quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Declaração do Imposto sobre a Propriedade Rural termina dia 30

A Declaração do Imposto sobre a Propriedade Rural (DITR) é um requisito obrigatório para manter devidamente regularizada a propriedade rural. Toda pessoa física e/ou jurídica que tenha propriedade rural, possuidor a qualquer título e do domínio útil de imóvel é obrigado a entregar a declaração.

Devem ser entregues os seguintes dados para validar a Declaração: “O Documento de Informação e Atualização Cadastral (DIAC) e o Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT)”.

A Declaração deve ser entregue até 30 de setembro de 2010 e pode ser feita de três formas conforme o tamanho da propriedade e localização: pela Internet no site da Receita Federal www.receita.fazenda.gov.br, por disquetes a ser entregues nas agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal ou através do preenchimento de formulário próprio a ser entregue nas Agências dos Correios. Para mais informações na Receita Federal de Itabuna ligue para (73) 3214 5682 ou Receitafone 146.

A finalidade da ITR é apurar o imposto territorial rural e atualizar as informações de todas as propriedades rurais junto ao Governo Federal. “É importante que todos os proprietários entreguem a declaração no prazo correto, para evitar o pagamento de multas que o mínimo é de RS 50,00”, conclui Evangelista.

Neste ano, a Receita diminuiu o período para a entrega, até o ano passado o prazo começava a partir da segunda quinzena de agosto. Segundo a Receita, 95% dos contribuintes declaravam em setembro.

O último boletim divulgado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em Junho de 2010, mostrou que a quantidade de propriedades rurais aumentou em 700%, passando de 648 mil para mais 5,1 milhões de propriedades em 2006 com dados obtidos pelo IBGE.

PMDB vai à Justiça contra pesquisas Ibope e Veritate

Rita Soares:

O PMDB protocolou ontem, no Tribunal Regional Eleitoral, pedido de impugnação das pesquisas Ibope - encomendada pela TV Liberal - e Veritate, feita para a pós-graduação em Ciência Política da UFPA.

No caso do Ibope, o argumento é o mesmo usado pela coligação Acelera Pará para impugnar a pesquisa anterior. Falta discriminar os municípios onde serão aplicados os questionários.

O PMDB alega também que a amostra de apenas 812 eleitores não condiz com a margem de erro de três pontos para mais ou para menos. Para essa margem de erro seriam necessárias, segundo especialistas consultados pelo partido, aplicar, pelo menos, 1.200 questionários.

Na pesquisa do Veritate, o PMDB contesta a ausência de um responsável citado no protocolo. Os dois pedidos ainda serão avaliados pelos juízes da propaganda eleitoral, Osmane dos Santos e Maria do Céu Coutinho.

Viagem perdida

A secretária Alba Valéria, segundo informa o release da Prefeitura de Santarém, viajou a Brasília para se encontrar com Erenice Guerra, chefe(?) da Casa Civil da presidência da república, para tentar solucionar o impasse na liberação de verbas para obras do PAC em Santarém, cuja casas construídas no bairro do Uruará foram invadidas.

Um viagem perdida porque Erenice, desde a eclosão do escânda-lo que envolve a Capital Consultoria, empresa que pertence a um dos seus filhos, conforme revela a Folha, não botou mais os pés no Palácio do Planalto.

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Atualização Às 13h30:

Carlos Lima assume Casa Civil no lugar de Erenice

ROSANA DE CASSIA E TÂNIA MONTEIRO
Agência Estado

A ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, apresentou no começo desta tarde sua demissão "em caráter irrevogável". Na carta encaminhada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lida pelo porta-voz, Marcelo Baumbach, Erenice afirmou que foi surpreendida nos últimos dias por uma série de reportagens contendo acusações que qualificou como "mentirosas" e que tem respondido uma a uma.

"(As acusações) são mentiras que visam a desacreditar o meu trabalho e atingir o governo ao qual sirvo. Não posso deixar qualquer dúvida pairando acerca da minha honradez. Nada fiz ou permiti que se fizesse ao longo de 30 anos que não tenha sido no estrito cumprimento dos meus deveres", afirmou Erenice, lembrando que pediu à Comissão de Ética a averiguação dos fatos e a quebra de seus sigilos. "As paixões eleitorais não podem justificar este vale tudo", acrescentou.

Após a leitura da carta, o porta-voz informou que interinamente responderá pela Casa Civil o secretário-executivo da pasta, Carlos Eduardo Esteves Lima.

'Fiquei horrorizado de ter de pagar' comissão a filho de Erenice, diz empresário

Da Folha On Line:

O empresário Rubnei Quícoli disse que ficou "horrorizado" e se sentiu "lesado" ao receber a proposta de contrato da Capital Consultoria, empresa que pertence a um filho da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra. A seguir, trechos de uma das entrevistas que o consultor deu à Folha.

