segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Memória de Santarém - Lúcio Flávio Pinto

A presença dos nordestinos

Evangelista Damasceno escreveu o artigo reproduzido a seguir em 25 de dezembro de 1958, mas ele só foi publicado quase seis anos depois, em maio de 1964. Contém boas observações sobre a imigração nordestina na Amazônia, com suas amplas repercussões e motivações.

Mais ou menos às 9 horas [de 19 de dezembro de 1958] saltaram do motor Dioclécio em praias santarenas os nossos patrícios do Nordeste, acossados pela seca calamitosa que periodicamente despovoa aquela área do solo pátrio. Diversos conterrâneos seus estavam à espera na praia, ansiosos de avistarem naquele amontoado humano um parente ou pessoa conhecida que lhes viesse a contar algo sobre a terra comum e esturricada pela falta de chuva. Os nossos estudantes, julgo que dirigidos por um Irmão do Ginásio D. Amando, solicitamente ajudavam-nos a desembarcar e a descarregar aqueles trastes velhos, que para alguns consistia a única riqueza.
Vi, também, o amigo Vidal batendo fotos documentativas de tanta miséria.
Deles, quem primeiro saltou à praia foi uma cafuzazinha de 10 anos presumíveis, que mostrou um sorriso inocente sem avaliar as lágrimas que a sua mamãezinha com certeza já derramou.
Homens, mulheres e crianças, que julguei constituírem famílias autenticamente de lavradores, desembarcaram desnutridos e esfarrapados, enquanto outros vinham razoavelmente apresentáveis.
Embora seja o Brasil um país essencialmente agrícola, aqueles que se entregam ao amanho da terra quase sempre apresentam-se desta maneira. Agricultura só é meio de vida para os latifundiários.
Verdadeiramente precisamos de braços para fomentar a nossa riqueza vegetal. Entretanto, muitos desses que aqui aportaram, com pouco tempo de permanência entre nós, tornam-se marreteiros, donos de quitandas ou de tabernas. Os outros, autenticamente lavradores, vão desbastar as nossas matas, fazendo precocemente estéreis faixas de terreno que não sabem cultivar com inteligência.
São os piquiazeiros, as castanheiras, os cumaruzeiros e outros gigantes das florestas que servem para diversos fins, que vão sentir os impactos de machados afiados brandidos por braços que, numa fúria insana, realizam enormes devastações na gleba, porquanto o nordestino o que deseja de início é ganhar dinheiro para retornar aos seus pagos, logo que tenha notícias que choveu em seu sertão.
Felizmente, devido os nossos caboclos apresentarem maior desenvolvimento de instrução, eles são absorvidos pelos nossos costumes, hábitos e modo de falar, e aqueles que vieram pequeninos, dentro em pouco já estão censurando o linguajar dos pais e chamam os novos flagelados de "arigós".
E por esse intermédio os velhos nordestinos vão esquecendo as saudades do berço natal e os filhos, em idade pubescente, consorciam-se com a nossa gente, amalgamando uma raça que se caracteriza pela sobriedade e espírito atavicamente afeito às vicissitudes da vida.
O que entristece é saber que alguns nordestinos fazem da seca o motivo de viajar à custa do governo, pois, como verdadeiras aves de arribação, os tais que assim procedem vivem permutando portos e morando temporariamente em certos deles. Manda a verdade dizer que é minoria insignificante os que praticam desse modo. Em regra geral somente os desprovidos de bom senso deixam-se levar pelo espírito aventureiro, embora propaguem que o nordestino é nômade por temperamento.
Entretanto, subtraindo-se os valores positivos dos negativos, o que fica sobrando da operação é o quanto basta para ir semeando brasilidade nesta Amazônia que também é deles por direito de nacionalidade. E nesse dia de Natal em que se confraternizam os povos mais longínquos, eu saúdo o meu irmão nordestino e peço a Deus que o ano de 1959 lhe seja pródigo.
O editor de O Jornal de Santarém, que publicou o artigo, se sentiu na obrigação de acrescentar a seguinte nota da redação, que reflete sutilmente certos preconceitos vigentes sobre os "arigós":
Desses que aqui chegaram maltrapilhos e sem dinheiro, muitos já estão quase milionários. Sóbrios até o extremo e mercantis por índole, todos os meios julgam legais para auferirem proventos.
Entretanto, seja como for, ajudam o progresso desta enorme faixa de solo pátrio tão esquecido e vilipendiado.

