Lúcio Flávio Pinto
Independentemente
dos veículos de comunicação em que trabalham e dos seus patrões, os
jornalistas podem dar valiosa contribuição à democracia brasileira neste
momento de grave crise, que a perturba com severidade, sendo.,..
jornalistas.
Principalmente
pela internet, têm que impor um padrão rigoroso de apuração dos fatos
para conter a onda avassaladora de má interpretação das informações,
boatos, invencionices e intolerâncias, que podem levar a um vácuo,
descontinuando o caminho do país na busca pela melhoria do regime
político.
Vou
tomar por exemplo a principal nota de hoje do Blog do Josias, escrito
pelo jornalista Josias de Souza, de larga experiência e extenso
currículo no jornalismo. Às vezes um adjetivo mal empregado desacredita a
informação, ou então um juízo de valor sem fundamentação em fatos.
Em cada trecho que considero inconveniente farei, em itálico, minha sugestão de correção.
Segue-se o texto:
Dilma Rousseff revelou-se [para quem?] preocupada ao saber [quando e onde soube?]
que, além dos questionamentos feitos na primeira instância do
Judiciário, a nomeação de Lula para a Casa Civil é questionada em uma
dezena [retirei o “s” indevido do original] de ações protocoladas no Supremo Tribunal Federal. Um frêmito [o que autoriza o jornalista a dizer que a presidente teve um frêmito?] percorreu a espinha [dizer isto não é abusar da imaginação e da lincença de linguagem?] de Dilma ao ser informada [por quem?] de que sete dessas ações encontram-se sobre a mesa do ministro Gilmar Mendes. A presidente e seus auxiliares [quais deles?] receiam que o magistrado devolva o investigado para Curitiba, aos cuidados de Sérgio Moro.
Há
dois dias, na sessão em que o Supremo confirmou o rito processual do
impeachment, Gilmar fez comentários cáusticos sobre a conversão de Lula
em ministro de Dilma.
“A
crise só piorou, só se agravou”, disse o ministro. “A ponto de agora a
presidente buscar inclusive um tutor, para colocar no seu lugar de
presidente. E ela assume aí um outro papel. E um tutor que vem com
problemas criminais muito sérios, mudando inclusive a competência do
Supremo Tribunal Federal, tema que nós vamos ter que discutir.”
Nesta
quinta-feira, nas pegadas da divulgação de grampos tóxicos da Lava
Jato, Gilmar voltou ao tema: “Acho extremamente preocupante tudo o que
se engendrou, […] a tentativa notória de fugir da jurisdição do juiz
natural, que no caso é o juiz Moro, de Curitiba. Isso tem aspectos
concernentes, em tese pelo menos, a eventual infração de
responsabilidade. Ou mesmo questões de índole penal. Isso tem que ser,
claro, examinado com o maior cuidado possível. Mas é evidente que não se
trata de um ato normal, tanto é que está provocando tanta especulação e
tanto debate.”
Nas palavras de um auxiliar [mesmo
sem dar o nome do auxiliar, que deve ter falado em confiança, se
realmente falou, não dava para indicar em que setor ele atua? Mesmo na
época da censura do regime militar sempre procurávamos fazer isso, para
melhorar a informação do leitor sobre a origem da informação] de
Dilma, “as observações do Gilmar Mendes se parecem muito com um
pré-julgamento.” Ele acrescentou: “Só espero que o Gilmar divida sua
decisão com o plenário do Supremo.''
Vê-se
que os jornalistas estão descurando o seu dever de ofício. E dando
motivos para a repulsa à imprensa. Com um pouco mais de esforço,
atenção, amor próprio e objetividade ajudariam a preservar a
credibilidade na mídia.
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