Folha - Quando e como você foi apresentado à empresa Capital?
Rubnei Quícoli - Me foi apresentado o Marco Antonio [ex-diretor dos Correios]. Ele ficou durante um tempo como diretor dos Correios e me trouxe o [sobrinho dele, que trabalhava na Casa Civil] Vinícius, onde foram viabilizados esses e-mails para poder ir para a Casa Civil para demonstrar esse projeto.
É lógico que o pessoal viu o tamanho do investimento e todo mundo criou uma situação favorável para ele, em termos de participação e intermediação. Acho que todo mundo que trabalha tem direito a alguma coisa, mas dentro de uma coisa normal.
Estive na Casa Civil junto com a Erenice, que era a secretária-executiva da Casa Civil. A Dilma não pôde me receber, estava com outros afazeres. Ela sabe do projeto, recebeu em 2005, se não me engano. O documento foi encaminhado para o MME [Ministério de Minas e Energia].
Houve essa reunião com a Erenice, que encaminhou isso para a Chesf. A Chesf teve reunião conosco, me parece que um deles teve problema de saúde, isso acarretou todo esse tempo em que aconteceu esse contrato de participação, de intermediação.
Eu fiquei horrorizado de ter que pagar R$ 40 mil por mês para eles terem um favorecimento de acesso. Para que eu vou pagar se não vai sair [o crédito]? Eles diziam que iria sair, para dar sustentação e eu pagar os R$ 40 mil. E eu decidi com [os sócios] o Aldo e o Marcelo não pagar nada e esperar ver.

Quando você conversou com o Vinícius, ele se apresentou como da empresa Capital?
Não, ele disse que iria me levar para o escritório que daria a sequência do trabalho, que precisaria do escritório para dar manutenção, assessoria e consultoria para a gente não ficar desprotegido.

Erenice prometeu fazer algo?
Ela se colocou num patamar assim: "Vou ver onde eu coloco isso". Ela colocou que a Chesf seria a empresa recomendada porque está no Nordeste. Nessa condição ela agiu corretamente. [...] Até então eu nem sabia da existência da Capital, para mim o negócio estava sendo direcionado ao governo. Eu não sabia que existia propina no meio, contrato, que eu teria que pagar. Não dá para entender a pessoa deixar um filho [Israel Guerra] tomar conta de um ministério. É um projeto que foi investido muito dinheiro para parar por conta de propina.

O senhor recebeu e-mail com cobrança. O que queriam?
A ideia principal era amarrar o aporte e a manutenção de R$ 40 mil para eles porque era final de ano. A gente sabe como funciona Brasília. Eles [a Capital] queriam receber antecipadamente uma mensalidade para poder se manter. Quem está fazendo uma intermediação de R$ 9 bilhões e vai se preocupar com R$ 40 mil por mês? Não dá para entender.

Como você reagiu quando pediram dinheiro?
Eu mandei, desculpe a expressão, para a puta que o pariu. Falei: "Vocês estão de brincadeira?" [Disse] que não assinava nada.

Em que momento o Israel apareceu?
O que aconteceu depois? Isso foi informação do Marco Antônio. Ele falou que precisava de R$ 5 milhões para poder pagar a dívida lá que a mulher de ferro tinha. Que tinha que ser uma coisa por fora para apagar um incêndio.

Quem era a mulher de ferro?
A mulher de ferro é a Dilma e a Erenice, as duas. Não sei quanto é a dívida de uma e de outra. Eu sei que a Erenice precisava de dinheiro para cobrir essa dívida. O Marco Antônio é que pediu. Eu falei: "Eu não vou dar dinheiro nenhum. Eu estou fazendo um negócio que é por dentro e estou me sentindo lesado".
Aí o Marco Antônio falou: "O Israel, filho da Erenice, bloqueou a operação porque você não deu o dinheiro". Isso é a palavra do Marco Antônio. Eu respondi: "Não tenho conversa com bandido". Isso aconteceu há três meses. Foi o último contato com eles.

Você esteve com o Israel?
O encontro foi no escritório do Brasília Shopping. O Israel nunca pediu nada porque eu não dei chance. Eu não sabia que ele era filho da Erenice. Soube pelo Marco Antônio. Quanto à atitude dele, barrar um negócio desse por conta do dinheiro me deixou totalmente nervoso, com atitude até agressiva.

Entenda as denúncias envolvendo Erenice Guerra
OAB defende afastamento imediato de Erenice Guerra
Empresa acusa filho de Erenice de cobrar comissão para liberar crédito no BNDES
Painel: Erenice perde o que lhe restava de apoio na campanha de Dilma

UFOPA inscreve para processo seletivo 2011

A universidade ofertará 1.200 vagas para o ano letivo de 2011. Gratuitas, as inscrições para o processo seletivo estão sendo realizadas pela internet até o dia 24 de outubro.

A Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), com sede em Santarém (PA), está com inscrições abertas para o processo seletivo de 2011, que habilitará para admissão à universidade, no seu semestre inicial, intitulado Formação Interdisciplinar I. A UFOPA utilizará a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) para preencher 1.150, vagas, que serão distribuídas igualmente nos turnos matutino, vespertino e noturno (400 vagas cada). Além disso, ofertará 50 vagas para candidatos indígenas, que serão admitidos sob critérios definidos em edital próprio.

Gratuitas, as inscrições serão realizadas pela internet, no endereço eletrônico http://www.ceps.ufpa.br, no período de 15 de setembro a 24 de outubro de 2010, observado o horário de Brasília (DF). No ato da inscrição, os candidatos devem indicar a ordem de preferência por turno, além da edição do ENEM a ser considerada na seleção (resultado dos anos 2009 ou 2010). Conforme o edital, serão admitidos, em primeira chamada, os 1150 inscritos melhor classificados pelo ENEM, com notas superiores a zero nas provas objetivas e de redação.

A classificação dos candidatos será feita em ordem decrescente da média obtida no resultado do ENEM. Em caso de empate, a classificação dos candidatos obedecerá sucessivamente aos seguintes critérios: maior nota em redação; idade do candidato (será classificado o candidato de maior idade cronológica). A relação dos aprovados será divulgada no endereço eletrônico http://www.ufopa.edu.br.

