Lúcio Flávio Pinto
Sou sócio remido do Clube do Remo. Mesmo assim, decidi colaborar quando recebi a primeira cartela para fazer depósitos em benefício do clube. Nunca recebi a prestação de contas da campanha. Por isso, joguei fora o segundo carnê, quando me chegou.
Minha ligação com o Remo era através da natação, que era rentável e eficiente ao tempo em que freqüentava a piscina, embora a água sempre deixasse muito a desejar, como o vestiário. Mesmo assim, o velho servidor que nos atendia invariavelmente estava com salário bem atrasado. Alguma “vaquinha” era organizada para que se alimentasse. O departamento se mantinha graças à abnegação, quase heróica, de alguns dos seus integrantes.
As atenções da direção se voltavam apenas para o futebol. Com a total falência e descrédito do Remo em chuteiras, proponho que se pratique agora uma política salvadora, de terra arrasada, com aquela bomba neutra que os americanos inventaram para matar pessoas sem destruir instalações físicas.
Mandar todo mundo embora, de jogadores a cartolas, fazer a convocação de jovens que se sintam honrados ao envergar o uniforme do time, dar-lhes as melhores condições possíveis para se adestrarem como atletas, supervisionados por gente competente e honesta, e apostar na prata da casa para o retorno do Clube do Remo às trilhas da sua história gloriosa.
Tudo novo. Todos comprometidos com a dignidade de uma autêntica instituição da terra. Ainda que haja choro e ranger de dentes, faça-se a mudança radical. As pessoas passam. A instituição é permanente.
3 comentários:
NÃO sei se a mudança sugerida pelo jornalista de fato vai fazer os efeitos desejados, porém, concordo que se deve URGENTEMENTE fazer algo de radical, nem que para isso tenha de se negociar um patrimônio do Clube.
Como torcedor remista desde os temos de criança, lamento que o time do meu coração tenha chegado ao fundo do poço
Caro Editor
O jornalista Lúcio Flavio traça com realidade como se encontra o atual estágio do futebol brasileiro. Clubes com camisa como o Remo se encontra nesse fundo do poço, sem qualquer atividade até o próximo ano, graças a uma série de fatores que passam pela incompetência administrativa, o comércio desenfreado que se tornou o futebol brasileiro, a falta de recursos, e por aí vaí.
Se num clube da capital com possibilidades de muito mais recursos, há um clamor para que se comece tudo de novo, comece com jogadores da base que poderão trazer muito mais retorno ao clube, como é que em clubes do interior do estado, que disputam campeonato a mil km de distância e seu único meio de transporte é o áereo, possuem uma capacidade de absorver recursos limitados, ainda pensam em continuar trabalhando com profissionais, alguns veteranos, rodados e gastando fortunas com retorno pífio.
É ou não é para se pensar mas pensar com a razão e não com a paixcão?
Forte abraço
Antenor Pereira Giovannini
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