quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Energia elétrica teve mais de 200% de aumento no Pará

O jornalista Paulo Bemerguy escreveu o post "A Celpa desperta os mais primitivos instintos dos usuário":

 

Vamos ser claros.
Claríssimos.
É preciso dar um choque de eficiência na Celpa.
Porque a Celpa, parodiando Roberto Jefferson, o ás do mensalão, desperta, atiça, põe fogo nos nossos mais primitivos instintos (rsss).
Vocês se lembram daquele empresários que, há umas duas semanas, num extravasamento de revolta, armou um barraco amazônico bem em frente ao portão da Celpa, protestando porque a empresa deixou o restaurante dele sem energia por mais de 20 horas? Cliquem aqui para ver a reportagem da TV Liberal.
Pois é.
Atitudes assim configuram um gesto quase extremo.
Mas às vezes representam a legítima defesa do consumidor – espoliado, maltratado, desprezado, ignorado, relegado a décimo plano na hierarquia de prioridades de empresa.
Quando a empresa é particular, desprezar os clientes dessa forma já é uma coisa intolerável.
E quando a empresa é particular, mas concessionária de um serviço público, então o desprezo ao cliente representa, sem dúvida, uma hediondez.
Representa um caso de puliça, senão um caso de Justiça.
É o caso da Celpa.
Não há, sinceramente, como não ficar com ódio no coração dessa empresa.
Ontem, durante a manhã, parte do bairro do Umarizal sofreu piques de energia elétrica por quatro vezes.
Quatro – um, dois, três, quatro.
Foi só ontem que isso aconteceu?
Não foi.
Ocorrências do gênero têm sido frequentes naquela área.
Há bastante tempo que apagões ou piques de energia acontecem por ali.
Isso causa prejuízos, atropelos, contratempos não apenas aos consumidores privados.
Também causa prejuízos – financeiros, inclusive – aos consumidores públicos.
Na área do Umarizal onde ocorrem – como ocorreram ontem – esses piques frequentes de energia funcionam bancos e órgãos como a Justiça Federal e o Ministério Público Federal, por exemplo.
Equipamentos já foram danificados por causa disso, para não falar de tantos outros atropelos que se refletem diretamente na precariedade do atendimento ao público.
Apagões e piques de energia se tornaram a marca registrada da Celpa.
Em Canaã dos Carajás, no ano passado, houve 11 mil ocorrências por queda de energia por mês. O choque de ineficiência da Celpa foi tão grande que o Ministério Público chegou a ajuizar uma ação civil pública.
Em Belém, segundo matéria publicada em O LIBERAL com base em dados fornecidos pela própria Celpa, também ocorrem mais de 10 mil quedas de energia elétrica por mês. E se isso por si só já não fosse suficiente para encher de ódio o coração dos consumidores, ainda há o problema de comunicação com a central de atendimento da concessionária.
A Celpa, nesses choques que vem aplicando nos consumidores paraenses, já conseguiu o que muitos julgavam impossível: tem feito muito privatista reformar os seus conceitos acerca de privatizações como a da Celpa no governo tucano de Almir Gabriel.
Agora, a Celpa pode até ser ineficaz para prestar os serviços a que está obrigada.
Mas é nota dez para cobrar.
Olhem o quadro acima.
Os dados, recentes, são do Dieese.
Mostram que a Celpa, desde que foi privatizada, em 1998, teve suas tarifas reajustadas em mais de 200%.
Que coisa!
Fora de brincadeira: como a Celpa poderá não despertar os mais primitivos instintos dos consumidores?
Aliás, a Celpa não estará passível de uma representação à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por toda essa violência que comete contra os usuários?
Não estará passível de ações judiciais por não oferecer serviços compatíveis com os exigidos no contrato de concessão?
Não estará passível de responder pelos prejuízos – materiais, inclusive – que causa aos usuários públicos e privados? 
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Nota da redação:
Onde se lê Belém, leia-se, também, Santarém. 

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