Danilo Macedo
Agência Brasil
Marabá (PA) - O  plebiscito realizado nesse domingo (11) no Pará mostrou que 66,6% dos  eleitores que foram às urnas são contra a divisão do estado para a  criação de dois novos: Carajás e Tapajós. No entanto, nas cidades que  deveriam se tornar capitais dessas novas unidades da Federação, Marabá e  Santarém, respectivamente, a votação expressiva acima dos 90% a favor  da divisão demonstra a insatisfação e o sentimento de abandono da população.
   Esse sentimento pode ser justificado pelos baixos investimentos  estaduais nos municípios das duas regiões. De acordo com dados do  Instituto de Desenvolvimento  Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp), os gastos e  investimentos estaduais per capita feitos em Carajás e no Tapajós são  bem menores do que em municípios que permaneceriam no Pará.
Em 2010, enquanto o governo estadual gastou R$ 1.908,39 para cada  habitante nessa região, em Carajás foram R$ 536,62 e no Tapajós, R$  373,51. Em relação aos investimentos, o valores foram R$ 223,01, R$  95,96 e R$ 60,20, respectivamente.
Para a pedagoga Magda Alves,  que assistiu à apuração no telão colocado em frente ao Tribunal Regional  Eleitoral em Marabá, os mais de 90% de votos da cidade a favor da  criação do estado de Carajás são o grito de uma região dizendo que  precisa de atenção. “Tem que haver mudança na gestão pública, no  direcionamento dos recursos, na maneira como nossos políticos eleitos se  comportam em relação à nossa região, tudo isso tem que mudar”.
A  advogada Cláudia Chini disse, logo após o resultado, que “esse  plebiscito demonstrou a indignação de uma população que está há décadas  largada pelo descaso dos governantes". Moradores de Marabá, procedentes  em grande parte de outros estados, também mostram insatisfação quando  falam da divisão. "Não temos educação, saneamento, segurança, as cidades  mais violentas do país nós estamos encampando aqui e, infelizmente, não  temos representatividade no Congresso”, disse Cláudia.
  O  governador do Pará, Simão Jatene, que antes do plebiscito de manifestou  publicamente contra a divisão do estado, falou em “pacto pelo Pará”  após o resultado e disse que o debate sobre a divisão exige uma  rediscussão sobre responsabilidades com a esfera federal.
   No site do governo na internet, Jatene diz que o Estado não está  conseguindo chegar onde as pessoas estão e que é o momento de todo o  país refletir sobre isso. Ele admitiu que o sentimento das pessoas é  genuíno porque realmente há distância e ausência, “uma insuficiência do  Estado brasileiro” em relação a essas populações. Para o governador, o caminho, no entanto, não é a separação.  
2 comentários:
Afinal, porque o povo de Santarém acha que TUDO tem que vir do Governo do Estado? E A Prefeitura? Vereadores, Deputados ? Esse Lira Maia mais fala do que trabalha. Diz que sabe tudo de Brasília mas mostrou um povo tão sofrido daí. Porque que outros Municípios dão exemplo de gestão? Parem de botar a culpa nos outros. O que os políticos dessa região tem feito?
mais uma vez o estado se esquiva da responsabilidades.Adimite os problemas mas diz q a separação não é solução,sim e qual é a solução então cara palida??
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