domingo, 14 de março de 2010

Paysandu vence o Remo por 4 a 2

Por 4 a 2, o Paysandu venceu o Remo neste domingo (14) no Mangueirão. Em um jogo com muitos gols, o Paysandu conseguiu romper a invecibilidade do Remo, que estava invicto no campeonato. Mais de 42 mil torcedores acompanharam o clássico nesta tarde.

No próximo domingo (21), o Paysandu pode perder por até um gol de diferença para ser campeão do 1° turno do Parazão.

2° Tempo- O segundo tempo começou com uma troca. No Remo sai Gian e entra Samir. E aos 8 minutos, mais um gol do Leão. Marciano lança Heliton em velocidade que tocou na saída do goleiro.

Aos 15 minutos, uma troca no Paysandu sai Fabrício e entra Marquinhos. Um corte no supercílio de Alexandre Favaro. O jogo pára.

Aos 20 minutos, o jogo recomeça. Aos 23 minutos sai Didi e entra Luciano Dias no Papão. Também sai Claudio Allax e entra Bruno Lança.

Aos 28 minutos, uma linda defesa de Adriano. Ele pegou a bola de Sandro.

Aos 31 minutos, uma troca no Remo. Fabrício Carvalho é substituído por Otacílio.

Aos 44 minutos, gol do Paysandu. Sandro coloca Moisés na cara do Gol e ele faz o quarto gol do Papão. O jogo teve 5 minutos de acréscimo e terminou aos 50 minutos.

1° Tempo- No primeiro tempo do RE x PA o Paysandu saiu na frente e com folga: 3 a 1. Didi fez dois, inclusive o gol número 100 do campeonato. Assim, Didi ganhou um trofeu da RÁDIO CLUBE DO PARÁ por ter feito o centésimo gol do Parazão 2010.

Aos 17 minutos, Márcio Nunes não conseguiu segurar a bela jogada de Tiago Potiguar, que estava apagado até então, e ele tocou a bola para Didi abrir placar. A bonita jogada do Tiago Potyguar pela direita e colocou Didi com velocidade na grande área. Com raça, o bicolor chutou forte no canto esquerdo e fez o gol. Cinco minutos depois, para complicar ainda mais a situação do Remo, Raul acertou uma cotovelada em Didi e foi expulso.

Aos 34 minutos, um belo passe de Tiago Potyguar deixou Moisés livre para marcar o segundo. E logo depois, aos 40 minutos, Didi, o número 9, aproveitou uma falha da defesa do Remo e e chutou forte para fazer o terceiro.

Antes de terminar o 1º tempo, Alexandre Fávaro fez pênalti contra o Paysandu e levou cartão amarelo. Marciano foi para a cobrança e dimininiu para o Remo aos 44 minutos.

(Diário Online)

Vale: o mastodonte ficou incontrolável?

Lúcio Flávio Pinto
Editor do Jornal Pessoal

No ano passado a Vale, a segunda maior mineradora do mundo, vendeu 247 milhões de toneladas de minério de ferro e pelotas, de cujos produtos específicos é a número um do mercado global. Foi bem menos do que os 296 milhões de toneladas de 2008, por conta da crise internacional, com ênfase nos Estados Unidos e na Europa. Mesmo assim, é um volume impressionante. Ainda mais porque as tonelagens continuarão a crescer – e de forma mais acentuada no Pará, conforme já ocorreu no primeiro bimestre deste ano.

A contribuição atual da mina de Carajás para a produção total da Vale de minério de ferro, que é ainda a sua principal mercadoria (responde por 61% do total), tem sido de menos de um quarto da soma. Mas se os investimentos em curso ou previstos se consumarem por inteiro, no final de 2013 Carajás, sozinha, estará produzindo 200 milhões de toneladas de minério de ferro, graças a um investimento de pouco mais de 14 bilhões de dólares (mais de 25 bilhões de reais, o equivalente ao incerto valor da hidrelétrica de Belo Monte, projetada – no papel – para ser a segunda maior do Brasil e do mundo, com prazo de maturação do investimento sendo mais longo).

Adição de 10 milhões de toneladas à atual capacidade da mina (de 90 milhões) já entrará em operação neste primeiro semestre. Outros 30 milhões de toneladas (com investimento de US$ 2,5 bilhões) começarão a ser lavrados no segundo semestre de 2012. Mas a grande ampliação começará a dar frutos no segundo semestre de 2013, quando, ao custo de US$ 11,3 bilhões, a Serra Sul estará em condições de dobrar a capacidade atual de Carajás, com mais 90 milhões de toneladas.

Esses números já seriam o bastante para provocar o interesse dos cidadãos sobre cuja jurisdição federativa está essa riqueza monumental, pois se trata do minério de ferro mais fico da Terra. A província mineral de Carajás receberá outros grandes investimentos em não-ferrosos. A Vale aplicará US$ 2,3 bilhões para o Onça-Puma produzir 58 mil toneladas de níquel já no segundo semestre deste ano. Outros US$ 1,8 bilhão permitirão à mina de Salobo duplicar sua produção de concentrado para 254 mil toneladas. Assim, Carajás, até 2013, absorverá mais de US$ 18 bilhões (mais de 32 bilhões de reais).