FORMAÇÕES GRADUADAS - GERAIS E ESPECÍFICAS

CENTRO

1º CICLO – FORMAÇÃO GRADUADA GERAL

VAGAS/TURNO M / V /N

CENTRO DE FORMAÇÃO INTERDISCIPLINAR

Formação interdisciplinar 1 - 400H: semestre obrigatório e comum para todos os alunos

M – 400

V – 400

N – 400

INSTITUTOS

1º CICLO – Formação Graduada Geral: Bacharelado Interdisciplinar

2º CICLO – Formação Graduada Específica: Licenciaturas Integradas e Bacharelados

CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

Licenciaturas Interdisciplinares em:

· Ciências Naturais e Matemática

· Ciências Humanas

· Linguagens e Códigos

Bacharelado Interdisciplinar em Ciências da Educação

Matemática-Física

Química-Biologia

História-Geografia

Língua Portuguesa-Inglês

Pedagogia:

· Educ. Infantil - Primeiros anos

· Educ. Especial

· Gestão e Coord. Pedagógica

Vagas / Turnos

50 M

50 V

50 N

50 N

30 V

40 M

30 N (Total 300)

BIODIVERSIDADE E FLORESTAS

Agroecologia

Química de Produtos Naturais

Agronomia

Engenharia Florestal

Zootecnia

Farmácia

40 M

40M + 40 V

40 M

40 M

(Total 200)

CIÊNCIAS DA SOCIEDADE

Estudos Jurídicos

Ciências da Sociedade

Direito

Antropologia e Arqueologia

Economia (recursos naturais)

Planejamento e Desenvolvimento Regional

50 V

50 M

50 N

50 N

(Total 200)

ENGENHARIA E GEOCIÊNCIAS

Ciência e Tecnologia

Ciências da Terra

Ciências da Informação e da Computação

Engenharia Física

Geofísica

Geologia

Ciência da Computação

50 M+50V

25 V

25 V

50 M

(Total 200)

TECNOLOGIA DAS ÁGUAS

Ciências Biológicas

Ciência e Tecnologia das Águas

Biologia (Aquática ou Vegetal)

Engenharia de Aquicultura

Engenharia de Pesca

50 M

50 M

50 V

(Total 150)

Fonte: PROEN/UFOPA

Santarém - Avenida Barão do Rio Branco. Passado e Presente

Barão do Rio Branco, em 1962. Ao lado esquerdo da pista, o terreno onde se construía o Colégio Álvaro Adolfo. A avenida era palco dos desfiles escolares, hoje realizados na avenida Tapajós. Esta foto foi publicada no blog do SílvioJr.

Avenida Barão do Rio Branco, hoje, nesta manhã de sol forte e céu azul. Pista reasfaltada, prédios ao fundo, mas a água do esgoto continua correndo a céu aberto. Calçadas ganharam oitizeiros. Muro esconde o prédio do Colégio Alvaro Adolfo. Foto: Blog do Estado.

Comando da PM manda apurar denúncia publicada pelo Blog do Estado

O comandante da PM, coronel Leitão, determinou a formação de comissão de sindicância para apurar responsabilidade pela interrupção de fornecimento de comida aos policiais militares de Santarém, conforme denúncia publicada dia 4 de agosto pelo Blog do Estado, como se lê abaixo:

PM's continuam sem fazer refeição no quartel de Santarém

Há cerca de um mês mais de 100 policiais militares fazem a refeição em casa por não haver comida no 3º Batalhão da Policia Militar de Santarém. O problema é o corte de fornecimento de carne devido à falta de pagamento. O subcomandante regional do CPR1, coronel Dourado, garantiu à reportagem desconhecer do problema. E diz que só tomou conhecimento do fato ao telefonar diante da reportagem para o coronel Mafra, comandante do 3º BPM.
A reportagem procurou o coronel Dourado para esclarecer a situação e saber quando será resolvido. Durante a ligação ele perguntou se o problema era verdadeiro tendo então a confirmação, chegou perguntar há quanto tempo isso estava acontecendo. Quis saber se o coronel Mafra havia tentando resolver o problema e comunicado o fato ao Comando Regional da Policia Militar.
Um dos questionamentos do coronel Dourado com o coronel Mafra, é que logo deveria ser resolvido, pois a imprensa já tinha conhecimento da situação. Perguntou se o problema no fornecimento era em Belém ou Santarém.
No término da ligação o coronel admitiu que estava havendo o problema e que o coronel Campos, comandante do CPR1, já tinha conhecimento da situação. Ele garantiu que iria ligar para Belém e saber o que estava acontecendo.
A reportagem apurou que o Departamento de Apoio Logístico da PM, em Belém, não pagou o fornecer de carne, que por esse motivo a empresa cortou as entregas de suprimento ao batalhão de Santarém.

Lula, o bom ditador - O debate continua

Prezado Lúcio Flávio, o debate foi interessante, porém, analisando seu artigo (LULA, O BOM DITADOR), o mesmo faz crer que a nova classe média é produto exclusivo ou em grande medida, dos programas “paliativos” do governo federal, o que destoa das constatações recentes da FGV-RJ sobre o PNAD, onde a mesma atribui ao EMPREGO COM CARTEIRA ASSINADA a principal variável explicativa para o surgimento e poder de compra desta nova classe.

O outro fator que põe em xeque vossa avaliação, quando tentar limitar programas como bolsa família a um mero instrumento assistencialista, é o fato de 2 milhões de pessoas já terem deixando o programa por conta de terem conseguindo emprego com carteira assinada, fruto da qualificação que receberam oriundos de programas complementares relacionados a qualificação e inserção profissional, formação de micro-empreendimentos, concessão de microcrédito, estratégias de apoio à aquisição, construção ou reforma de unidade habitacional.

