sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Santarém lidera casos de picadas de animais peçonhentos

Aritana Aguiar
Free lancer


O diretor do Instituto Butantan de São Paulo, Otávio Mercadante, revelou que Santarém é a cidade com o maior numero de vítimas de picadas de animais peçonhentos - serpentes, aranhas, escorpiões e arraias - de todo do Brasil. "Isso é um problema na região, sendo necessário trocar experiências com comunidades para melhor conhecimento, para esse problema de saúde", explicou o diretor durante entrevista por ocasião do 5º Encontro Butantan na Amazônia, que se realiza em Santarém.
Mercadante revela que nas pesquisas feitas em Santarém que acidentes com cobras é a principal causa para internação no hospital municipal, na área de doenças tropicais de internação e ambulatório.
O diretor do Butantan explica que o contato do Instituto com as comunidades é para orientar a população quanto ao risco de picadas de animais peçonhentos, através de pesquisas que o instituto promove com acadêmicos santarenos. " Estamos fazendo produtos para neutralizar, que são os soros  e anti-venenos e fazer pesquisas, pois a partir do estudo feito dos venenos é possível chegar a medicamentos, sendo que esse é um caminho mais longo e difícil", esclareceu.
De acordo com Otávio Mercadante, o Butantan tem um principio básico para as pesquisas realizadas em Santarém. "Nunca vamos fazer pesquisa com produtos ou animais da região que não tenha sempre alguém ou grupo de estudantes e/ou pesquisadores de Santarém acompanhando o trabalho, para não ficar somente na teoria, pois são necessários exemplos concretos", revelou.
Também está havendo um estudo quanto o veneno do lacrau ou escorpião preto: o veneno está sendo analisado através de estudo bioquímico assim também como sua espécie de escorpião.
Uma das preocupações é o estudo com uma cobra que causa problemas hemorrágicos. Mercadante explica que " estão analisando os efeitos hemorrágicos, avaliando se o soro que neutraliza o veneno da jararaca é eficaz contra esse veneno".
O diretor informa que cinco pessoas graduadas de Santarém fazendo estágio de aprimoramento profissional no Butantan. "São bolsas pagas pelo governo de São Paulo. Elas não são abertas para pessoas de outros locais, somente para Santarém", informou.
O pesquisador Paulo Abati da Numetrop (Núcleo de Medicina Tropical), informou que a pesquisa realizada durante 10 anos em Santarém pela Universidade de São Paulo em convênio com o governo municipal teve inicio em 2000 e iniciou pela falta de infectologista em Santarém. "Não tinha atendimento especializado, isso era um problema", enfatizou o pesquisador.
A maior assistência ocorreu com doenças infecciosas como Malária, Dengue, hepatite, HIV, tuberculose em nível do SUS.
"No inicio da pesquisa era mais malária, dengue, leptospirose. Com o tempo houve uma certa mudança do perfil. Hoje é menos casos de malária e mais casos de HIV e hepatite. Isso não significa que antes não havia agora é que está sendo descoberta", informou o pesquisador.








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