quinta-feira, 14 de março de 2013

Projeto peixe-boi amazônico retoma atividades

Pesquisas buscam localizar animais em UCs do baixo Tapajós

lucianaBrasília – O projeto  de monitoramento de habitats e alimentação de peixe-boi amazônico no baixo Rio Negro e baixo Rio Tapajós reiniciou suas atividades no final de fevereiro na Reserva Extrativista (Resex) Tapajós-Arapiuns e Floresta Nacional (Flona) do Tapajós, unidades de conservação (UCs) administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no Pará. A iniciativa é do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica (Cepam), em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Segundo a coordenadora do projeto, Luciana Crema, analista ambiental do Cepam, centro especializado do ICMBio, a iniciativa prevê a visitas às comunidades, bem como seus lagos, procurando as evidências da presença de peixes-bois, plantas consumidas por eles e coleta de água para análises posteriores. “Em nossa última coleta, apesar de os níveis das águas ainda estarem em elevação, conseguimos registrar evidências da presença da espécie em alguns lagos. Os ambientes estão povoados com vegetais presentes na dieta da espécie e a tendência é de um aumento da entrada dos animais no lagos conforme a subida das águas”, afirmou Luciana.
O projeto não prevê apenas atividades de pesquisa dentro dos lagos, mas também abrange trabalhos realizados diretamente com as comunidades presentes nas UCs. Para Nivaldo dos Reis, analista ambiental da Resex Tapajós Arapiuns, “os comunitários receberam bem a iniciativa, pois, a cada saída de campo, trabalhamos em duas frentes: tanto com a pesquisa nos lagos, que sempre é acompanhada por uma pessoa escolhida entre os próprios comunitários, como também com atividades de sensibilização ambiental e de informação”.
Importância
Maurício Santamaria, chefe da Resex Tapajós Arapiuns, disse que o projeto é muito importante para o manejo e conservação do peixe-boi amazônico. “Trata-se de um importante trabalho, não só para conservação do peixe-boi amazônico, mas também, devido à grande coleta de informações sobre os ambientes aquáticos, para definirmos melhor as potencialidades de cada região da Resex. Fato que releva mais ainda a importância desse trabalho é a carência de informações e pesquisas nesta unidade (a resex) de difícil acesso”.
De acordo com Dárlison Andrade, analista ambiental e coordenador de pesquisa científica da Flona do Tapajós, o projeto de pesquisa, em razão da quantidade de visitas às comunidades e da periodicidade das expedições, tem levado educação ambiental aos comunitários residentes na UC. Segundo ele, há previsão de ampliação das ações de conscientização nas comunidades. “Entendemos o projeto como uma tentativa de conciliar a existência harmônica das comunidades com o peixe-boi amazônico”, disse o analista.
O projeto continuará com saídas de campo ao longo deste ano com o monitoramento contínuo dos lagos, inclusive com tentativas de registros fotográficos e filmagens da espécie, além de atividades de sensibilização ambiental com os comunitários tanto da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns como da Floresta Nacional do Tapajós.
Comunicação ICMBio

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