Acredito que foi interessante a tentativa de constitui um Lula populista e ditador pai de todos, e dessa forma, sem oposição e intocável, porém nos pontos acima expostos, infelizmente forçaste a barra meu amigo. E pela forma como as coisas se dão, não creio que este governo seja um protótipo fascista moderno, constituídos de medidas remediativas que não projeta pessoas, como afirmas, o que fundamentalmente desconstitui, a abordagem, em termos gerais, de seu artigo.

Porém acredito na seriedade e imparcialidade de seu trabalho, e faço votos que continue sendo o bom jornalista que és.

Forte abraço,

Belém, 15 de Setembro de 2010

Marcello Santos Chaves
Economista

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Resposta de Lúcio Flávio Pinto:

Caro Marcelo

Você está certo e eu não estou errado. Em nenhum momento do meu artigo eu fiz a relação entre o Bolsa Família e essa "nova classe média", produto de dois movimentos: de pessoas de renda inferior que ascendem e da tradicional classe média que se empobrece. O primeiro movimento certamente supera o segundo, mas, como digo no artigo, já vimos isso antes. Não com a expressão quantitativa de hoje, que se explica pelo crescimento da população entre o "milagre econômico" do regime militar e o atual "boom", mas com características semelhantes, a maior das quais é o endividamento. Hoje mesmo a imprensa confirma o que observei no artigo: o sinal amarelo intenso da inadimplência, por conta de um crédito fácil, por ocasião da tomada, e difícil, no momento da quitação. Quanto à evolução de famílias que integravam o programa assistencial, por encontrarem emprego com carteira assinada, o que você considera expressivo eu acho de pouca significação. Compare o programa de remediação do Lula com o do Roosevelt e verá porque, a partir daí, o crescimento dos EUA, imperialismos à parte, se tornou contínuo, até o paroxismo da especulação financeira de 2008.

Não digo que o governo do Lula seja fascista. Digo que pode levar a um fascismo. Não por Dima se eleger (o artigo deixa bem claro que considero justo Lula fazer o sucessor), mas pela engrenagem corrupta e corruptora que se montou à generosa sombra dele, que nunca sabe de nada e é pai para bandidos nada deletérios. Sim, já os houve antes - e até piores. Mas o PT devia ter mudado esse aparelhamento e essa pirataria nos cofres públicos e na estrutura de poder, cada vez mais vertical e concentrada. Lula é um "bom ditador", conforme a subiedade intencional do título, porque atropela as leis, inclusive a maior, a Constituição, e tudo fica por isso mesmo, porque ele é simpático, é do povo, fala ao íntimo do povo, e a economia cresce (graças às exportações, que fizeram a delícia de Delfim Netto, especialmente de commodities não renováveis). É aquela flor arrancada do jardim e que, repetida, por falta de vigilância e controle, acaba por provocar a destruição do jardim. Como na república de Weimar, na Alemanha. Tenha como indicador dessa onda de intolerância a reação dos petistas a qualquer crítica que se faça ao cerne da questão que lhes interessa.

Obrigado por suas observações e pelo crédito.
Grande abraço,
cio

Veículos nas praias, reação dos leitores


Sobre o post Veículos nas praias Felipe Siqueira
escreveu...

Isso acabou com Salinas e Ajuruteua está indo pelo mesmo caminho.

Quando a tragédia acontecer, todos vão fingir uma surpresa detestável.

Como sempre digo: "playboy, carro e cachaça não combinam".

Cidade sem lei e sem governo

No dia 12 de agosto, a prefeita Maria do Carmo concedeu entrevista coletita à imprensa e fez duas promessas, infelizmente não cumpridas.

O assunto principal da conversa com os jornalistas aquela altura era o atraso e abandono das obras de saneamento do PAC, no bairro do Uruará, periferia de Santarém.

Na última sexta-feira, as casas construídas para abrigar os remanejados de áreas alagadas foram ocupadas por famílias de outros bairros.

Abaixo está a reprodução das promessas de Maria do Carmo:

A prefeita Maria do Carmo anunciou ainda há pouco que a prefeitura de Santarém vai assumir a vigilância das casas construidas pelo PAC no bairro do Uruará, que estão abandonadas após terem sido concluídas.

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Maria do Carmo diz que se a Mello de Azevedo não recomeçar as obras do PAC no Uruará, na próxima semana, vai rescindir o contrato com a empresa e convocar a segunda colocada na licitação ou até fazer nova licitação.

Por isso, soa estranho que somente esta semana prefeita Maria do Carmo tenha convocado às pressas o comitê gestor do PAC em Santarém para enfrentar o problema.

Bastava que Maria, deixasse a campanha eleitoral de lado, e cumprisse seu mandato de prefeito.

Do jeito que está, Santarém é uma cidade sem lei e sem governo.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Pontos e contrapontos

Francisco Rocha Junior:

Nunca é demais repetir: este blog se caracteriza pela diversidade de opinião. Diversidade entre os leitores, entre os comentaristas e, talvez principalmente, entre os editores.

Para quem acompanha o Flanar, é um caso emblemático a discussão que travei, durante algumas postagens, sobre a concessão ou não de asilo político ao italiano Cesare Battisti com nosso confrade Itajaí de Albuquerque.

Portanto, não há que causar espanto eventual discordância entre os autores do blog, que, também repito, são maiores, vacinados e, por isso, respondem plenamente por suas opiniões.

