quarta-feira, 23 de março de 2011

Por acordo entre ambientalistas e ruralistas

Comunitários e indígenas incendeiam balsa de madeira no rio Arapiuns em protesto contra exploração florestal no Oeste do Pará. Foto: Miguel Oliveira
                                                                                     
                                                                                
 






Folha de São Paulo

A Academia Brasileira de Ciência (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) foram convidadas a participar das discussões sobre o Código Florestal e seu substitutivo, com a alegação de que o primeiro Código, de 1934, e o segundo, de 1965, eram isentos de conhecimentos científicos.
A ABC e a SBPC formaram um grupo de trabalho para estudar o assunto com profundidade.
A alegação da falta de ciência nas duas versões do Código Florestal é improcedente. Tais códigos foram elaborados por cientistas e legisladores ligados ao assunto.
A partir de 1965, mudanças significativas aconteceram, a agricultura tropical se expandiu em termos territoriais e teve um incremento fantástico na produtividade, gerando, em alguns casos, a degradação ambiental. A população do país passou de 83 milhões, em 1965, para 190,7 milhões, em 2010, resultando em ocupações urbanas em áreas impróprias à moradia.
A ciência e a tecnologia avançaram e novos conhecimentos e ferramentas tecnológicas estão à disposição de todos. Tudo isso gera a necessidade de adequar o Código Florestal à realidade atual. Visando resolver problemas do setor agrícola, surgiu o substitutivo proposto pelo deputado Aldo Rebelo.
Para os ambientalistas, tal substitutivo aumentará significativamente a degradação ambiental, gerando consequências desastrosas aos setores rural e urbano.
O grupo de trabalho formado pela ABC/SBPC iniciou os trabalhos em julho de 2010, contando com profissionais de diversas instituições e universidades. Vários convidados participaram de algumas de suas reuniões, destacando-se entre eles os deputados Aldo Rebelo (PC do B) e Ivan Valente (PSOL).
Um sumário executivo dos trabalhos foi apresentado no dia 22/2, em Brasília, em um encontro de deputados ambientalistas, mas que contou com a presença de deputados ruralistas. A expectativa de alguns de que seria um documento defendendo puramente a questão ambiental, por se tratar de um evento organizado pela bancada ambientalista, foi desfeita.
Seria um grande erro a ABC e a SBPC tomarem partido por uma causa sem fundamentação científica. O sumário está disponível no site http://www.sbpcnet.org.br.
O documento completo, que deve ser publicado em breve, não é a solução final para a construção de um Código Florestal ou Ambiental, mas nele, à luz da ciência e da tecnologia disponíveis atualmente, há indicações de que se precisa de mais tempo para a elaboração de um código que preserve e conserve o meio ambiente sem prejudicar a produção de alimentos. Votar o substitutivo agora é precipitado.
Um acordo com bases científicas e tecnológicas entre ambientalistas e ruralistas é perfeitamente possível. Ambos precisam ceder para atingir um objetivo comum. Uma disputa entre os setores é prejudicial ao Brasil.
A ABC e a SBPC deixam claro que não pretendem legislar, pois isso é atribuição do Congresso, mas estão dispostas a continuar fornecendo informações científicas e tecnológicas para a construção de um Código Florestal/Ambiental brasileiro atualizado, em parceria com ambientalistas e ruralistas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Miguel Oliveira:
Lançamos o projeto do CT nesse fim de semana e com ele colocamos em jogo também a credibilidade da atual diretoria do clube. Sei, que muitos, como você, duvidam da construção do Centro de Treinamento e Lazer do São Francisco. Sem dúvida é mais um grande desafio e pode anotar ai: nós iremos sim contruí-lo, por etapas. A contrução de um campo de futebol é a primeira delas, juntamente como área para uso do sócio (um pequeno campo e área para restaurante). Depois outras etapas virão.
A idéia de contrução do CT iniciou durante o ano passado quando o São Francisco, depois de 10 anos voltou ao futebol profissional. Na época tinhamos zagueiro campeão brasileiro, meia campeão paraense, o melhor goleiro do estado, os melhores jogadores da região , uns pagos com dinheiro de patrocinadores e outros com a colaboração de alguns azulinos. Mas não tínhamos Miguel o principal para um clube disputar qualquer competição: um campo de futebol para os treinos, tendo que alugar os campos disponíveis na cidade, ora em um lugar ora em outro. Não tínhamos ônibus do clube para levar e trazer jogadores. Não tínhamos onde alojar jogadores que vieram de fora, tendo assim que pagar altos valores em hotéis ou casa alugada. Não tínhamos refeitório e por isso também pagamos altos valores em restaurantes da cidade. Tivemos muitas dificuldades. Encaramos aquele desafio e cummprimos o que prometemos que foi resgatar o futebol franciscano. Pena que dentro de campo não conseguimos avançar. Seus colegas de profissão em Belém lamentavam na época a saída do clube que melhor se organizou na competição
Temos também, Miguel, que ter um espaço para dar condições às categorias de base para formar jogadores que no futuro podem dar ao clube não só suas vidas em campo, mas também lucros com a venda destes. Sem um CT isso não será possível.
Interessante deixar claro que hoje temos sim jogadores em plena atividade. Nosso time sub 17 está jogando o Campeonato Santareno. Não vamos contratar jogador profissonal agora, já que a Segundinha só começa em Outubro. Até lá vamos trabalhar duro para que o primeiro campo do SF esteja pronto.
A campanha proposta por você em breve conversa ontem ja está acontecendo. A campanha sócio torcedor está em plena atividade e todo recurso dela será empregado no Departamento de Futebol.
Então Miguel a idéia é essa: construir imedatamente um espaço para dar condições e estrutura ao futebol profissional e às categorias de base.
Foi exatamente por falta de estrutura que o atual campeão brasileiro Muricy Ramalho deixou o Fluminense.
Um grande abraço e estamos abertos às sugestões
Bruno Moura - Vice -Presidente do SFFC