Lúcio Flávio Pinto
Washington e Portland, no extremo noroeste, são dos lugares mais preservados dos Estados Unidos. Ainda se pode encontrar ali florestas virgens, embora em áreas cada vez menores, e paisagens selvagens. Pois é ali também que está depositado o maior lixo nuclear das Américas. Duzentos milhões de litros de lama radioativa foram colocados em 177 contêineres de concreto e enterrados, nos quais há resíduos de plutônico da bomba que foi ali fabricada para ser lançada sobre Nagasaki, em 1945, pondo fim à Segunda Guerra Mundial.
A área onde estão os resíduos é 15 vezes maior do que Paris, diz uma reportagem da Agência France Press. Ao custo de 100 bilhões de dólares, o governo americano mantém esse assustador material sob controle, embora não muito seguro. Mais de 20 anos depois do fechamento do lixão, 12 mil pessoas ainda trabalham nele para evitar acidentes.
Uma solução supostamente definitiva só será adotada até 2019, quando um novo depósito será construído para estocar para a eternidade a lama vitrificada, depois de aquecida num calor de 1.150 graus.
Residentes ouvidos pelo repórter da agência observaram que há uma zona de exclusão aérea sobre a Disney World, mas não sobre Oyster Creek, onde está a usina nuclear, ainda em funcionamento, a mais antiga de todas. O acidente nuclear no Japão retirou a população do longo sono de inadvertência. O susto deve ser partilhado com todos, inclusive com os brasileiros, sempre tendentes à sonolência nessas questões.
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