Dito isto, ressalvo meu entendimento sobre o texto a respeito do qual um anônimo, na caixa de comentários do post As Fúrias Tropicais, pediu a opinião do Itajaí. Tratava-se de um trecho do artigo “Lula, o Bom Ditador”, que o jornalista Lúcio Flávio Pinto publicou em seu Jornal Pessoal da 2ª quinzena de agosto último, e que foi republicado no site do O Estado do Tapajós, do também jornalista santareno Miguel Oliveira. A seguir, a parte transcrita pelo anônimo:

Lula é aquilo que, abusando do jargão, se passou a chamar de “força da natureza”. É uma esplêndida culminação de instintos vitais. Mas sem a menor condição de autoconhecimento, de reflexão e de análise. Sua maior malignidade está em se infiltrar sem ser percebido. E, mesmo sendo impossível, passar a ser aceito como normal.

Tomado fora do contexto, a redação causou no poster do Flanar indignação, que ele expressou na postagem Um Curioso Exemplo de Higienismo na Política Brasileira. Aqui, para mim, está o primeiro motivo de discordância com meu companheiro de blog: não se pode tomar um texto por parte dele. Não se pode criticá-lo a partir de mera análise descontextualizada, sob risco de incorrer no mesmo equívoco dos cegos da fábula, que tomaram um elefante por tudo aquilo que ele não era.

Mas assim fez meu caríssimo Itajaí. E por isso desconsiderou a análise – para mim, perfeita – que LFP fez a respeito do alcance que esta quase unanimidade do presidente Lula traz para a crítica política brasileira. O artigo espelha o que penso a respeito do tema, focando a absoluta indigência de posicionamento, de crítica e até mesmo de marketing que a oposição brasileira tem revelado nestas eleições.

É preciso, é necessário, é imprescindível para a democracia que haja o contraponto. Lula e o Partido dos Trabalhadores não são a nona maravilha do mundo moderno. Dentre outras coisas, Lula foi incapaz de romper com o modus operandi político das elites brasileiras: teve que se vergar a elas, atraindo para seu lado, em nome da quase maldita governabilidade, gente da estirpe de Jader Barbalho, José Sarney, Renan Calheiros e Fernando Collor. Traiu, na verdade, a esperança de milhões que queriam mudanças no modo de fazer política quando, sob a luz inevitável dos holofotes, mostrou que o PT trata a máquina administrativa exatamente como PFL, PMDB, PTB e até o próprio PSDB o fazem: para multiplicar e manter o poder.

Claro que o governo Lula tem seus méritos. Um deles, atacar aquilo que os governos sociais-democratas não conseguiram (ou não quiseram): aplacar a fome da população. Mas esta não pode ser uma justificativa suficiente para que se esqueçam os inúmeros erros, por inconsequência, omissão ou deliberação, que o governo petista cometeu. Aí deveria estar a oposição para, se responsável fosse (ou se tivesse moral), levantar o debate.

Por tudo isso, a figura do bom ditador é paradigmática. Mas se a oposição deve ser contraponto, a situação também deveria por a mão na consciência e, se fizer a crítica interna das ações e omissões do governo, expô-la ao respeitável público. Afinal, se o PT foi o maior algoz de Rubens Ricúpero no hoje já histórico “escândalo da parabólica”, parece não ter querido aprender a lição pela experiência dos outros.

Ibama diz que ainda não recebeu pedido de Belo Monte

LEONARDO GOY

Agencia Estado

BRASÍLIA - O presidente do Ibama, Abelardo Bayma, disse hoje que a Norte Energia, empresa responsável pelo projeto da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), ainda não entregou ao órgão toda a documentação necessária para a emissão de uma licença ambiental provisória que autorize a instalação do canteiro de obras. "Estamos aguardando que a empresa dê entrada com esse material na semana que vem", disse Bayma, após participar de solenidade de lançamento do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas do Cerrado (PPCerrado).

Segundo Bayma, os empreendedores participaram com o Ibama, há 15 dias, de uma reunião na Casa Civil onde manifestaram interesse em obter uma licença de instalação para o canteiro de obras, antes da licença mais ampla para toda a obra. De acordo com ele, somente após ter todos os documentos em mãos, é que o Ibama terá condições de julgar a qualidade do material apresentado para decidir se libera ou não a licença.

A estratégia de pedir uma licença provisória para o canteiro é uma maneira de tentar começar o quanto antes as obras de Belo Monte. O objetivo da Eletrobras, estatal que na prática lidera o consórcio, é começar os trabalhos ainda neste mês, cronograma que está cada vez mais difícil de ser cumprido. Questionada sobre eventuais prazos para a liberação da licença, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, preferiu não fazer previsões.

A licença provisória de canteiro foi usada, por exemplo, no projeto da usina de Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia. Naquele caso, como os empreendedores alteraram o local de construção da barragem, a licença completa para a obra demoraria mais para sair. Por isso, a solução naquela ocasião foi liberar uma licença para o canteiro.

Veículos nas praias

José Olivar:

Os motoqueiros e veículos traçados que infestam as praias de Santarém nesta época do ano, fazendo das mesmas, pistas de corrida colocando em perigo todos os banhistas que aos domingos e feriados se dirigem para o único lazer que dispõem.
No feriado de 07 de setembro pude constatar o desprezo dos condutores desses veículos para com a vida dos banhistas. Muito mais que antes, reforço meu apoio aos reclamos dos que defendem uma praia livre de veículos e faço aqui um apelo às autoridades policiais para se deslocarem até estas praias e lá apreenderem motos e automóveis. Do contrário, não demorará muito e vamos registrar acidentes horríveis. É só esperar!

