sexta-feira, 1 de abril de 2011

Telhado de brasilit no terrace descaracteriza mercado municipal




ARITANA AGUIAR
FREE LANCER

Alguns lojistas do Mercado Municipal, no Centro da cidade, arcaram com uma despesa de quase quatro mil reais para a instalação provisória de uma cobertura no terraço daquele logradouro. Segundo o microempresário João Gomes, toda vez que chovia a água infiltrava nas paredes, estragando várias mercadorias, além de espalhar água pela loja. A obra resolveu o problema, mas causou outro: descaracterizou a originalidade do prédio, considerado histórico.

O administrador do Mercado Municipal, Herman José, informou que obra teve autorização da prefeitura. Eles pagaram porque a prefeitura alegou que não possui verba para fazer a pequena cobertura, que é provisória. A Secretaria Municipal de Abastecimento (Semab) forneceu apenas o engenheiro para ajudar na construção. 

"Se fossemos esperar pela prefeitura para fazer isso, iríamos demorar", afirmou João Gomes. Ele que pagou dobrado o valor, pois quatro lojas estavam prejudicadas. Como um de seus vizinhos alegou não ter condições de dá a sua parte, para não sair num prejuízo maior, seu João arcou com toda a despesa dele também.

Seu Ribamar Portela era um dos lojistas que estava tendo prejuízo em virtude da infiltração interna. "Era melhor gastar o dinheiro com essa obra do que ter mais prejuízo", declarou ele, que pagou aproximadamente mil reais. Ele já havia perdido muitas mercadorias em virtude da água da chuva que infiltrava em sua loja.

Lasion Rodrigues, outro que teve prejuízos em virtude da infiltração interna, relata que em uma chuva forte a água que infiltrou descia diretamente sobre o computador, um ventilador de teto queimou por causa da infiltração, além das mercadorias estragadas. Ele também gastou cerca de mil reais.

Segundo o Herman José, a cobertura foi construída de forma fácil para que seja retirada até que a prefeitura passe a funcionar a parte superior do mercado e faça uma melhor estrutura.

Escada ociosa

Na reforma do Mercado Municipal, a prefeitura de Santarém se preocupou em fazer uma parte superior e construir uma escada, próximo à Avenida Tapajós para que a população tivesse acesso ao terrace. Por enquanto, a parte de cima do Mercado está ociosa e escada inutilizável. Apenas no dia do Círio de Nossa Senhora da Conceição que a população santarena tomou da escada como ponto estratégico para fazer fotos e ver melhor a imagem da Santa.

A lojista Kelly Gomes, afirma que antes da construção os lojistas informaram à prefeitura que o ideal seria que a escada fosse até a orla da cidade. "Na época, a prefeitura alegou não ter recursos para fazer o restante", informou.

Para Kelly, as pessoas que vem do interior sentem dificuldades em atravessar a Avenida Tapajós que é bastante movimentada e se a escada fosse até a orla seria de grande utilidade nesse aspecto, mesmo que a parte superior do Mercado não tivesse em funcionamento.

A sugestão de Ribamar Portela é que realmente a passarela fosse estendida para facilitar a vida de transeuntes e turistas. "Essa é uma área perdida por falta de iniciativa", declarou.

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