quarta-feira, 18 de maio de 2011

Hospital Regional de Santarém: ProSaúde não é o que parece

Miguel Oliveira  


A versão difundida pelo diretor Herberth Moreshi de que está havendo pressão política para o afastamento da ProSaúde da administração do Hospital Regional do Baixo-Amazonas esconde, de fato, uma guerra de bastidores que vem sendo travada desde o governo Ana Júlia.

Para relembrar, a ProSaúde, atual gestora, foi a terceira Organização Social classificada pela licitação aberta pela Sespa, em dezembro de 2006 mas, surpreendentemente, foi habilitada após o descredenciamento da OS Maternidade do Povo, primeira colocada, e de uma OSCIP do Paraná, que gerenciou o HRBA por alguns meses, até que a Sespa entronizasse a Pro Saúde naquele hospital, já no governo Ana Júlia.

De lá para cá o que se assistiu no Hospital Regional foi a um festival de denúncias de superfaturamento de serviços, greve de médicos por atraso de salários, negativa de prestação de contas perante a sociedade civil e poder legislativo, bem como o retardamento da prestação de serviços de alta complexidade, quando não a sua própria não efetivação.

Não se pode confundir, no bojo dessa discussão, que terceirização da administração do Hospital Regional do Baixo-Amazonas seja transformada numa privatização, com o governo pagando os custos e a ProSaúde administrando o HRBA como se fosse um ente particular, cuja gestão esteja acima do bem e do mal. Desde semana passada, o HRBA afixou placas de outdoors pela cidade informando que se credenciou junto ao organismo nacional do câncer, omitindo o nome da Sespa e negando que essa conquista foi obtida pelo governo Simão Jatene. Até a logomarca do estado do Pará foi usada de forma indevida.

Há vários meses, noticiei mais um escândalo da ProSaúde, sem que a Sespa tenha tomado providências de apurar e de vir a público fazer os esclarecimentos necessários. O serviço de hemodiálise que é contratado pela ProSaúde custa aproximadamente 750 mil reais e é executado pela firma paulista Ganso, sendo que o mesmo serviço pode ser efetuado por menos de 300 mil reais.

Some-se a essa farra com o dinheiro público, por exemplo, a demora na transferência de pacientes na Emergência do Hospital Municipal de Santarém para o Hospital Regional, e as cirurgias cardíacas. O HRBA dispõe de um especialista no hospital regional, mas que este não está podendo fazer as cirurgias cardíacas por falta de condições de trabalho. O que a ProSaúde exige da Sespa para implantar essa especialidade é um aditivo de R$ 300 mil reais a um contrato sabidamente superfaturado no governo passado.

Por fim é bom lembrar: Esses arroubos da direção do HRBA visam, apenas, desviar o foco das atenções para que o referido contrato seja renovado. A qualquer custo.

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Atualização às 15h30.


Pelo twitter, o secretário de comunicação do governo do Estado, Ney da Conceição Messias, informa que a Sespa reduziu em R$ 400 mil o valor do contrato do serviço de hemodiálise do Hospital Regional do Baixo-Amazonas, cujo superfaturamento foi denunciado pelo deputado Alexandre Von(PSDB).

3 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns ao jornalista por denunciar essas irregularidades que acontecem nos bastidores do hospital regional, mas saibam que isto é a ponta de um iceberg. Existem muitas outras tercerizações (UTI, Laboratório, oncologia, hemodiálise....)que estão sugando o dinheiro do povo. Espero que o governo abra o olho para o roubo de dinheiro público. Parabéns

Anônimo disse...

Nào temos cirurgião cardiaco em Santarém,este que ai está foi trazido pela Pro Saude mas o mesmo nao tem essa habilitação.
Fonte CRM-PA(Busca por m;edicos).

Anônimo disse...

mto engraçado que só sabem apontar os defeitos, as qualidades e os bons serviços que sao oferecidos ngm comenta. vcs sabiam que ja foram implantados marcapassos em varios pacientes recentemente? esse tipo de cirurgia nao se fazia aqui e tem sido mto bem sucedida...falar mal é fácil, só estão de fora olhando mesmo!