quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Prisão de diretores do PSM já era cogitada há muito tempo pelo MP


Não causou surpresa ao Blog do Estado a ordem de  prisão e condução coercitiva da diretora do Hospital Municipal Ana Claudida Tavares à delegacia de polícia civil de Santarém para prestar depoimento sobre o não atendimento de uma criança pelos médicos do HMS.

Matéria assinada por Alailson Muniz revelou, em dezembro do ano passado, que o MP santareno já estava disposto até a levar Ana Cláudia e o secretário de saúde José Antônio Rocha à júri popular por omissão de socorro. "Uma omissão de socorro, que culminou com a morte do paciente, e o caso de uma mulher que deu à luz em pé em pleno Hospital Municipal de Santarém (HMS). Esses alguns dos casos que levaram o Ministério Público Estadual a instaurar um procedimento investigatório criminal para apurar denúncias na área de saúde em Santarém", escreveu o repórter.

No caso de ontem, os promotores fizeram uma visita surpresa para apurar uma denúncia de que uma criança, vinda de Juruti, ainda não havia sido atendida. A diretora foi presa em flagrante porque "expôs  a perigo a vida de outrem", o que configa crime com pena de até dois anos de prisão.


Não se sabe o porquê dos promotores não terem ido à cata dos traumatologistas do HMS, um dos quais, o ex-secretário de saúde Emanoel Silva, mantém contrato milionário via uma cooperativa meia-boca que atua não só no município quanto no hospital regional do Baixo-Amazonas.


Na coletiva que concedeu logo após ter sido liberada pela polícia, Ana Cláudia explicou que o caso do menor não se constituia em atendimento de emergência, uma vez que fratura é caso de cirurgia 'eletiva', isto é, que depende de marcação junto à central do SUS, e "que o paciente estava aguardando os procedimentos para ser transferido ao hospital regional."

Mas as declarações de Ana Cláudia - que anunciou também sua exoneração do cargo - conspiram contra ela. A cirurgia em paciente que sofreu fratura sempre foi realizada no HMS. Mas, inexplicavelmente, depois que Emanoel Silva passou a ser médico do hospital regional via cooperativa, a maioria dos pacientes com fratura é encaminhada para o hospital regional para ser atendida, pasmem, por ele mesmo e mais dois cooperados.


A pergunta que não quer calar: Por quê o HMS não opera mais os casos de fraturas? Por que esses procedimentos são encaminhados para o HR? 


Com a palavra a diligente promotora Janaína Andrade.



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