quarta-feira, 21 de março de 2012

"Teste do olhinho" deve ser feito ainda na maternidade

Menos de um minuto. Este pode ser todo o tempo que um recém-nascido precisa para não passar a vida toda no escuro. Cego.

Tão importante quanto o teste do pezinho, o exame do reflexo vermelho em recém-nascidos, conhecido como “teste do olhinho”, rápido e indolor, é fundamental para o diagnóstico de doenças congênitas ainda na fase inicial. Em alguns estados brasileiros o exame é obrigatório nas maternidades e também foi incluído no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde (ANS). Mas ainda não conquistou a obrigatoriedade nacional.

Quatro a cada dez casos de cegueira infantil, conforme o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), são reversíveis ou evitáveis com o diagnóstico e tratamento adequado. O teste do olhinho deve ser realizado em todos os recém-nascidos, antes que o bebê deixe a maternidade. Médicos de qualquer especialidade devem ser capazes de identificar alteração do reflexo de luz no fundo do olho e detectar precocemente diversas doenças, declara a oftalmopediatra do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), Dorotéia Matsuura (CRM 9146/DF).

O teste consiste na emissão de um feixe de luz no olhinho do recém-nascido. Quando não há nenhum obstáculo à visão, a luz alcança a retina, região nobre do olho, responsável por captar as imagens que se formarão no cérebro e, ao ser refletida, faz com que o médico ou o examinador veja seu reflexo vermelho. “Sem o reflexo vermelho, há evidência de que pode haver alguma alteração congênita na visão do bebê”, descreve a médica do HOB.

Em tempo - As irregularidades oculares que podem ser detectadas e ter suas mais sérias consequências evitadas a partir dos poucos segundos de duração do teste do olhinho são especialmente: catarata e glaucoma congênitos, má formação ocular, opacidades na córnea, tumores intraoculares ou hemorragias vítreas, elenca a oftalmopediatra.

A OMS aponta ainda que 500 mil crianças ficam cegas todos os anos e a maioria perde a visão no primeiro ano de vida. No Brasil, segundo a entidade, há cerca de 33 mil crianças cegas em consequência de doenças oculares que poderiam ser evitadas ou tratadas precocemente. Outras 100 mil apresentam alguma deficiência visual. A OMS relata que entre os problemas que causam a cegueira nas crianças, estão as cicatrizes corneanas, catarata e glaucoma congênitos, retinopatia da prematuridade, erros de refração e baixa visão.

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