Cenário: concentração da Seleção Brasileira, perto de um campo de golfe localizado a mais de 20 quilômetros do centro de Johanesburgo, convenientemente distante da muvuca criada nesta quarta-feira para tentar empolgar a população sul-africana em torno da Copa. O goleiro reserva Gomes e o volante titular Gilberto Silva chegam para a entrevista, pontualmente às 12h30. Cerca de 300 jornalistas no salão de imprensa da concentração. Das 42 perguntas disparadas aos dois, em separado, pode-se tirar cerca de 10 como úteis e consequentes. Nosso Giuseppe Tomaso acerta no alvo, perguntando ao mineiro Gilberto Silva que lições ele tirou das Copas anteriores – a do título mundial de 2002 na Ásia e a do fracasso, em 2006, na Alemanha. Tommaso deve ter lembrado da conversa melancólica que tivemos com Gilberto no aeroporto de Frankfurt, na tarde seguinte à eliminação para a França de Zidane. Com equilíbrio, o volante responde que todos aprendem com derrotas e vitórias, acrescentando que o atual escrete mescla bem a experiência de muitos titulares com a juventude de outros tantos.
DE SURPRESA
Quanto ao goleiro Gomes, as perguntas se concentram na oportunidade que lhe caiu no colo com a contusão do titular Júlio César nos primeiros minutos do amistoso em Zimbábue. O arqueiro que virou ídolo da torcida do Tottenham diz que soube nos vestiários, ao receber a camisa 12, que era o reserva imediato. Não esperava também entrar nos amistosos e, principalmente, ser testado com tanta insistência principalmente pelo ataque da modesta Tanzânia. Diz que o jogo foi atípico, com o adversário empolgado e arriscando tudo, o que surpreendeu a Seleção. Como Gilberto Silva, o goleiro analisa que os erros cometidos surgiram quando ainda podem ser remediados. Que assim seja.
GO BAFANA
A caminho da concentração brasileira, depois de várias entradas policiadas e apresentação de credenciais nas guaritas, nosso carro ainda enfrenta o trânsito caótico de Johanesburgo. Pior: no dia programado para que os sul-africanos abracem o evento, uma tentativa desesperada de fazer com que surjam torcedores e a animação nas ruas não se limite às ensaiadas aparições na TV. Aparentemente deu tudo certo, com um público considerável agitando bandeiras numa passeata marcada pelos gritos de “go Bafana!!”… Agora, definitivamente, ou vai ou racha.
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