quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O desmontar dos palanques

Adenaeur Góes
adenauergoes@gmail.com   

A nível estadual, os eleitores não deixaram dúvidas em dizer com clareza que o desejo de mudar era bem mais forte do que o de continuar. Toda eleição tem uma história, sendo que ela é construída, pelo menos para aquele candidato que está no poder e pleiteia a reeleição, desde o momento que ele assume o poder.Uma das grandes lições que se extrai desta história que ainda está sendo escrita é justamente a distancia entre o que foi prometido, e o que foi efetivamente cumprido.

A grande maioria dos eleitores acompanhou o desenrolar dos acontecimentos, votou em 2006 na esperança de ver a materialização de promessas que não se concretizaram, e não teve dúvida, disse não a continuidade, conferindo á Governadora Ana Júlia índices de rejeição nunca antes auferidos por um governante paraense.O Governador eleito Simão Jatene representou a oposição a esta situação.

Aos seus próprios votos, oriundos do PSDB, juntaram-se os demais desiludidos, o próprio Deputado Federal eleito José Priante-PMDB em seu discurso na Doca de Souza Franco logo após o reconhecimento da vitória na noite do dia 31, pediu desculpas ao povo pela sua opção equivocada em apoiar a então candidata Ana Julia no pleito de 2006, tendo sido ele o candidato do PMDB e que com sua decisão decidiu o resultado final daquela eleição.

Infelizmente o que se viu foi uma descontinuidade total de tudo que os Governos anteriores haviam feito e mesmo com toda a máquina estadual e federal a serviço da candidatura oficial a onda vermelha não conseguiu embalar a campanha que continuou submersa na profundidade da rejeição consolidada.

O setor do turismo a exemplo de praticamente todos os demais setores produtivos apresentou queixas e mais queixas ao longo de quase quatro anos. Foram deficientes os investimentos em infra-estruturar e em divulgação e promoção. As articulações entre os segmentos caminharam no sentido inverso, distanciando-se cada vez mais, culminando com a incrível decisão do setor privado, imprescindível em qualquer negócio, de simplesmente não participar da Feira Internacional de Turismo da Amazônia realizada em agosto. A PARATUR foi esvaziada em seu orçamento, levando a que funcionários tivessem que viajar de ônibus para participar de feiras em São Paulo, o processo desandou de tal maneira que a empresa responsável oficial pelo turismo de nosso estado teve que grevar.

Renasce a esperança com a volta de Simão Jatene ao governo, terminada a eleição, é hora de desmontar os palanques. Este é o grande mérito da democracia, é possível apostar em uma direção, mas caso a expectativa não se concretize, ao povo é permitido mudar o rumo e assim por diante.A lição serve para todos.
                                                                                                                                                         

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