O senador Jader Barbalho diz que a sua relação com a corrupção na Petrobrás é zero. Talvez seja verdade. O único elo possível dele com a organização criminosa formada na estatal é tênue: a presença do lobista Jorge Luz em certa intermediação.Paraense de nascimento, mas criado no Rio de Janeiro, Luz foi presença nos bastidores da transição de Jader para Carlos Santos, seu vice, no final do seu segundo mandato. Jader se desincompatibilizou para concorrer ao Senado e Carlos assumiu o governo por nove meses.
Mas
não é zero a presença de Jader no setor elétrico. Como não é zero,
muitíssimo contrário, a influência do ex-presidente José Sarney e de
seus protegidos, Édison Lobão e Silas Rondeau. Eles formam um núcleo que
atuou sobre a Eletrobrás e a Eletronorte, e está conectada ao desvio de
dinheiro da obra da hidrelétrica de Belo Monte para financiar, pelo
caixa 2, as campanhas do PT e do PMDB nas eleições de 2010 e 2014. Pode
ser que Jader Barbalho tenha recebido parte dos recursos.
Sintomático
dessa engrenagem foi a reação do ex-ministro Antonio Palocci de
integrar um triângulo, com Rondeau e a ex-ministra Erenice Guerra, que
comandava o esquema de corrupção em Belo Monte, a maior obra do PAC, com
custo de 32 bilhões de reais. Em nota, ele disse que o senador Delcídio
do Amaral deve ter feito referência a outra pessoa.
Ela
deve ser seu irmão, o diretor de Planejamento e Engenharia da
Eletronorte, Adhemar Palocci. afastado de suas funções quando seu nome
foi citado na delação premiada de Dalton Avancini, ex-presidente da
Camargo Corrêa, como alguém com "algum envolvimento com o recebimento
das propinas" nas obras de Belo Monte. Ele era diretor e eminência parda
na Eletronorte há vários anos, com todo suporte do PT. Sarney e Jader
dividiam a outra área da Eletronorte.
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