GUIA DIZ QUE DEFEITO DE CARRO PODE SER IDENTIFICADO ATRAVÉS DE RUÍDO

Marco Antônio Uhl
Repórter

Segundo o "Guia de Manutenção Automotiva", lançado pela Oficina Brasil existem vários defeitos de automóveis que poderiam ser identificados através dos ruídos emitidos pelos próprios carros.
Entre os mais comuns citados no Guia de Manutenção Automotiva, estão:
Chiado semelhante ao jato de uma torneira: problema no bêndix do motor de arranque, que futuramente pode afetar o induzido, o automático e a bobina de campo.
Disparos de metralhadora: quando este barulho acontece principalmente ao acelerar o automóvel, significa que é hora de um diagnóstico mais completo, pois, como se diz popularmente, o motos está "rajando".
Zumbido de besouro: este som revela que há um desgaste nos rolamentos da roda, principalmente quando o automóvel está em alta velocidade.
Máquina de costura: um barulho como este é sinal de que as válvulas de admissão e escape, localizadas no cabeçote, estão desreguladas.
Panelas batendo: silencioso do escapamento solto ou quebrado.
Peças batendo, associado à trepidações: o escapamento ou os dispositivos que dão sustentação ao motor e ao câmbio protetor do cárter, suporte do coxim ou os próprios coxins apresentam problemas.
Chiado metálico de ferro contra ferro: está na hora de trocar as pastilhas de freio.
Mecânicos de Santarém têm opiniões diferentes das apresentadas pelo Guia, que segundo os profissionais que trabalham no município, algumas das referências dadas aos ruídos estão corretas, mas em outros casos, os mesmos barulhos podem significar problemas diferentes daqueles que o livro aponta.
Segundo o mecânico, Edimir Soares, instrutor do Senai, sons semelhantes a "disparo de metralhadora, zumbido de besouro e máquina de costura", para estes três ruídos, a causa poderia ser bateria descarregada, que produz sons semelhantes quando não está em perfeito estado. Já o barulho de "panela batendo", seria possivelmente, batida de pino.
Já para os casos de chiado metálico de ferro contra ferro, tanto o "guia" como o mecânico têm a mesma opinião: pastilhas de freio.
O mecânico Edimir Soares, com mais de vinte anos de experiência no mercado, aconselha aos motoristas que não têm experiência na parte mecânica a utilizarem este tipo de "Guia Automotivo" como referência para identificar problemas simples, mas, desde que o profissional mecânico seja consultado para dar o veredicto final, o que garantirá a segurança e a solução de fato do problema do automóvel.
O mecânico Peninha, que tem vinte e dois anos de experiência profissional, diz: "talvez sim, talvez não, porque o barulho às vezes parece ser o mesmo, mas na verdade não é o mesmo problema".
Para ele o "chiado semelhante ao jato de uma torneira" pode ser a descarga ou o mangote furado; "disparo de metralhadora", pode ser falta de lubrificação ou folga no cabeçote e no rolo da biela; "panela batendo", poderia ser a biela muito frouxa; "máquina de costura", folga nas válvulas e "chiado metálico de ferro contra ferro", para o mecânico Peninha poderia ser falta de lubrificação.
A opinião comum entre todos os profissionais que trabalham com automóveis é a de que a prevenção é o melhor caminho para ter um veículo conservado e com total segurança para transitar pelas estradas do Brasil, e fica a orientação para os motoristas que pretendem realizar viagens mais longas para que façam revisões periódicas em seus veículos.

