No dia 22, em que Santarém completou 349 anos, a editora O Estado do Tapajós lançou um livro que deverá se tornar referência para a história do município e de toda região. Memória de Santarém (420 páginas em formato grande e capa dura, R$ 60) não é uma história sistemática. À semelhança desta seção, trata do cotidiano de Santarém ao longo do século passado, com ênfase nas décadas de 40 a 70, mas também volta à cidade que encantou os viajantes estrangeiros do século XIX (como o francês Hercule Florence, que pintou-lhe a aquarela aqui reproduzida, em 1822, durante a expedição Langsdorff).
O livro representa o esforço de salvar a história recente de Santarém da dilapidação, diluição e esquecimento. À falta de iniciativas sistemáticas e aglutinadoras, reúne um conjunto de dados e análises que servem de trilhas para que o leitor se identifique e se situe no passado, e o utilize como ferramenta para se posicionar hoje e amanhã. São informações extraídas de jornais, livros e mesmo documentos inéditos.
Elas mostram que Santarém não é um acampamento montado às pressas para abrigar pessoas em trânsito, em busca de sucesso mocasional e individual. Seus personagens participaram ou continuam a participar da construção de uma comunidade, de uma cidade, de um município e de um Estado, transmitindo entre si suas experiências e anseios.
O livro resultou de um suplemento quinzenal que escrevo no jornal O Estado do Tapajós há quatro anos e só se tornou possível pelo apoio e entusiasmo do editor da publicação, Miguel Nogueira de Oliveira, e de uma equipe de edição. O produto é de qualidade suficiente para que Memória de Santarém possa circular em qualquer lugar do mundo. Em Belém, a partir da próxima semana.
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