quinta-feira, 15 de abril de 2010

Médico descarta recall de silicone em seios de pacientes operadas em Santarém

O governo brasileiro demorou quase duas semanas para suspender a venda, a distribuição e a importação das próteses de silicone Poly Implant Prothese (PIP) no país. A fábrica de implantes foi fechada pela Agência Francesa de Segurança Sanitária de Produtos de Saúde (AFFSAPS) há cerca de 10 dias por suspeita de fraude na matéria-prima do produto.

Mas em Santarém, a decisão Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de suspender a comercialização do produto no Brasil não afetará as mulheres que colocaram prótese de silicone em Santarém.

Segundo o cirurgião plástico Euler Amaral, que atua há 4 anos na cidade, todas as cerca de 70 próteses implantadas por ele são fabricadas no Brasil pelas empresas Silemed, Eurosilicone e Macgan. " Não utilizei as próteses fabricadas por essa empresa francesa", garante o médico, que é o único especialista que faz esse procedimento em Santarém.

Mas as pacientes que implantaram prótese para aumento de seios em outras localidades do país devem ficar atentas. Com base nos dados de 2008, 96 mil procedimentos para aumento dos seios são feitos anualmente no país - isso significa que em uma semana e meia, mais de 2 mil pacientes recorreram a esse tipo de cirurgia.

O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Sebastião Nelson diz que, há cerca de 15 dias, a entidade encaminhou e-mail, com a decisão do governo francês, a todos os cirurgiões credenciados. A intenção era alertar. "Pedimos que os médicos que usam a prótese em suas cirurgias entrem em contato com as pacientes para uma avaliação", explicou. Espera-se que a medida evite o pânico. As próteses francesas teriam provocado o dobro de reações inflamatórias que outras marcas, provavelmente por conta da qualidade do produto usado. Nelson afirma ainda que encaminhou outro e-mail à Anvisa pedindo uma posição oficial sobre o assunto. Segundo ele, ainda não houve resposta.

O alerta da Anvisa, publicado no Diário Oficial da União, suspende por tempo indeterminado a comercialização das próteses francesas em virtude do risco à saúde. A EMI Importação e Distribuição Ltda., detentora do registro no Brasil, funciona em São Paulo. A reportagem procurou a empresa ontem. Um funcionário disse que encaminharia uma nota por e-mail mas, até o fechamento desta edição, não houve resposta. A empresa francesa, especializada em silicones, funcionava desde 1991 e distribuiu o produto para mais de 60 países. Segundo a BBC, foi liquidada judicialmente na semana passada.

As investigações francesas mostram que nos últimos três anos o índice de ruptura das próteses PIP aumentaram significativamente. Depois da inspeção na fábrica, constatou-se que o gel de preenchimento das próteses era diferente daquele informado na documentação técnica do produto.

Mas o serviço telefônico (0800) da Anvisa ainda não tinha sido informado sobre o problema. Atendentes disseram que não receberam orientação e que iriam repassar as dúvidas para a equipe técnica. O prazo para uma posição é de 15 dias. A agência elaborou também um texto com perguntas e respostas sobre as próteses mamárias PIP, disponível no site da Anvisa.

Um comentário:

Priscila disse...

Pois eh ,
ate o momento a unica informacao que possuimos eh de que devemos procurar um medico se possuimos a protese da PIP e arcar com os custos da consulta e dos exames.
Siliconadas , se voce assim como eu acha um absurdo a falta de respespeito com nos consumidoras por parte das autoridades e do fabricante vamos nos unir para juntas cobrarmos do estado justica.
Ainda estou pagando a minha plastica e agora como vou fazer ?? Quem vai arcar com os custos de uma nova cirurgia? Dos exames ? Das consultas??
Quem estiver com o mesmo problema favor entrar em contato . LindaMiami9@gmail.com