Casos de malária reduzem 28% este ano

Alessandra Branches
Repórter


O número de casos de malária nos municípios que compõem o 9° Centro Regional de Saúde da Secretaria de Estado e Saúde Pública do Estado do Pará -SESPA- diminuiu 28% se comparado ao mesmo período de 2007 que registrou 18.973 casos. De janeiro a outubro deste ano foram diagnosticados 13.499 casos, sendo o município de Itaituba o que mais detectou exames positivos, com 4.462. Santarém teve redução de mais de 30% e está entre as cidades que estão com a menor Incidência Parasitória Anual (IPA), isto é, risco de contrair malária.
"A verdade é que Santarém é município-pólo e recebe pacientes de diversas cidades da região em busca de tratamento, sendo estas incluídas nas estatísticas de Santarém, já que os exames são feitos e diagnosticados aqui", conta o chefe da Divisão de Endemias do 9° Centro Regional de Saúde, Evaldo Maia, acrescentando que a redução do número de casos em Santarém e região é devido ao trabalho dos agentes de endemias e a conscientização da população. "Devemos isso a intensificação dos trabalhos desenvolvidos com apoio do Governo do Estado que estão colaborando para a redução dos números de casos de malária na região oeste do Pará. Contudo, nos municípios em que a incidência aumentou, tais como Faro, Almerim e Placas atribuímos a eles questões sazonais, isto é, período de estiagem, onde a possibilidade de contrair a doença é maior, entretanto, não deixamos de dar ênfase no combate a doença", explicou Maia.
A malária é uma das mais importantes doenças tropicais do mundo e apresenta-se bastante difundida no mundo. Essa doença caracteriza-se por desencadear acessos periódicos de febres intensas que debilitam profundamente o doente. A malária provoca lesões no fígado, no baço e em outros órgãos, além de anemia profunda devido à destruição maciça dos glóbulos vermelhos que são utilizados pelo Plasmodium para reproduzir-se e podem levar a morte.
Os transmissores da doença são mosquitos do gênero Anopheles, como a espécie Anopheles (Nyssorhynchus) darlingi. Só as fêmeas destes mosquitos é que transmitem tal doença, pois são hematófagas. Os machos sugam apenas seiva vegetal. As fêmeas colocam ovos em águas acumuladas entre as folhas de plantas epifíticas, principalmente das bromélias. No entanto, podem utilizar a água acumulada em vasos, latas e pneus velhos. As larvas completam o seu ciclo na água.
Prevenção
Drenando-se valas e banhados, as fêmeas dos mosquitos não terão mais locais apropriados para a postura; A criação de peixes larvófagos, isto é, que se alimentam de larvas dos mosquitos, produz bons resultados; O uso de repelentes e a utilização de tela nas janelas impedem que os mosquitos se aproximem do homem;
Evitar o acúmulo de pneus velhos, latas, vasos e outros recipientes que armazenam água, possibilitando a reprodução do mosquito. Certas árvores, como o eucalipto pode ser usado como plantas drenadoras, porque absorvem muita água do solo. Não havendo água estagnada, as fêmeas dos mosquitos não terão local adequado para a postura.
Finalmente, a educação sanitária e o tratamento medicamentoso (alcalóides) dos enfermos são medidas indispensáveis.
Ainda não há vacina contra a malária.

No Planalto

Do Espaço Aberto:

José Priante, ex-candidato do PMDB a prefeito de Belém nas eleições de outubro, foi chamado no último final de semana a Brasília.
Recebeu um chamado direto do presidente nacional do partido, deputado federal Michel Temer.

Zo’é ganha página na web


Rosa Cartagenes e Suely Brito

Estamos lançando a página eletrônica Amazoé - apoio mobilizado ao povo Zo’é e outras etnias-, proposta pensada desde 2003 por um pequeno grupo de profissionais atuantes junto ao povo Zo’é.

Trata-se de um recurso midiático bem simples e básico, até por nossas limitações técnicas, mas que se pretende como um espaço alternativo e público de discussões e reflexões em torno das condições dramáticas nas quais tem subsistido -ou não - os últimos povos autônomos da Amazônia e do Planeta.

Ancoramos a proposta em nossa atuação e vivência prática junto aos Zo’é, no noroeste do Estado do Pará, que nos últimos 10 anos têm vivido uma experiência ímpar de “contato monitorado”, através da Frente e Proteção Etnoambiental Cuminapanema-Funai.

Mas justamente a ausência de voz pública dos povos chamados “isolados, ocultos, autônomos, invisíveis”, entre tantos rótulos e alcunhas, e de divulgação de materiais informativos que estimulem às sociedades nacionais ao reconhecimento de sua diversidade cultural e das perdas irrecuperáveis para todos nós quando cada uma destas minorias é destituída de seu direito à vida e a uma cultura e modos de ser próprios- nos leva a buscar maior informação, divulgação e reflexão sobre estas culturas em permanente risco.

Aguardamos as críticas, as sugestões e, sobretudo, a participação com materiais pertinentes, colaborando com a divulgação das questões e graves ameaças que pairam sobre os povos “isolados” e de “recente contato”.

Acreditamos que é a conexão entre atuações individuais e consciência coletiva que poderá permitir a esperança ou sonho de um presente e um futuro mais digno e pleno não apenas para as minorias autônomas, mas para a sociedade humana como um todo, numa perspectiva holística.

Solicitamos, portanto, a divulgação para indivíduos, grupos e associações civis que respeitem e desejem a vida para as minorias e maiorias, para o meio-ambiente, para o Planeta.

