainda é que, talvez em razão de sua capacidade intelectual se nivelar com o que foi sua capacidade como jogador, vale dizer, nenhuma, esse cidadão não tem discernimento para visualizar que, mesmo sendo uma pergunta cretina, há milhões de telespectadores assistindo, gente que curte futebol, curte o esporte, a Copa e sua sedução. Por conta disso ele poderia tentar dispor dessa pequena luz no cérebro para tentar dar uma resposta não ao repórter imbecil que fez a pergunta, mas ao público em geral de forma mais inteligente possível, coisa convenhamos que ele não tem.
Trata-se de um ex-jogador que teve uma carreira pífia apesar de ter jogado em inúmeros clubes brasileiros e no exterior. Sagrou-se campeão do Mundo, é verdade, em 1994 numa seleção medíocre, num campeonato medíocre em que a sorte bafejou para o Brasil através de pênaltis onde Bággio teve a gentileza de chutar para fora a chance da Itália de continuar buscando aquele campeonato. Seleção tão medíocre que dependeu dos pênaltis e esse moço em sendo capitão teve o privilégio de receber a taça. E dominado por sua estupidez, sua ignorância, sua total imbecilidade, sua falta sensibilidade para com a posição que circunstancialmente ocupava como atleta, expôs ao mundo, a si e ao país que representava, ao ridículo: ao invés de um agradecimento pelo feito, soltou um sonoro palavrão pego pelas câmeras do mundo:”... essa porra é nossa” ... Coisa de gente séria e que hoje faz ar de entendido, de inteligente.
De há muito deixei de me interessar pela seleção exatamente porque o espírito do esporte se esvaziou por completo. Copa do Mundo é uma “guerra” em que você tem que ter orgulho em “defender” seu País e ganhar o título porque sabe o quanto vale para o sofrido povo brasileiro. Mas, os milhões de reais que são gastos para “proteger” soldados de papel, e depois “recompensá-los” por uma eventual vitória, deixam claro que o espírito esportivo morreu. A mim não há a preocupação sobre se é Pedro, João que está em campo, mas, isto sim, o espírito de seleção. Isso é que deveria predominar Esse discurso sem eco desse cidadão com cabelo militar e que se acha acima do bem e do mal é apenas capa de fundo para que numa eventual derrota se consiga dizer que tudo foi feito de acordo com as regras, mas nem sempre as regras deixam acontecer.
Que saudades de um Júlio Botelho convocado para uma Copa do Mundo e que recusou pelo fato de não estar jogando no Brasil e com isso estaria tirando o mérito daqueles que aqui jogavam Hoje esses moços nem sabe quem foi Julio Botelho e estão muito mais preocupados com seus umbigos, seus bolsos e suas promoções pessoais.
(*) Aposentado e morador em Santarém
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