O economista Luiz Antonio Fayet, consultor para logística e infraestrutura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), afirma em entrevista ao Diário do Pará, deste domingo, que em Santarém a Cargill vem tentando ampliar ou fazer novo projeto, ainda baseada na recepção hidroviária de cargas. A empresa, contudo, tem encontrado, segundo relatou em seu estudo, “imensos obstáculos que já retardaram os investimentos por vários anos, através de contestações e alegações que chegam às raias do absurdo”.
Pelos estudos mais recentes, o consultor para logística e infraestrutura da CNA concluiu que, somente nos próximos cinco anos, será duplicado o volume de carga – exclusivamente de soja e milho – escoado pelo porto do rio Madeira, hoje estimado em torno de cinco milhões de toneladas/ano. Os carregamentos embarcados em Porto Velho, segundo ele, alimentam dois portos, indo a maior parte para Itacoatiara porque Santarém não tem hoje capacidade portuária para exportar.
Com a duplicação prevista da demanda de carga, ele considera que a ampliação da capacidade portuária fatalmente terá que acontecer. “Se não for em Santarém, vai ser em outro lugar”, avisa Luiz Antonio Fayet, que admite já vir mantendo freqüentes conversações com a direção da CDP objetivando a ampliação não somente do porto de Santarém, mas também de Vila do Conde.
O economista, que no dia 14 de julho esteve presente, na cidade de Santarém, à audiência pública convocada pela Secretaria de Meio Ambiente para discutir o EIA/Rima do terminal de grãos da Cargill, disse que se viu surpreendido por diversas manifestações. “Surpreendeu- me, sim, ouvir muita gente falando mal do progresso. Em todo lugar que vou, normalmente o que vejo são as pessoas defendendo a ampliação dos portos, considerando as obras de infraestrutura como indispensáveis para a construção do desenvolvimento econômico”, acentuou.
Luiz Antonio Fayet disse que o porto de Santarém exportou, em 2008, cerca de um milhão de toneladas. No mesmo ano, o porto de Rotterdam, na Holanda, o maior da Europa, exportou 700 milhões de toneladas. “Ou seja, ele exportou 700 vezes mais que o de Santarém. Interessante é que o porto de Rotterdam fica dentro da cidade, e mesmo assim a população de lá está muito feliz com ele. Vá alguém lá perguntar a um holandês se ele quer o fechamento do porto”, comentou o consultor, em tom sarcástico.
Baseado em cálculos internacionalmente aceitos, ele destacou que cada navio exportado em Santarém significa a geração, nas múltiplas relações econômicas dele decorrentes, de aproximadamente 1.500 empregos. Neste número estão contempladas, conforme frisou, todas as etapas da cadeia produtiva, incluindo a fabricação de máquinas, de insumos, o trabalho dos produtores, dos transportadores, a geração e consumo de energia elétrica, o comércio e as comunicações, entre outros produtos e serviços. (Com informações do Diário do Pará)
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