Jucimar Lima
Pacheco, o popular Abuda, literalmente percorreu muitos quilômetros até
chegar aonde chegou. Natural de Monte Dourado, distrito de Almerim, no
interior do Pará, ele “se jogou” Brasil afora para alcançar o sonho de
se tornar um jogador.
Seu local de origem, que possui 12 mil habitantes e vive da pesca e do
eucalipto, fica a 453 km de Belém. Quando tinha que ir até a capital,
pegava um barco e, pelas águas do Rio Jari, viajava por três dias. O
descanso durante a pequena maratona acontecia nas redes, algo comum no
transporte fluvial da região.
Quando tinha de 13 para 14 anos, Abuda viu um amigo de seu pai, o senhor
Reinaldo Morais, apostar no futebol. Com o aval da família, foi levado
para morar na capital paraense, na casa do novo tutor. Lá, Abuda estudou
e deu os primeiros passos no Paysandu. Na base do Papão da Curuzu,
atuou com Ganso, ex-Santos e hoje no São Paulo.
Porém, enquanto o apoiador rapidamente despontou, o volante seguiu sua
luta por um lugar ao sol. Passou pelo Tuna Luso (PA), Ferroviária (SP),
Petrolina (PE), Cruzeiro (RS), até ser descoberto pelo Vasco, no ano
passado.
O início na Colina, porém, foi difícil. Ele chegou em junho, mas somente
em novembro atuou pela primeira vez. Sem espaço, temeu pelo futuro, mas
foi só chegar 2013 para as coisas mudarem. Na atual temporada, foi
titular em todas as partidas e, humilde, admite estar vivendo seu sonho
de criança antes da final da Taça Guanabara:
– É um sonho. Trabalhei muito e sempre acreditei em mim.
LANCENET!
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