Lúcio Flávio Pinto
Articulista de O Estado do Tapajós
Foi uma feliz coincidência o Banco do Estado do Pará completar meio século de atividade com uma diretoria de carreira. Mas não foi apenas uma casualidade. O Banpará sobreviveu ao extermínio dos bancos estaduais, como o único da Amazônia e um dos dois do país, por ter-se profissionalizado. Antes, como todos os demais, era instrumento dos interesses e dos caprichos dos governadores. Esteve na marca do pênalti. Motivos não faltaram para ser executado, na reforma financeira que, inspirada pelo Fundo Monetário Internacional, se estendeu à administração pública no governo FHC, através da bem-vinda Lei de Responsabilidade Fiscal (ainda sem completo cumprimento).
O Banpará é um banco modesto. Mas se for eficiente, sério e tiver autonomia, poderá cumprir a importante missão de se expandir por todo território paraense, prestando os serviços bancários normais e, fazendo jus à sua natureza, contribuindo para a integração do Estado e a irrigação de crédito para o desenvolvimento.
Sendo um banco público, precisa incrementar sua – como se diz no meio – expertise e consciência sobre a gestão do Pará, assumindo novas tarefas. Dentre elas o controle técnico do Fundo de Desenvolvimento do Estado (FDE), que tem sido instrumento de politicagem e de malversação de recursos públicos, atividade-meio que compromete a sua finalidade. Aí o Banpará estenderia ao governo o saneamento que o salvou da degola.
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