II Fórum Nacional de Conflitos Agrários

Quinta, sexta-feira e sábado está acontecendo em Belém, o II Fórum Nacional de Conflitos Agrários, reunindo mais de dois mil participantes no Hangar Centro de Convenções da Amazônia. O anfitrião do evento foi o Tribunal de Justiça do Estado do Pará, que reuniu representantes dos três Poderes da República, além de especialistas e outros convidados envolvidos com a questão fundiária no Brasil.

II Fórum Nacional de Conflitos Agrários

Quinta, sexta-feira e sábado está acontecendo em Belém, o II Fórum Nacional de Conflitos Agrários, reunindo mais de dois mil participantes no Hangar Centro de Convenções da Amazônia. O anfitrião do evento foi o Tribunal de Justiça do Estado do Pará, que reuniu representantes dos três Poderes da República, além de especialistas e outros convidados envolvidos com a questão fundiária no Brasil.

Lula, o bom ditador - A controvérsia unilateral

O artigo de Lúci Flávio Pinto, 'Lula, o bom ditador", publicado aqui no Blog do Estado, provocou as mais controversas reações, mas nenhum ao ponto a que chegou Itajaí Albuquerque.

Por se tratar de uma análise unilateral feita por Itajaí a partir de um pequeno trecho do artigo de Lúcio Flávio Pinto, publicado originalmente no Jornal Pessoal, e sua recusa em publicar a resposta do autor do texto, o Blog do Estado se vê na obrigação de publicar os dois lados dessa polêmcia para que, você leitor, tire suas próprias conclusões.

Escreveu Lúcio Flávio Pinto:

Um amigo me surpreendeu ao enviar, hoje, um comentário de Itajaí Albuquerque a partir de trecho da minha matéria de capa sobre o Lula na última edição do Jornal Pessoal (uma nova deverá estar nas bancas amanhã). Peço a quem receber esta mensagem que a leia com atenção e, querendo, a comente e difunda. Acredito que ajudará a pensar sobre o grave momento que o país atravessa neste período eleitoral.

Escreveu Itajaí Albuquerque no Blog Flanar:

Em comentário à postagem As Fúrias Tropicais, pediram-me opinião sobre o seguinte texto: Lula é aquilo que, abusando do jargão, se passou a chamar de “força da natureza”. É uma esplêndida culminação de instintos vitais. Mas sem a menor condição de autoconhecimento, de reflexão e de análise. Sua maior malignidade está em se infiltrar sem ser percebido. E, mesmo sendo impossível, passar a ser aceito como normal.
Eu não sei exatamente a procedência do texto, mas qualquer que seja a origem dele é de pouca importância para responder o que me foi solicitado. De cara observamos que o parágrafo apresentado exemplifica um viés ideológico do autor (a), ao apresentar uma visão estereotipada do presidente Lula. Chamam a atenção os elementos textuais que tem correspondência com às idéias dos higienistas raciais que contaminaram vergonhosamente a ciência desde os meados século XIX e levaram aos desvios éticos da eugenia no século XX. Os termos "força da natureza" e "culminação de instintos vitais", "malignidade", "infiltrar", "normal" remetem com força à linguagem própria dessas disciplinas que deram sustentáculo ao nacional-socialismo alemão e seus conhecidos crimes contra a Humanidade.
Para clarificar melhor o conteúdo narrativo do texto, cito Roso e colaboradores*, que descrevem de forma aguda a fisiologia do estereótipo: estereotipar faz parte da manutenção da ordem social e simbólica, estabelecendo uma fronteira entre o “normal” e o “desviante”, o “normal” e o “patológico”, o “aceitável” e o “inaceitável”, o que “pertence” e o que “não pertence”, o “nós” e o “eles”. Estereotipar reduz, essencializa, naturaliza e conserta as ‘diferenças’, excluindo ou expelindo tudo aquilo que não se enquadra, tudo aquilo que é diferente.
Podemos contextualizar os elementos dessa explicação no exemplo a seguir, extraído de "Minha Luta" (Mein Kampf), opera omnia de Adolf Hitler: As qualidades intelectuais do judeu formaram-se no decorrer de milênios, Ele passa hoje por "inteligente" e o foi sempre até um certo ponto. Somente, sua compreensão não é o produto de evolução própria, mas de pura imitação.
Minha opinião, portanto, quanto ao parágrafo que me foi solicitado comentar, é a constatação do quanto a paixão política pode levar as pessoas ao exercício das mais baixas inspirações ideológicas.

*Cultura e Ideologia: A Mídia Revelando Estereótipos Raciais de Gênero.

Postado por Itajaí de Albuquerque
Lamentável. Fica mantida a análise publicada

Anônimo das 23:50, publicaremos sua postagem quando ela trouxer elementos que justifiquem sua afirmação.

Anônimo disse..

Tenho 61 anos, 45 de jornalismo, e nunca jamais, para citar o Lula, alguém me havia feito acusação tão grave quanto fez o Itajaí nessas poucas linhas, a partir de um mínimo trecho de um artigo bem maior, concatenado entre vários parágrafos em defesa de uma tese. Por ele, deixei escapar meus instintos mais satânicos: nazismo enrustido, higienismo, preconceito et caterva. Tudo isso por fanatismo anti-Lula, a quem eu imaginava ter analisado com todo empenho da minha inteligência. Deixo ao distinto público, se é que me conhece de fato, fazer seu juízo a respeito da acusação (acusação, não: sentença inquisitorial). Sobre o Itajaí, eu já fiz o meu. Seu texto dogmático diz tudo, para mim, sobre sua seriedade intelectual e condição humana. Um abraço, Lúcio Flávio Pinto

Itajaí de Albuquerque
disse...

