Adenauer Góes
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Em recente manifestação o Ministro do turismo Luiz Barretto, reconheceu que a maior preocupação do setor turístico diz respeito à falta de uma política nacional de investimentos adequados e necessários nos aeroportos brasileiros. Houve um momento em que o Ministro chegou a sugerir a adoção de medidas emergenciais que pudessem levar á um melhor atendimento á crescente demanda de passageiros. Preocupação semelhante também foi manifestada pelo Presidente do sindicato nacional das Empresas Aeroviárias José Marcio Mollo, assim como foi tema de discussão em reunião do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Turismo.
Existem promessas do Governo Federal de investir em torno de R$6 bilhões nos próximos quatro anos, a preocupação mais do que procede, pois está claro que movimentar-se de avião virou procedimento popular e imprescindível nos dias de hoje. Nos últimos doze meses foram 57 milhões de desembarques.Esperar mais tempo para investir na infra-estruturar aeroportuária é correr sérios riscos de travamento do sistema. O levantamento das necessidades a nível nacional é alarmante, e nossos compromissos com megaeventos (Copa do Mundo de Futebol, Olimpíadas e etc) não nos permite trabalhar com improvisação ou lançar mão do famoso jeitinho brasileiro, temos que ter investimento com planejamento.
É importante atentar que as discussões sobre a privatização de aeroportos no Brasil parecem ter saído de cena, não sendo demais lembrar que dos 67 aeroportos que temos, apenas 10 se auto-sustentas, sendo o restante deficitário. Também é importante dar andamento ao programa de descentralização dos vôos, para se ter uma idéia, o aeroporto de Guarulhos em São Paulo, recebe mais de 80% dos vôos internacionais que chegam ao País.Outro assunto dentro do mesmo tema que ainda não evoluiu foi o da redução das taxas de embarque, antiga reivindicação, parte do que é auferido é encaminhado para o Ministério da Fazenda, quando na realidade deveria ser aplicado na melhoria dos aeroportos.
Num País como o nosso, em que as dimensões são continentais a infra-estruturar aeroportuária é fundamental para o desenvolvimento, assim como a descentralização dos vôos é fator importantíssimo para o crescimento mais harmônico da atividade turística. Logicamente a aviação regional não pode estar à margem desta discussão, pois faz parte desta capilaridade que transportará o passageiro de forma integrada até seu destino final em municípios que na maioria das vezes são os responsáveis pela administração de seus aeroportos, o que acaba por tornar a questão dos investimentos ainda mais complexa e difícil.
De qualquer maneira, estas e outras questões precisam ser encaradas, assumidas e resolvidas, sem o que, o caminho, ou melhor, a pista de decolagem capaz de levar o País a um patamar de primeiro mundo será sempre um sonho um tanto quanto ainda distante. O PAC II trouxe nele embutido a proposta do novo aeroporto de Santarém, vamos anotar este lançamento,infelizmente é para preocupar,pois as informações dão conta de que apenas 11% do PAC I foi concluído.
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