Rosa Cartagenes e Suely Brito são indigenistas e coordenadoras do Amazoé em Santarem do Tapajós (PA). Foto: JCS Lobato/Frente Cuminapanema

Butantan não tem prazo para se instalar na região Oeste do Pará

O diretor do Instituto Butantan, Otávio Mercadante, que está em Santarém coordenando o III Encontro Butantã na Amazônia, admitiu que ainda não há prazo definido para o início das obras de instalações da unidade avançada do instituto no município de Belterra. O diretor explicou que o órgão está em busca de recursos financeiros junto a iniciativa privada e a organismos de pesquisa na área médica.
"É importante destacar que o aspecto físico é segundo plano, a implantação vai ser uma conseqüência de todo esse trabalho que já estamos desenvolvendo.Por enquanto, estamos na seguinte situação. A União nos doou um terreno no ano passado, de 64 hectares, bem próximo da Floresta Nacional do Tapajós (FLONA), perto da RESEX, de onde do ponto da vista da natureza, interessa muito aos nossos pesquisadores, mas que ainda não foi iniciado já que estamos em fase de captação de recursos", explicou o diretor acrescentando que estão trabalhando para que o instituto seja logo instalado por aqui.
"Acho que a parte física deve estar pronta em um ano, dois anos, por enquanto nós estamos na fase de captação de recursos, por que os gastos são muitos, nós vamos ter a presença de várias fontes, não podemos que contar com o apoio só do governo de São Paulo. Hoje, nós temos, o apoio da Secretaria de Saúde, que é muito forte, mas precisamos de apoio de outros segmentos", ressaltou
Soro em pó - Quanto a produção de soro antiofídico em pó, Mercadante pediu calma e explicou que é um processo lento, requer muitas experiências e cuidados."É um processo de avaliação muito demorado, porque precisa fazer testes em animais, testes em humanos, comparar o soro em pó com o soro líquido. Além disso, verificar quanto tempo ele permanece em soro e saber se pode permanecer fora da geladeira, já que na região a temperatura sempre está acima dos 25 graus, então temos que aguardar. Por enquanto, nós estamos numa fase de completar as pesquisas, mas a certeza que temos é de isso requer cuidado e muito tempo.
Encontro- Desde o último dia 12 de novembro está sendo realizado em Santarém o III Encontro Butantã na Amazônia que conta com a participação de várias instituições de ensino superior da região "Eu acho que a grande novidade desse encontro é a preocupação de levar, consolidar um conhecimento que os próprios alunos adquiriram e fazer com que eles sejam mostrados a população, por isso é que nós teremos uma atividade chamada de "Ciência da Praça", onde nós vamos ter vários parceiros, estudantes inclusive.
Mercandante explicou que o Butantã tem um trabalho que trata dos métodos pelos quais podem ser evitados acidentes com animais peçonhentos. "Nós já produzimos um cartaz e uma cartilha com estes cuidados que estará disponível durante o evento na Praça, além da possibilidade de conversar e ter divulgação desses conhecimentos.
Mercadante disse que uma das novidades do encontro é anúncio do projeto de criação de um museu de animais peçonhentos. "A novidade vai ser isso e também a construção de museu. Em São Paulo, temos um museu de animais peçonhentos. Aqui, teremos animais vivos, demonstração de filmes e materiais de educação", antecipou.
Os Encontros Butantan Amazônia tiveram início em 2006, sempre incluindo atividades didáticas, discussões científicas e extensão das discussões e do conhecimento para a comunidade através de oficinas com estudantes e professores do ensino básico e médio, agentes de saúde e lideranças comunitárias