De minha parte, e acredito que acompanhado por segmento dos teus leitores, aguardamos um texto que supere esse que infelizmente tu escreveste, sei lá porque sem a seriedade intelectual que evitasse a dura análise que fiz.

Escreveu Lúcio Flávio Pinto:

Logo em seguida mandei novo comentário (segue abaixo), que até agora não foi aceito no blog. Nem minha cobrança de publicação foi respondida. Pelo que decidi tornar pública a controvérsia, para que mais pessoas possam se manifestar.

Tenho 61 anos, 45 de jornalismo, e nunca jamais, para citar o Lula, alguém me havia feito acusação tão grave quanto fez o Itajaí nessas poucas linhas, a partir de um mínimo trecho de um artigo bem maior, concatenado entre vários parágrafos em defesa de uma tese. Por ele, deixei escapar meus instintos mais satânicos: nazismo enrustido, higienismo, preconceito et caterva. Tudo isso por fanatismo anti-Lula, a quem eu imaginava ter analisado com todo empenho da minha inteligência. Deixo ao distinto público, se é que me conhece de fato, fazer seu juízo a respeito da acusação (acusação, não: sentença inquisitorial). Sobre o Itajaí, eu já fiz o meu. Seu texto dogmático diz tudo, para mim, sobre sua seriedade intelectual e condição humana. Um abraço, Lúcio Flávio Pinto
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Nota do editor: LFP avisa que o comentário já foi postado. Menos mal.
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Atualização às 16h34:
O gentleman Francisco Rocha Junior, um dos titulares do Blog Flanar, faz os seguintes esclarecimentos:

"Caro Miguel,

Cumpre-me esclarecer que o comentário do Lúcio demorou a ser publicado por um motivo muito simples: temos uma regra interna, no Flanar, de que somente o "dono" do post modere seus comentários. Como todos temos outras ocupações, às vezes a moderação dos comentários fica um pouco lenta. Foi só este o motivo na demora.
Peço-lhe, portanto, que se possível publique este esclarecimento com o mesmo destaque dado à crítica na não liberação do comentário.
Abraço cordial.
Francisco Rocha Junior "

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Lúcio Flávio Pinto volta a escrever sobre a polêmica:

Só uma dúvida final e derradeira, Itajaí: leste o texto completo? Infelizmente, não sou leviano o bastante para, tendo escrito o que escrevi, substituí-lo por outro artigo, só porque consideras que meu texto não tem a seriedade que exiges para me poupar da tua dura análise (profeta do dura lex, sed lex). O que eu repeti do Lula no último JP não é novidade. Já escrevi isso várias vezes, sem merecer tão duras - e, a meu ver, inconsistentes e absurdas - acusações. O que mudou é a campanha eleitoral. Estás nela. Eu. não. Continuo fiel ao jornalismo que sempre fiz. Não o pratico para agradar a "a" ou "b", seja quem for, dono do poder ou seu áulico, intelectual ou operário. O que tento é me aproximar da verdade, expondo meus argumentos e os fatos em que se baseiam. A tua é outra. Podes ficar com ela que eu fico com a minha. E os leitores, que se manifestem, conforme suas próprias visões. Não sei se eles te deram procuração para falares por eles. Abraço a todos. Lúcio Flávio Pinto

Zé Dirceu, o comandante em chefe, o capitão do mato

Do Espaço Aberto:

Zé Dirceu é mesmo uma parada.
Gostemos ou não de Dirceu, convém respeitarmos o Zé: quando ele fala, não costuma fazê-lo por meias palavras.
Todo mundo entende logo.
Pois quando fala, claramente e sem rodeios, convém que lhe respondam da mesma forma, claramente e sem rodeios.
Dirceu foi a Salvador e, ontem à noite, mandou ver.
“O problema do Brasil é o monopólio das grandes mídias, o excesso de liberdade e do direito de expressão e da Imprensa", disse ele.
Viram?
Foi o que disse.
Claramente e sem rodeios.
Grande Zé!
Grande Dirceu!
Zé Dirceu tem razões, claro, de achar que “o excesso de liberdade e do direito de expressão e da Imprensa” é um problema.
Dirceu é ex-ministro.
Está sendo processado no Supremo como o condestável do Mensalão.
No esquema do Mensalão, ele despontou como o comandante em chefe (agora sem hífen, vocês sabem).
Como mensaleiro, notabilizou-se como o capitão do mato.
Se não fosse a liberdade de Imprensa, Zé Dirceu seria a Dilma hoje.
Provavelmente, seria o candidato de Lula a presidente da República.
Se não fosse a Imprensa que o denunciou, talvez Dirceu mantivesse o esquema pelo qual foi denunciado pelo Ministério Público e está sendo processado.
Se não fosse a Imprensa e suas liberdade, Zé Dirceu precisaria de mais um Brasil e umas quatro ou cinco Cubas para abrigar as extensões de sua arrogância e do seu quilométrico desprezo a um dos valores maiores de qualquer democracia: a liberdade de Imprensa.
Se não fosse a liberdade de Imprensa, Dirceu não teria um blog, onde diz o que quer, quando quer e como quer.
Se não fosse a liberdade de Imprensa, Dirceu não abrigaria em seu blog colabores e autores de convicções que não comungam, como ele, do “monopólio das grandes mídias”.
Se não fosse a liberdade de Imprensa que existe no Brasil, Dirceu não teria como contrapô-la ao ferrolho verbal, aos freios de expressão, ao monopólio oficial, ao monopólio governamental da informação que existe em Cuba, para onde o Zé viaja para espairecer sob o tacão de uma ditadura assassina, todas as vezes em que o excesso de liberdade o exaspera.
Se não fosse a liberdade de Imprensa, não teríamos como mandar Dirceu pra Pasárgada.
Lá, como amigo do rei, ele poderia ser tudo.
Até ser Zé Dirceu.
O ex-ministro.
O líder do PT.
O factótum do governo Lula.
O comandante em chefe do Mensalão.
O capitão do mato dos mensaleiros processados no Supremo.
O cara que só não é a Dilma de hoje porque a liberdade de Imprensa lhe conteve os passos e as pretensões.
Claramente é isso.
Sem rodeios, é assim.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Nada mudou

