Marco Antonio Oliveira Neves
Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda.
A Petrobras sinaliza um novo aumento do diesel para 2013, estimado em 15 por cento. Não se sabe ainda se esse aumento será realizado em uma única parcela ou em dividido em duas ou mais vezes; a presidente Dilma aguarda as projeções econômicas feitas pelo Ministério da Fazenda para avaliar o impacto dessa medida sobre a inflação.
Seja qual for o aumento, obviamente existirá impacto sobre o custo do frete,já que o diesel é um dos principais (senão o principal) itens de custo para o transporte de cargas. O diesel, como custo variável, está atrelado à quilometragem rodada do veículo, portanto, quanto mais o veículo rodar, maior será o impacto do diesel sobre o custo total de transporte.
Mas qual o impacto desse aumento para as Transportadoras e consequentemente para os Embarcadores ou tomadores de frete? Para simplicar o cálculo,vamos considerar um aumento do diesel de 10 por cento.
Em operações de distribuição urbana, na qual são utilizados veículos de pequeno e médio porte como utilitários, VUCs (Veículo Urbano de Carga,com comprimento máximo de 5,50 metros) e VLCs (Veículo Leve de Carga, com comprimento máximo de 6,30 metros), os custos fixos sobressaem sobre os custos variáveis, devido às pequenas distâncias percorridas.
É raro um veículo de coletas ou entregas ultrapassar 100 km rodados em um dia realizando entregas (e até coletas) na região metropolitana que envolve as grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Curitiba, Florianópolis, Joinville, Blumenau, Porto Alegre, Caxias do Sul, Recife, Salvador, Fortaleza, Manaus, Belém, Brasília, Goiânia, etc.
O componente tempo tem maior peso sobre o componente distância percorrida. É comum os veículos permanecerem muito mais tempo parado, em descarga ou aguardando descarga, do que realmente rodando, se deslocando de um ponto para outro, fora o tempo perdido em trânsito, nos costumeiros congestionamentos que ocorrem com cada vez mais frequência nas cidades mais populosas do Brasil.
No caso de um veículo terceirizado, que cobre uma diária de entrega entre 250,00 e 400,00, o diesel representará no máximo algo entre 15 por cento e 20 por cento do
custo operacional total. Portanto, para um aumento de 10 por cento no valor do diesel, o impacto no frete de distribuição urbana será de 1,5 por cento a 2,0 por cento. Basta multiplicar 10 por cento por 15 por cento (ou 20 por cento) para obtermos o índice de correção do preço do frete.
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