O prospecto da antiga Companhia Vale do Rio Doce nesse período ainda contempla o Pará com US$ 2,2 bilhões com a CAP, a nova refinaria de alumina de Barcarena, que começará no 2º semestre de 2013 com 1,86 milhões de toneladas, podendo chegar a 7,4 milhões (e ser a 1ª do mundo, junto com a vizinha Alunorte), e mais US$ 487 milhões para a terceira ampliação da jazida de bauxita de Paragominas (mais 5 milhões de toneladas de minério), que suprirá integralmente as duas fábricas de alumina.

Consolidação de todos os investimentos previstos pela Vale para o Pará durante os próximos quatro anos: US$ 21 bilhões (ou R$ 37 bilhões). O horizonte precisa ser modulado pelo desempenho dos mercados, que condicionará as decisões, pelo licenciamento ambiental pendente em relação a algumas dessas iniciativas e pela aprovação do conselho de administração da empresa em outras situações. Pode ser que alguns desses projetos não se materializem ou sejam executados apenas parcialmente. Mas o planejamento da empresa é ainda maior do que ela o revela no press-release que divulgou na quinzena passada.

No ano passado a Vale aplicou US$ 70 milhões no prosseguimento da termelétrica de Barcarena, sua alternativa imediata à carência de energia naquele pólo industrial. Mantém firme a aplicação na hidrelétrica de Estreito, no rio Tocantins, na qual tem direito a 30% dos 1.087 megawatts de energia que serão produzidos. Já se apresentou em um dos consórcios que tentarão arrematar a hidrelétrica de Belo Monte, para a qual o orçamento anterior, de 16 bilhões de reais, já foi deixado para trás. Seu interesse pela energia é, portanto, muito alto, atitude coerente com o desenvolvimento intenso do seu setor de logística, que foi responsável por 5,7% do faturamento bruto do ano passado (5% no ano anterior).

Vai ampliando também sua rede de transporte, criando um sistema como talvez nenhuma outra empresa privada controle em qualquer parte do mundo. Em 2008 pagou R$ 216 milhões da segunda parcela da concessão da Ferrovia Norte-Sul, com a qual (e mais a Centro Atlântica) interligará por trem os sistemas Norte e Sul de escoamento, cuja capacidade poderá ser medida, dentro de alguns anos, por algo próximo a meio bilhão de toneladas de carga.

O Brasil ainda é a base física principal da Vale, mas sua internacionalização é crescente, o que dará uma complexidade tal aos seus negócios que talvez venha a ultrapassar a capacidade de acompanhamento (e, quem sabe, de controle) dos governos nacionais, inclusive o do Brasil. Ela deu os primeiros passos para ser uma produtora de fertilizantes de dimensão mundial, assim como terá posição destacada na venda de carvão, tanto o metalúrgico quanto o energético (a China, que passou de uma exportação de 4,6 milhões de toneladas em 2008 para uma importação fantástica,de 104 milhões de toneladas de carvão no ano passado, também será decisiva nesse mercado, já que a alternativa hidrelétrica do país não terá o desenvolvimento pensado inicialmente). Ingressou ainda na área do biocombustível, através da Biopalma, com 41% das ações, que lhe dão acesso a 160 mil toneladas de biodiesel.

Em plena época de crise econômico-financeira e deterioração dos preços das commodities, que constituem sua especialização, a Vale não cancelou nenhum projeto. Prevê US$ 12,9 bilhões de investimento para 2010, sendo US$ 8,6 bilhões no desenvolvimento de novos projetos. Aposta no seu crescimento, uma vez superada a borrasca. Mas está perigosamente dependente do mercado asiático, que no ano passado ficou com 180 milhões dos 247 milhões de toneladas comercializados de minério de ferro e pelotas (sendo 140 milhões de toneladas da China, que teve um consumo recorde, de 628 milhões de toneladas).

A empresa teve acentuada queda de receita, ainda assim faturou US$ 24 bilhões (contra US$ 38,5 bilhões em 2008). Seu lucro líquido sofreu desabamento pior entre os dois anos (de US$ 13,2 bilhões para US$ 5,3 bilhões), mas decidiu remunerar bem seus acionistas, com US$ 2,75 bilhões. Corresponde a metade do lucro líquido, numa aposta da empresa para manter o interesse por suas ações nas bolsas (e assim continuar a emitir novos papéis e se capitalizar). Pôde agir assim graças à sua excelente geração de caixa, mas o endividamento bruto mais do que dobrou entre 2008 e 2009 (de um para 2,5 bilhões de dólares). O endividamento total chegou a US$ 22,8 bilhões e só sua amortização neste ano absorverá US$ 2,17 bilhões.

É um jogo audacioso e arriscado. Está modulado por uma criteriosa análise de fatores ou projeta uma ambição exagerada? É difícil apresentar uma resposta satisfatória a essa pergunta porque o crescimento da Vale é incomparavelmente maior do que o de qualquer estrutura que poderia ombrear-se a ela, tornar-se interlocutora necessária e interferir no seu planejamento, de tal forma que ele não seja apenas o reflexo dos desejos e apetites de uma empresa, mas o produto do seu diálogo com a sociedade, franco e profundo. Só assim seria possível combinar a estratégia empresarial com as necessidades sociais e a função pública. Essa relação, porém, está cada vez mais desequilibrada.