Em seu último comunicado aos empregados do Banco da Amazônia sob o título “Presidente Lula vibra com resultado histórico do Banco” o presidente Abidias Junior, mais uma vez, festeja sozinho e busca esconder por debaixo do tapete a real situação que o nosso Banco atravessa, de queda nos seus resultados, operando no vermelho, cujos prejuízos estariam na casa de 60-70 milhões (cinco primeiros meses de 2010) e o crescimento da insatisfação no seio da categoria em razão do processo de reestruturação e reivindicações, já históricas, não atendidas até o momento, entre as quais a solução da CAPAF, previdência complementar para os novos empregados, Plano de Saúde, PLR nos critérios da Fenaban, novo PCCS que contemple as peculiaridades de cada cargo/função, isonomia de direitos entre antigos e novos empregados, metas abusivas, assédio moral e isenção e ou redução de tarifas e juros bancários para a categoria.
No final de junho passado, para atestar essa realidade, diretores da AEBA e do Sindicato dialogaram com a categoria nas agências da Cidade Nova, Castanheira e Pedreira, onde foram levantados inúmeras irregularidades que penalizam ainda mais os trabalhadores, as quais destacamos:
Agência Cidade Nova
Sobrecarga de trabalho devido falta de pessoal. Uma situação agudizada no processo de reestruturação, deficiência de treinamento do pessoal, processos tecnológicos ineficientes (o sistema tem travado ao menos 4 vezes ao dia, problemas na conciliação do caixa eletrônico, etc.), deixando os caixas executivos à mercê da sorte, pois só faltam apanhar dos “furiosos” clientes. Além dessas considerações foram relatados problemas de infra-estrutura, como as questões vinculadas ao sistema de ar-condicionado, que deve ser imediatamente resolvido para que os trabalhadores e os usuários do Banco não sejam “assados” nesse forte verão 2010, cujas temperaturas estarão em média 2°C acima do de 2009.
Agência Castanheira
Sobrecarga de trabalho, a tal ponto de muitos colegas não se disporem a assumir outras funções, quadro funcional deficitário e falta de treinamento para melhor desempenho das tarefas e problemas nas estruturas internas e externas, inclusive em relação à copa e ao estacionamento. Há também denúncia da prática de assédio moral por parte da gerência a alguns funcionários.
Agência Pedreira
Nesta unidade foram denunciadas as metas abusivas e as sobrecargas de trabalho, também frutos do processo de reestruturação; fragilidade do processo tecnológico, que dificulta a performance laboral e irrita os usuários, e deficiências na política de segurança bancária, com aumento significativo no número de assaltos na modalidade de “saidinha”, facilitados pela concentração de ambulantes no entorno da agência, gerando ainda mais insegurança aos cliente e bancários que lá atuam.
Enfim, a realidade detectada nessas agências também está presente na maioria de outras agências e unidades. Ou seja, são comuns denúncias de que os colegas são forçados a trabalhar de 10 a 12 horas diárias sem a devida contraprestação de pagamento de horas extras, e que muitas vezes, essas horas não são anotadas pela falta de ponto eletrônico. São exemplos que ocorrem cotidianamente, por exemplo, nas agências de Bragança e Abaetetuba, entre outras, assim como na gerência de tecnologia.
“Se trabalha muito, mas não se vê o resultado esperado”.
Essa frase foi a mais dita pela categoria em todas as agências visitadas. Os empregados demonstraram certo conhecimento e temor do momento pelo qual o Banco passa, de resultados pífios e acúmulo de prejuízos, que ameaçam não só as conquistas de melhores condições de vida e de trabalho dos trabalhadores (como por exemplo, a PLR nos moldes da Fenaban) como também o futuro do Banco da Amazônia que, aos poucos, com a implantação do novo modelo negocial, vai se distanciando de sua missão histórica de se constituir enquanto uma instituição financeira voltada, prioritariamente, para o desenvolvimento sustentável da região amazônica.
Como se vê, os empregados do Banco além de não terem seus direitos respeitados convivem com um ambiente de trabalho altamente desfavorável, inclusive para atender ao anseio do presidente de “buscar o recorde na contratação de FNO”.
Fortalecer nossa luta, inclusive em defesa da missão histórica do Banco
Para contrapor essa realidade a AEBA e o movimento sindical bancário (Seeb’s, Fetec_CN e Contraf-CUT) estão atuando para fortalecer a mobilização da categoria no Banco da Amazônia, seja pressionando o Banco para atender às reivindicações básicas, como por exemplo, o reajuste do Reembolso Saúde, como também ações jurídicas e de planejamento da Campanha Nacional dos bancários 2010.
Durante a realização da Conferência Regional da Fetec-CUT/CN, em Brasília, a AEBA, o Sindicato e a Contraf-CUT se reuniram com o DESTpara apresentar a situação da categoria e suas principais reivindicações, pois o Banco tem criado dificuldades para o seu atendimento. Reivindicações essas, que deverão ser aprimoradas e reafirmadas no II Congresso dos Empregados do Banco a ser realizado no próximo mês de julho em Belém/PA.
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