Sob o título "O bate-papo", publiquei a crônica abaixo em junho de 2008.

Constato que, pelo acirramento da disputa eleitoral, quase nada mudou.

Vale a pena reler esse texto, para reflexão:

Quem tem arcano tem que saber guardá-lo. Quando duas pessoas compartilham do mesmo segredo, já não é mais segredo, dizia meu velho pai. Por isso, sentar à mesa de bar, para aquele bate-papo semanal, tem lá suas precauções.

Reporto-me a esse fato para recordar minha última estada no terrace do Bar Mascote, sexta-feira última, como não fazia há vários meses.

Partilhei com o casal Ary e Rosa e mais tarde com o ex-pescador de aviú José Ronaldo de momentos agradáveis. Foi de um malabarismo danado a escolha dos assuntos. Um amigo comum ligou para um dos convivas como que com a intenção de auscultar o ambiente. Desistiu de se juntar ao grupo, talvez se precavendo de maledicências políticas.

Todo ano de eleição é assim mesmo. Todo mundo pensa logo que um simples bate-bato é uma confabulação, a preparação de uma revolução, montagem de uma sabotagem e por aí vai.
Mal sabem esses senhores que em mesa de bar se conversa de tudo. Ali não é o local para a revelação de segredos profissionais e nem tão pouco para confidências políticas.

Mas o leitor que agüentou ler esta crônica até esta parte já deve estar se perguntando do porquê de todo esse preâmbulo. Com justa razão já deve estar pensando que este cronista não tem assunto melhor para abordar.

Mas o objetivo é bem outro, senão o de estimular o bate-papo em mesa de bar, lanchonete ou restaurante. E também à porta de casa, como antigamente.
À sua mesa, invariavelmente, chegam até você as mais desencontradas notícias, gente interessante, mas também algumas novas inconvenientes.

Na mesa de bar se sabe que um artesanato hippie vendido a menos que um prato de comida custa não menos que cem reais em quaisquer butiques. Que há instantes uma menina fugitiva do abrigo municipal tinha passado por ali, driblando a fiscalização do conselho tutelar. E ser surpreendido com a chegada de uns 'piratas' de araque indagando onde está o ouro.
Mas o gostoso mesmo é rememorar fatos pitorescos do passado já distante. E ouvir, de um dos transeuntes por entre as mesas, que gostou do que foi escrito ou mesmo que há uma pequena imprecisão em minhas narrativas semanais.

Nesse ponto, Ari me acompanha com sua boa memória e sua desenvoltura em conversar tanto sobre assuntos cibernéticos quanto à degustação de uma boa cerveja. Com apurado paladar, o meu amigo fez suas considerações sobre a mais nova marca do mercado do malte espumado. Eu aqui, resistindo à tentação, saboreando àquela altura uma caipirinha sem açúcar.

Naquela noite, depois de conversar vários assuntos do cotidiano, Ary fez-me uma cobrança de maneira elegante, preocupado com a forma acanhada com que tenho me inserido no mundo cibernético. Uma observação dele me deixou pensativo: que o nosso jornal, possuidor de um dos maiores acervos de textos e fotografias de Santarém e da região, precisava colocar à disposição do internauta todo esse material. E ganhar dinheiro com isso também.

Mas a provocação de Ary ainda não me fez repensar a forma retraída com que me posto diante da internet, talvez por ainda ser, apesar de ainda não está na fase dos cinqüentões, um dos jovens dinossauros do jornal impresso.
É aqui que me encontro comigo mesmo e com vocês, leitores.

MRN é finalista no Prêmio Aberje 2010

A Mineração Rio do Norte é uma das três finalistas do Prêmio da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial - Aberje 2010 (Regional Norte/Nordeste) com o case “Mineração Rio do Norte 30 Anos. Muitas histórias, um só lugar”. O trabalho concorre na categoria Comunicação e Relacionamento com o Público Interno e foi produzido pela agência Temple Comunicação, de Belém, com a coordenação da Assessoria de Comunicação da MRN.
A campanha em comemoração pelos 30 anos de operações da MRN foi realizada ao longo de 2009 com diversas ações envolvendo os empregados da mineradora de bauxita, além da comunidade de Porto Trombetas. Jornal interno especial de 30 anos, promoção voltada para o público interno, série de curiosidades sobre a história da empresa divulgadas via Intranet, Jornal Mural e Outlook, produção de vídeo especial sobre a data, concurso de redação, início da homenagem aos empregados com 30 anos de empresa e show gratuito com a presença de uma banda nacional foram algumas das principais ações da campanha. Os empregados foram os grandes destaques na produção dos materiais.

Os malefícios causados pelos cartolas ao São Raimundo

Leia matéria especial na edição de sábado do jornal O Estado do Tapajós.
Imperdível.