Lúcio Flávio Pinto
A presidente Dilma Roussef continua a ser uma esfinge, uma charada. A má vontade de parte da imprensa ou o excesso de boa vontade de outra parte para com ela, rejeitando-a ou a aceitando como premissa em qualquer análise, não ajudam o cidadão comum a avaliá-la corretamente. Ela já age com autonomia e competência ou continua a ser teleguiada por Lula, um instrumento dos projetos políticos de longo prazo do seu antecessor (e, se esses projetos derem certo, sucessor, para a concretização de uma ambição que se frustrou entre os tucanos do PSDB: o PT no poder máximo da república por pelo menos 20 anos).
Um exemplo para fundamentar as dúvidas ou suspeições. Ao chamar de volta ao governo o embaixador Celso Amorim para substituir o advogado Nelson Jobim na chefia do Ministério da Defesa, a presidente disse que foi motivada pela pessoa do escolhido e não pela sua gestão nos oito anos de Lula na presidência, como ministro das Relações Exteriores.
A frase, com fundamentação filosófica, seria mensagem cifrada, a exigir decodificação. Significaria que, no íntimo, Amorim discordava do que fez como chanceler de Lula, limitando-se a cumprir ordens superiores, das quais divergia? Logo, os ministros militares, apreensivos pela escolha do seu novo superior, deviam se desfazer dos seus receios quanto a um chefe esquerdista. Como pessoa, Amorim é confiável, capaz de manter o status quo ante, cumpridor de ordens. Não vai desviar a Defesa do rumo que seguia sob Jobim. Os ministros militares estariam atendidos.
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