Pesquisas buscam localizar animais em UCs do baixo Tapajós
Brasília – O projeto de monitoramento de habitats e alimentação de
peixe-boi amazônico no baixo Rio Negro e baixo Rio Tapajós reiniciou
suas atividades no final de fevereiro na Reserva Extrativista (Resex)
Tapajós-Arapiuns e Floresta Nacional (Flona) do Tapajós, unidades de
conservação (UCs) administradas pelo Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no Pará. A iniciativa é do Centro
Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica (Cepam),
em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e o Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Segundo a coordenadora do projeto, Luciana Crema, analista ambiental
do Cepam, centro especializado do ICMBio, a iniciativa prevê a visitas
às comunidades, bem como seus lagos, procurando as evidências da
presença de peixes-bois, plantas consumidas por eles e coleta de água
para análises posteriores. “Em nossa última coleta, apesar de os níveis
das águas ainda estarem em elevação, conseguimos registrar evidências da
presença da espécie em alguns lagos. Os ambientes estão povoados com
vegetais presentes na dieta da espécie e a tendência é de um aumento da
entrada dos animais no lagos conforme a subida das águas”, afirmou
Luciana.
O projeto não prevê apenas atividades de pesquisa dentro dos lagos,
mas também abrange trabalhos realizados diretamente com as comunidades
presentes nas UCs. Para Nivaldo dos Reis, analista ambiental da Resex
Tapajós Arapiuns, “os comunitários receberam bem a iniciativa, pois, a
cada saída de campo, trabalhamos em duas frentes: tanto com a pesquisa
nos lagos, que sempre é acompanhada por uma pessoa escolhida entre os
próprios comunitários, como também com atividades de sensibilização
ambiental e de informação”.
Importância
Maurício Santamaria, chefe da Resex Tapajós Arapiuns, disse que o
projeto é muito importante para o manejo e conservação do peixe-boi
amazônico. “Trata-se de um importante trabalho, não só para conservação
do peixe-boi amazônico, mas também, devido à grande coleta de
informações sobre os ambientes aquáticos, para definirmos melhor as
potencialidades de cada região da Resex. Fato que releva mais ainda a
importância desse trabalho é a carência de informações e pesquisas nesta
unidade (a resex) de difícil acesso”.
De acordo com Dárlison Andrade, analista ambiental e coordenador de
pesquisa científica da Flona do Tapajós, o projeto de pesquisa, em razão
da quantidade de visitas às comunidades e da periodicidade das
expedições, tem levado educação ambiental aos comunitários residentes na
UC. Segundo ele, há previsão de ampliação das ações de conscientização
nas comunidades. “Entendemos o projeto como uma tentativa de conciliar a
existência harmônica das comunidades com o peixe-boi amazônico”, disse o
analista.
O projeto continuará com saídas de campo ao longo deste ano com o
monitoramento contínuo dos lagos, inclusive com tentativas de registros
fotográficos e filmagens da espécie, além de atividades de
sensibilização ambiental com os comunitários tanto da Reserva
Extrativista Tapajós-Arapiuns como da Floresta Nacional do Tapajós.
Comunicação ICMBio
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