quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Remo perde, apanha, bate e oferece dois péssimos exemplos


Paulo Bemerguy, do Espaço Aberto

O Remo, em Marabá, perdeu o jogo, apanhou em campo, bateu em campo e, no final das contas, acabou sendo protagonista de um péssimo exemplo.
O Remo perdeu para o Águia por 2 a 0.
Apanhou em campo - literalmente - na pessoa de Aldivan, seu jogador agredido covardemente por Alexandre Carioca, do Águia, num ato criminoso que repercutiu no país inteiro.
O Remo bateu em campo - literalmente - na pessoa de Magnum, que levou a nocaute um adversário, na confusão que se formou.
E qual o péssimo exemplo do Remo e dos remistas?
São dois.
Primeiro, a impunidade com que Magnum está sendo brindado.
O Águia já decidiu multar Alexandre Carioca com 50% de seu salário. Pelo menos isso.
E o Remo? Fez o quê com Magnum?
Até agora, nada.
Absolutamente nada.
O segundo péssimo exemplo é pior do que o primeiro.
Muito pior.
Aldivan, que levou uma pancada nas costas, foi levado a um hospital, sob o acompanhamento de um enfermeiro do Remo.
Lá, tiraram uma radiografia das costas dele.
Constatou-se que sofreu lesão leve.
Ou por outra: constatou-se que não houve fratura, como muitos temiam.
Do hospital, Aldivan foi à polícia.
Diante do delegado, ouviu o seguinte: se fosse do interesse da vítima registrar uma ocorrência contra Alexandre Carioca, Aldivan teria que se submeter a um exame de corpo de delito e o delegado, de imediato, meteria Alexandre Carioca no xadrez temporariamente, eis que ainda estava dentro do flagrante.
Eis que Aldivan se encheu, digamos assim, de compadecimentos.
Ali mesmo, e após ter visto mulher e filhos de Alexandre Carioca chorando na polícia, tomou-se de compaixão e preferiu deixar o dito pelo não dito; ou deixou por menos a pancada que levou.
Mas que coisa!
Por que Aldivan fez isso?
E por que o departamento jurídico tolera que o faça?
Aldivan deveria ser convidado, por algum cardeal, cartola, colaborador ou seja lá o que for, do Remo, a considerar que esse seu gesto é contributo dos maiores para que a violência prepondere.
O Remo deveria fazer lembrar Aldivan lembrar-se que o próprio Remo foi agredido, na pessoa de seu jogador.
E aí?
E aí que doutores do jurídico do Remo deveriam explicar que, mesmo diante da expressa renúncia do jogador em registrar a ocorrência polícia contra o colega, mesmo assim ainda caberia a apresentação, diretamente ao juiz, de uma queixa-crime.
A queixa-crime poderia ser amparada por provas materiais insofismáveis, como a radiografia da lesão e as imagens - fartamente veiculadas por emissoras de TV de todo o Brasil e disponíveis na internet -, de que houve um crime passível de reparação judicial.
Se o Remo se eximir de adotar tais providências, tanto com relação a Magnum como relação à pancada que atingiu Aldivan, não terá condições morais de pedir punição ao Águia, inclusive com a interdição do estádio Zinho Oliveira.
Ou terá?

Nenhum comentário: