Lúcio Flávio Pinto
Parece que o melhor negócio que as três principais empreiteiras do Brasil fizeram – Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Odebrecht – foi perder a disputa (caso da primeira) ou desistir de participar do leilão pela concessão da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará, projetada para ser a terceira maior do mundo, e passar para o lado do faturamento, como construtoras da obra.
O poderoso consórcio deverá ser formado antes da assinatura do contrato de concessão da usina, previsto para o dia 26. O consórcio Norte Energia, do qual a Andrade Guiterrez fazia parte, perdeu, o que surpreendeu os mais bem informados observadores com sua vitória.
Todos também achavam que Camargo e Odebrecht seriam punidas, ou pelo menos receberiam o gelo oficial, por fugirem da raia. Mas o cenário que está se desenhando, segundo a grande imprensa nacional, é favorável às três grandes. De novo. Talvez porque, a partir do leilão, todas as decisões foram concentradas na Eletrobrás, que tem quase metade das ações da Sociedade de Propósito Específico (SPE), dona da concessão da usina.
E a estatal parece preferir continuar a lidar com seus grandes parceiros do que se atrelar a coadjuvantes, embora Odebrecht e Camargo, antes consideradas favoritas, tenham se retirado do leilão, alegando que a obra custaria 30 bilhões de reais e não R$ 19 bilhões, segundo as planilhas oficiais. Terão razão, no final das contas?
Mais um item defeituoso do enredo tortuoso de Belo Monte.
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