Aritana Aguiar
Free lancer
A quaresma chegou, assim como o encerramento do período do Defeso: época em que fica proibida a pesca de alguns peixes, por estarem no período de reprodução. A tradição católica pede para que os fiéis evitem consumir carne vermelha nesses quarenta dias, em especial na Semana Santa. Mas, como já está se tornando praxe, a Igreja Católica tem liberado os seus fiéis para comerem frango no lugar do peixe, devido ao custo do pescado.
Para o padre Ronaldo Nascimento, pároco da matriz, a questão econômica tem influenciado o consumo do peixe nesse período. "Sabemos que hoje o preço do peixe está mais elevado, que há muito tempo se recomenda, que não tem condição das famílias mais pobres, na Semana Santa, fazer uma alimentação controlada a base do peixe. Até pela dificuldade, não só no campo econômico, mas da pesca, a pesca sem controle, vários outros fatores que dificultam a fartura que era nos anos passados", justificou o religioso.
Segundo ele, o fator econômico influência e fica muito difícil, mas os fiéis devem se preparar. "Mas isso não impede que se faça uma boa preparação na Semana Santa, que as famílias tenham esse momento especifico de oração, do jejum, da caridade em si, é o que se pede".
O pároco diz que consumir peixe pode ficar em segundo plano e que o católico deve, ao menos na Sexta-feira Santa, fazer coisas boas e tratar bem o próximo. "É um dia que marca a nossa história de fé, nossa história de cristãos batizados", justifica.
Para o religioso, durante a semana pode comer os outros tipos de carne, mas na Sexta-Feira procurar outro alimento alternativo, não necessariamente o peixe. "Hoje, há uma diversidade muito grande de alimentação alternativa". Ele alerta que não se pode deixar uma criança ou pessoa idosa, ou os doentes com fome. O mais importante é que sejam alimentados, podendo comer até a carne vermelha se possível.
Padre Ronaldo pede que a família de elevada condição financeira faça caridade e ajude as mais necessitadas. "O verdadeiro sacrifício vem do coração". Há uma preocupação que futuramente as pessoas não respeitem a tradição de não consumir carne vermelha na Semana Santa e às sextas-feiras da Quaresma. "Nós vivemos num mundo muito diversificado hoje em dia, o cristão católico com certeza não, mas é uma preocupação com a humanidade em si, é preciso rever nossos princípios, olhando a questão do próprio valor", concluiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário