quinta-feira, 8 de maio de 2008

Nadadora santarena na seleção paraense

A nadadora santarena Helen Leal Ferreira foi selecionada para integrar a seleção paraense que participará do Troféu Nilton Medeiros (Campeonato Norte/Nordeste de Natação), que acontece em Salvador, de 22 a 25 de maio.
Foto: Ronaldo Ferreira

Presidente Lula confirma visita ao Pará

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta quinta-feira (08) à governadora Ana Júlia Carepa que virá ao Estado do Pará no dia 30 de maio para lançar o Programa "Um Bilhão de Árvores" e participar da primeira reunião do Fórum de Governadores da Amazônia, idealizados pelo governo do Estado. Lula reuniu-se com os governadores da Amazônia antes do lançamento do Programa Amazônia Sustentável (PAS), no Palácio do Planalto.
Em nome dos nove governadores dos Estados amazônicos, Ana Júlia Carepa entregou a Lula um documento que informa a criação do Fórum de Governadores. Ela convidou o presidente a participar da primeira reunião do Fórum, programada para o dia 30 deste mês, em Belém. Lula não apenas aceitou o convite como decidiu incluir na agenda uma visita às obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). I
nformado por Ana Júlia Carepa de que o governo do Pará prepara-se para lançar uma versão estadual da campanha internacional "Um Bilhão de Árvores", do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o presidente da República propôs para que o lançamento do programa coincidisse com a sua visita à capital paraense. A governadora concordou.S
egundo a governadora, o programa paraense é ainda mais ambicioso que o das Nações Unidas. "A ONU tem como meta o plantio de um bilhão de árvores em todo o planeta. Mas o governo do Estado decidiu ir além e vai propor o plantio de um bilhão de árvores em território paraense", disse.
Outro compromisso do presidente Lula na capital paraense será a instalação do Conselho Deliberativo da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Do Conselho participam os governadores dos nove Estados da Amazônia Legal.
(Fonte: Agência Pará)

Ar puro prejudicará a Amazônia

Jornal do Brasil

O ar mais puro, resultado da redução na queima de carvão, pode ajudar a destruir a Amazônia este século, sustenta um estudo publicado ontem na revista Nature. Os autores defendem uma ligação entre a redução das emissões de dióxido de enxofre – provenientes da queima de carvão – e o aumento das temperaturas nas águas do Atlântico Norte. O oceano mais quente elevaria o risco de secas na Floresta Amazônica, afirmam, porque altera o regime de chuvas.
– Geralmente a poluição é algo ruim mas, nesse caso, melhorar a qualidade do ar pode ironicamente levar à seca na região – defende Peter Cox, pesquisador da Universidade de Exeter, no Reino Unido, que liderou o estudo.
Os pesquisadores usaram um modelo que simulou os impactos da mudança climática na Amazônia e comparou com dados da seca de 2005, que devastou parte da mata.
O programa é capaz de projetar o impacto dos aerossóis no clima da Amazônia. Apesar de serem contaminantes, a pesquisa demonstrou que esses produtos limitam indiretamente o impacto das mudanças climáticas já que, ao refletirem a luz do sul, evitam o aquecimento da superfície terrestre.
Nos anos 70 e 80, segundo o estudo, altas concentrações de aerossol nas áreas industrializadas do Hemisfério Norte contiveram os efeitos das mudanças climáticas nas águas do Atlântico Norte, provocando mais chuvas sobre a Amazônia. Contudo, as reduções das emissões de dióxido de enxofre das fábricas leva a uma diminuição dos níveis de aerossol, provocando o aquecimento das águas do Atlântico. Como conseqüência, os parâmetros de chuva se modificaram e em 2005 houve a forte seca da Amazônia.

Quinto licenciamento de veículos termina na sexta-feira

Termina nesta sexta-feira (9) o prazo previsto para quitação do licenciamento dos veículos de placas terminadas em 53, 63, 73, 83 e 93. Os proprietários que receberam em suas residências o boleto pelos Correios podem efetuar o pagamento sem multa.
Quem não tiver o boleto deve acessar o site www.detran.pa.gov.br.
O pagamento pode ser feito em qualquer agência bancária.
A quitação tranquiliza o proprietário do veículo durante abordagens externas dos órgãos que compõem o Sistema Nacional de Trânsito, como a Polícia Rodoviária Estadual, Polícia Rodoviária Federal, Companhia de Transportes doMunicípio de Belém (Ctbel), Detran e Departamentos Municipais de Trânsito (Demutrans). O não pagamento do licenciamento acarreta acréscimo de R$ 5,53 até 30 dias de atraso.
(Fonte: Agência Pará)

Memória de Santarém - Lúcio Flávio Pinto


Acontecimentos de 1960

A volta dos ladrões
Em março de 1960, O Jornal de Santarém observava que ladrões voltavam a agir na cidade, como fizeram dois meses antes. Numa noite assaltaram o estabelecimento comercial de Gentil & Cia., carregando 180 mil cruzeiros do cofre, que, "por descuido", não fora trancado com o segredo. No dia seguinte o assalto foi à casa do "alto funcionário" da firma I. B. Sabbá, Laíre Cavalero, na rua Floriano Peixoto. Os ladrões levaram 27 mil cruzeiros, que estavam no bolso da calça do dono da casa.A ladroagem ainda era amadora.
Vandalismo
De O Jornal de Santarém de março de 1960:
Um indivíduo qualquer, naturalmente desses que possuem a alma denegrida pela perversidade, algum vagabundo noturno, penetrou às caladas da noite de quinta-feira última no cemitério de N. S. dos Mártires com a finalidade profanadora de quebrar as cruzes de mármore, que guarneciam os mausoléus das sepulturas dos srs. Germano de Sena Gentil e d. Eponina Coelho Gentil, sogros do sr. Aderbal Tapajós Caetano Corrêa.
Não se pode atinar que estranho prazer poderia ter sentido esse abutre com forma humana, em destruir duas cruzes, que por serem cruzes representam o símbolo da cristandade, o que naturalmente não está na compreensão desse vândalo, capaz de cometer profanação maior, violando sepulturas, perturbando nesse prazer macabro o dono eterno dos mortos.Precavenha-se porém esse cretino, porque as providências estão tomadas para apanhá-lo noutra investida condenável.
Estrada
O vereador Júlio Walfredo Aguiar pediu ao presidente Juscelino Kubitscheck, em junho de 1960, "solicitando que logo após o término da Estrada Acre-Brasília sejam os topógrafos e seus equipamentos transferidos para dar início da estrada Santarém-Cuiabá, o que vem concretizar a aspiração desta Amazônia lendária e esquecida". O requerimento foi aprovado por unanimidade pela Câmara Municipal.
Porto
A Grubima (Grumbiff do Brasil S/A) foi a vencedora da concorrência aberta em 1960 pela SPVEA (Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia) para elaborar os projetos para a construção do porto de Santarém. Venceu outras duas empresas, que também apresentaram propostas, com o valor de 8,37 milhões de cruzeiros.
Mojuí dos Campos
Em março de 1960 o governador Moura Carvalho baixou ato criando a Colônia Agrícola de Mojuí dos Campos, um centro de produção agrícola formado por imigrantes nordestinos em terras férteis do planalto santareno, à margem de um igarapé de água corrente e limpa. Nessa época, por causa do desenvolvimento do núcleo, nele já se haviam instalado oito casas comerciais. O seu representante político era o vereador Júlio Walfredo de Aguiar, também de origem nordestina e do mesmo partido do governo do Estado, o PSD (Partido Social Democrático).

89% da população de Juruti apóiam o empreendimento mineral da Alcoa

Paulo Leandro Leal
EcoAmazônia

A maioria esmagadora da população do município de Juruti, no Oeste do Pará, é favorável à implantação da mina de bauxita da Alcoa. Pesquisa realizada pelo Ibope em janeiro deste ano a pedido da empresa, divulgada esta semana, revela que 89% dos moradores apóiam o empreendimento mineral e que, portanto, apenas 11% da população mais diretamente afetada pelo projeto são contra a sua instalação.
Segundo o Ibope, 54% da população jurutiense são expressamente favoráveis ao empreendimento e outros 35% dizem aceitar o projeto e não manifestam nenhuma restrição ao mesmo. A pesquisa revelou ainda que 61% da população afirmam que as obras de implantação da mina melhoraram a sua vida e de sua família. 64% vêem o empreendimento como importante para si e seus familiares, 76% consideram importante para o desenvolvimento de Juruti e 79% julgam o projeto importante para o Estado do Pará.
"O resultado desta pesquisa vem, sem dúvida, confirmar o apoio popular ao nosso projeto, que já havia sido demonstrado por ocasião das audiências públicas realizadas em 2005, em Juruti, Belém e Santarém, que contaram com a participação de mais de seis mil pessoas", comemora Franklin Feder, presidente da Alcoa na América Latina. Para Feder, os resultados também coroam os intensos esforços da empresa no sentido de assegurar o bom entrosamento e a parceria entre a comunidade local, o poder público estadual e do município e as organizações não governamentais, no sentido de proporcionar a melhora sustentável da qualidade de vida da população de Juruti.
De acordo com o Ibope, as opiniões se baseiam em diversos benefícios citados pelos entrevistados, desde a geração de empregos e as melhorias na infra-estrutura urbana e rural, até os investimentos realizados pela Alcoa na qualificação profissional e no fortalecimento do sistema de saúde pública. A geração de emprego e aumento de oportunidades para a população local foram lembrados por 55% dos entrevistados. Melhorias em ruas e estradas por 34%. Ações na área da educação, como cursos profissionalizantes, por 17%.
Outro resultado importante é que mais de 80% dos jurutienses consideram a Alcoa uma empresa honesta, que paga os seus impostos, competente e séria e que presta serviços de qualidade. Outros 70% acreditam que a empresa é de confiança e chega a 77% o índice dos que acham que a Alcoa respeita as leis. Com relação ao meio ambiente, 68% dos entrevistados avaliam que a mineradora é preocupada com a questão ambiental e a maioria concorda que a empresa busca devolver ao meio ambiente tudo o que dele retira.
As ações da Alcoa na área de responsabilidade social também foram aprovadas pela população de Juruti. 94% da população avaliam que a empresa gera muitos empregos e destacaram benefícios como o desenvolvimento da mão-de-obra local e o apoio ás áreas de cultura, educação e saúde. Para a direção da empresa, os resultados mostram que a Alcoa está no caminho certo na busca pela implantação de um projeto de mineração que seja modelo de sustentabilidade e desenvolvimento para a Amazônia.
Lideranças - Além de levantar a opinião da população de Juruti sobre o projeto da Alcoa, o Ibope fez entrevistas qualitativas junto a jornalistas, políticos e lideranças comunitárias e empresariais de Juruti, Santarém e Belém. Esta pesquisa qualitativa revelou que os formadores de opinião avaliam o empreendimento como irreversível, que Juruti passa por um acentuado processo de transformação e que será possível fazer um antes e um depois. O aumento da atividade econômica, a chegada de empresas grandes, obras de infra-estrutura antes impensáveis e novas oportunidades de emprego e renda são apontados como pontes fortes do projeto.
Os formadores de opinião entrevistados pelo Ibope demonstraram algumas preocupações com relação à implantação da mina de bauxita da Alcoa em Juruti. A principal delas é o crescimento muito rápido da região e os problemas ocasionados pela implantação de grandes projetos. No entanto, as lideranças destacaram as ações da empresa para evitar estes problemas, como a formação de grupos de trabalho, a integração com a comunidade e a criação do Conselho Juruti Sustentável.
A presidência da empresa garantiu que as ações que levaram a este alto índice de aprovação serão mantidas e aprofundadas. "Continuaremos a agir, como vimos fazendo até agora, de maneira a assegurar que, sempre como hoje, faremos por merecer este apoio da população ao nosso empreendimento em Juruti", finaliza Franklin Feder.

Governo quer agilizar andamento da Usina Hidrelétrica de Belo Monte

O governo está trabalhando para que os estudos de viabilidade para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), possam ser realizados. A informação foi dada nesta quarta-feira (7) pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao participar de audiência pública da Comissão de Serviços e Infra-Estrutura do Senado para apresentar o andamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Segundo Dilma, a intenção do governo é que o leilão da usina seja realizado em outubro de 2009. A usina deverá gerar 11,1 mil megawatts a partir de abril de 2014. E
m abril deste ano, a Justiça Federal do Pará suspendeu, liminarmente, os estudos de viabilidade da hidrelétrica. O investimento em hidrelétricas previsto no PAC é de R$ 57,4 bilhões, sendo que R$ 32 bilhões d
everão ser investidos até 2010. O PAC inclui 58 empreendimentos na área, com a geração de 29,7 mil megawatts.
Segundo a ministra, a geração de mais 48 mil megawatts estão em fase de estudos de viabilidade ou elaboração de inventário pelo governo. “Isso é fundamental para o futuro da geração de energia do país”, ressaltou. Dilma disse que o PAC tem quase 7 mil ações e investimentos de R$ 504 bilhões nas áreas logística, energética, social e urbana.
A ministra destacou que serão investidos R$ 33,4 bilhões em duplicação, construção e concessão de estradas. Segundo ela, mais 7 mil quilômetros serão licitados. O PAC foi lançado em janeiro de 2007 com o objetivo de consolidar a agenda de desenvolvimento econômico e social do país, acelerar o crescimento da economia, aumentar o emprego e a renda e manter a solidez nas contas externas e na inflação.
No final de janeiro deste ano, durante o balanço de um ano do lançamento do PAC, o Comitê Gestor do programa divulgou que 86% das ações previstas apresentavam andamento adequado. À época, 12% das obras exigiam atenção e 2% estavam com ritmo de execução considerado preocupante.
Em 2007, o governo federal destinou R$ 16,5 bilhões do Orçamento Geral da União para investimentos no PAC. Desse total, 97% foram empenhados até janeiro deste ano.
(Fonte: Radiobras)

Doença da gente

Primeiro foi a dengue.
Agora é a conjuntivitide.
Eta, doença da cidade da gente.

Viagens intermunicipais podem ficar mais caras

Alessandra Branches
Repórter

As embarcações que fazem linha para os municípios vizinhos podem encarecer o preço das passagens devido ao aumento do óleo diesel. A previsão é de que o reajuste de R$ 1,95 para R$ 2,23 do litro do diesel, reflita no bolso dos passageiros a partir dos meses de junho e julho, período de maior pico de vendas, haja vista a chegada das férias. As despesas com óleo diesel podem aumentar em até R$1.000 o custo das viagens de embarcações que atualmente sofrem com a baixa temporada.
“Um navio de médio porte que viaja para Manaus gasta em média 4,5 mil litros de óleo diesel para fazer uma viagem, o que representa 20% dos gastos que o proprietário da embarcação tem para manter a linha. Uma viagem custa aproximadamente de R$ 13 a R$ 15 mil, ida-e-volta”, explicou o dono de uma agência de viagens, José Maria Guimarães, acrescentando que as cargas são as que mantêm as linhas ainda funcionando. “A maioria das embarcações que viaja pelos municípios da região se mantém devido o grande fluxo de cargas que abastecem os navios e dão lucros aos empresários, já que o período é de baixa temporada”, contou.
“Tem navio com capacidade de 130 passageiros que só leva 70 por viagem e para fazer que todos realmente embarquem o preço da passagem é reduzido de R$ 160 para R$ 100, caso contrário, poucos viajam e os prejuízos aumentam. São mais de 20 navios que fazem as linhas intermunicipais levando passageiros também para Belém, Manaus e Macapá”, disse o comandante de uma embarcação que preferiu não se identificar com medo de ser denunciado pela concorrência, uma vez que ele não obedece à tabela da ARCON.
“Infelizmente não é só que faço isso. Tem outros companheiros que se arriscam duplamente para garantir os passageiros, mas, quando chega o período de férias a gente tem que atender a tabela senão nós somos penalizados”, diz temendo que o nome de sua embarcação fosse revelado.
Mas o possível aumento das passagens deverá atender critérios da Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado do Pará (ARCOM), já que o órgão é responsável por estabelecer o preço das tarifas em todo o estado, evitando valores abusivos e que prejudiquem a população. “Nós somos regulados pela ARCOM que pesquisa e estipula o preço que deverá ser cobrado pelas agências de viagens e donos de embarcações. Por isso, acredito que se tiver que aumentar as passagens a ARCOM intermediará, já que nas suas atividades de regulação e controle, a ARCON faz a normatização, padronização dos serviços públicos, bem como a fixação, reajustamento e revisão ou homologação de tarifas”, explicou o empresário Maurício Gomes. Apesar do fluxo de passageiros ser ainda tímido para os municípios da região, a cidade de Juruti desponta com a líder de venda de passagens.
“Na segunda-feira saíram dois navios praticamente lotados com destino a Juruti. São dezenas de homens, mulheres e famílias que vão atrás de trabalho e com o intuito de constituir um espaço para ganhar dinheiro.
Nas últimas semanas muitos passageiros não conseguiram embarcar e tiveram que esperar os proprietários das embarcações devolvessem o dinheiro. Um grupo foi impossibilitado de embarcar e reclamava aqui no cais”, contou seu José Maria, acrescentando que o município de Oriximiná fica em segundo lugar no número de vendas de passagens. “A verdade é que as cidades onde estão instaladas as grandes mineradoras colaboram significativamente para a economia regional, como acontece aqui no cais. Todo dia tem carga saindo e muita gente embarcando e desembarcando”, concluiu seu Maria.

Funerárias se apossam do seguro DPVAT

Gisele de Freitas
Repórter

O Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT) que é pago por todo proprietário de veículo dá direito ao condutor receber benefícios em caso de acidentes ou a família caso o acidente seja fatal. O fato de boa parte da população não conhecer seus direitos está abrindo espaço para quadrilhas agirem aproveitando-se da fragilidade das pessoas que têm familiares envolvidos em acidentes e recebendo os benefícios no lugar das pessoas lesadas. A demora e a dificuldade no encaminhamento do seguro acabam levando pessoas a procurarem terceiros para agilizar o processo, porém, muitas vezes o dinheiro nunca chega às mãos de quem deveria ser favorecido.
Em Santarém, funerárias e despachantes fazem os encaminhamentos para que os envolvidos em acidentes ou os familiares recebam mais rápido o seguro. O benefício é concedido para pessoas que se acidentaram e cobriram com fundos próprios o serviço hospitalar. Estes têm direito a receber de volta tudo o que gastaram.
Pessoas que ficaram inválidas também têm direito a benefícios e em caso de morte no acidente, o herdeiro da vítima deve receber indenização. Quando o acidente resulta em óbito, a fragilidade e a dor das famílias acabam abrindo espaço para que pessoas de má fé apliquem golpes. A vontade de receber logo o benefício sem precisar se envolver acaba levando familiares das vítimas a assinarem procurações, passando os direitos a terceiros. Em muitos casos as famílias nunca recebem o dinheiro.
O gerente do Detran de Santarém, Nilton Santos afirma que o correto nestes casos é que a família da vítima encaminhe a documentação sozinha, sem contratar terceiros. A documentação necessária varia de em cada caso, mas a família deve guardar os documentos da vítima, laudos médicos e documentos do veículo. O procedimento correto é procurar o Detran, que encaminha a pessoa a alguma seguradora conveniada. Após o acidente há um prazo de três anos para dar entrada no recebimento do seguro. O valor do mesmo varia em cada caso e o benefício leva no mínimo seis meses para ser pago.
O Delegado de Polícia Civil Gilberto Aguiar afirmou que este tipo de fraude existe e inclusive em Santarém, mas que a Polícia não tem recebido queixas de pessoas lesadas.
Um despachante da cidade, que trabalha com o encaminhamento do benefício há mais de 20 anos afirma que as pessoas não conhecem seus direitos e que o governo não faz questão de divulgar qual é o procedimento a ser tomado após passarem por situações de acidentes com vítimas fatais. "A procura por este seguro é muito pouca, não que não aconteçam acidentes, é que as pessoas não sabem que têm direito" garantiu o despachante.
Funcionários de duas funerárias que preferiram não se identificar garantiram que quando a morte é em acidente de trânsito e a família escolhe a funerária para realizar os serviços póstumos, os próprios funcionários comunicam que a família tem direito a receber um seguro. "Na maioria das vezes a pessoa não sabe que pode receber ou está tão perplexa com a perda que não raciocina na hora. Quase sempre nós avisamos e ela pede para fazermos o encaminhamento. Nunca roubamos os direitos de ninguém, cobramos uma taxa de 15 a 20% do valor total a ser recebido para a execução dos serviços e a maioria das funerárias da cidade também presta este encaminhamento" garantiu um funcionário.