A bancada estadual do PT auditou a auditoria da AGE, chamou a imprensa e emitiu o seu próprio relatório sobre o “Caso 366”.
A bancada não viu erros na prestação de contas e “olha que ela foi feita com pressa”, pois, a última parcela recebida do empréstimo foi creditada em 02 de dezembro: a 29 dias do final do governo.
O governo é que teve pressa em gastar o dinheiro. Para fazer a patacoada em forma de prestação de contas, tempo até que houve: a dita cuja só foi entregue em 25 de fevereiro de 2011, de forma indevida, aliás, pois assinada por Vando Vidal, dizendo-se secretário da Fazenda, quando esta já tinha novo titular em um novo governo.
É risível a justificativa que Vando Vidal dá a mais grosseira fraude observada no relatório da AGE, que é a duplicidade de 16 notas fiscais, no valor de R$ 77 milhões em prestações de contas diversas: ele acha que foram 16 “erros de digitação”.
É fato que o governo passado errou muito, bem mais que 16 vezes, mas, não é possível aceitar propósitos como se erros fossem: as prestações de contas foram feitas em diferentes secretarias, por isto, deve-se concluir que os digitadores foram pessoas diferentes e aí, não seriam 16 erros de digitação, mas, inusitadas 16 coincidências: algo assim como um raio cair 16 vezes no mesmo lugar em apenas um dia. Ou o raio ou o dia estariam com algo fora de ordem.
A bravata usada pelos auditores dos auditores também é sofrível porque parte de um erro, mais um, de fundamento. A bancada desafiou a AGE a mostrar “as ordens bancárias que comprovam o duplo pagamento”: não há ordens bancárias em duplicidade e nem duplos pagamentos. Há prestação de contas a órgãos diversos, com as mesmas ordens bancárias e mesmas notas fiscais. Como eu já disse aqui, tentaram enfiar duas chaves em uma só fechadura, ao mesmo tempo.
O Partido dos Trabalhadores, que tomou a defesa de Ana Júlia neste claro desmando que foi a aplicação do “366”, nada fez além de trocar o culpado: no início foi a lei agora é o digitador. Será que encontrarão 16 desculpas?
Do jeito que a coisa vai, quando isto chegar na Justiça, a culpa já terá sido toda do teclado.
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