Arrecadação de impostos e contribuições federais cresce 8,24%

O delegado da Receita Federal em Santarém, Moacyr Mondardo, comemora o aumento de 8,24 % na arrecadação de impostos e contribuições neste mês de outubro. No total, de janeiro a outubro deste ano já foram arrecadados R$ 357,6 milhões, R$ 15,82% a mais do que em 2007. Diante disso, Mondardo acredita que a crise financeira internacional refletiu de forma positiva em alguns setores da economia regional como a mineração e exportações devido a disparada do dólar, moeda americana.
"A crise só vai se instalar em todo o mundo se nós continuarmos a pensar nela. Temos que encara-la como oportunidade de mudanças, ou seja, criação de estratégias para vencê-la. Por isso, temos que continuar investindo, vendendo do mesmo jeito do que antes e da mesma forma como estávamos fazendo durante todo o ano, batendo recordes em arrecadação e com certeza essa chamada crise financeira não nos afetará", comentou o delegado da Receita Federal, Moacyr Mondardo.
Para Mondardo, a economia regional está bem, com alguns setores em baixa como o madeireiro, mas que está sendo compensado pelo setor mineral, graças as grandes empresas de mineração instaladas em todo o Pará que estão colaborando significativamente para o aumento da arrecadação da delegacia da Receita Federal de Santarém. "Se atentarmos para a arrecadação que foi feita durante a eclosão da crise é possível observar que ela pesou apenas de foram positiva para nós, diferente do que muitos pensam, a arrecadação continuou aumentando", comentou Mondardo acrescentando que não é bom duvidar do que a crise é capaz, contudo, é melhor evitar em falar sobre ela. "Se continuar essa falação de que a crise está acabando com tudo, ninguém vai comprar mais nada e aí sim, a crise vai se instalar", prevê.
Nos dez meses do ano a arrecadação total de impostos e contribuições federais e de contribuições previdenciárias alcançou R$ 357,6 milhões. A arrecadação de impostos e contribuições cresceu 8,24% no primeiro semestre de 2008.

Interior sofre com a falta de médicos

No AMAZÔNIA:

Faltam médicos para trabalhar no interior. Quarenta e cinco dos 143 municípios paraenses não têm sequer um profissional com domicílio ou endereço registrado no Conselho Regional de Medicina. Outros 79 têm menos de dez médicos para atender toda a população. Os dados são de um levantamento recente do CRM Pará que aponta uma concentração de 74,89% dos médicos na capital - 4.171 dos 5.569 profissionais registrados no Estado estão concentrados em Belém.
Os 21,87% que atendem à população do interior do Estado, ainda assim, estão mal distribuídos. Regiões como a ilha do Marajó, onde dezenas de pequenas comunidades estão isoladas pela distância, sofrem com a falta de profissionais e serviços básicos de saúde. Não há hospitais e o atendimento de urgência e emergência tem que ser feito na capital - a horas de barco.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a proporção ideal de médicos por grupo de habitantes seria de um para 1.000. O Pará, com 5.569 médicos registrados para atender 6.970.586 pessoas (de acordo com os números do último Censo do IBGE), estaria muito bem nessa conta, com 1,25 médico por 1.000 habitantes, não fosse o fato de que 73 municípios do interior do Estado não dispõem de nenhum ou de apenas um médico. O dado é perverso: 86,71%, ou seja, 124 dos 143 municípios, estão sujeitos a uma proporção menor do que essa, com apenas dez profissionais para todos os habitantes.
O médico e diretor do CRM Amaury Braga Dantas, que coordena na Universidade Federal do Pará (UFPA) um programa de interiorização dos cursos na área de saúde, enumera uma lista de barreiras que afastam os profissionais de medicina do interior. Entre elas, há seis pontos principais: o desconhecimento, por parte dos médicos, das realidades regionais; o financiamento deficiente da área da saúde e a inexistência de um projeto Institucional de responsabilidade do Estado. Os profissionais que 'se aventuram' no interior enfrentam precariedade dos serviços e até irresponsabilidade das prefeituras em arcar com propostas de salário, às vezes mirabolantes. Outro ponto relevante é a ausência de um plano de carreira que considere tempo de serviço, qualificação e estimule o vínculo único e a dedicação exclusiva.
Amaury coordenou uma pesquisa com médicos que tiveram experiência de trabalho em municípios do interior do Estado e constatou que algumas aflições pessoais dos profissionais interferem na escolha pelo trabalho na capital.
37% dos médicos entrevistados apontaram o isolamento afetivo da família como o principal fator para não trabalhar no interior. Outros 31% responderam que o fator mais importante é o isolamento técnico, relacionado à falta de condições de trabalho e de outros profissionais; 17% alegaram questões relacionadas com qualificação profissional e 9% reclamaram da remuneração incerta.

Pontuando - José Olivar

Com as novas regras do Governo Federal em relação as empresas de telefonia móvel e fixa, cartão de crédito, etc., tudo piorou. Tente cancelar o seu contrato com alguma operadora de celular (a TIM, por exemplo), e verá que é uma enrolação total para que o contrato tenha continuidade. Tudo em prol da embromação. Que absurdo! *** A que ponto chegamos: um ladrão em São Paulo, tentou invadir uma farmácia e foi rechaçado pelo proprietário, sofrendo algumas lesões. Por isso procurou um advogado e este ajuizou ação visando indenização para seu cliente. Ainda bem que o Juiz indeferiu de plano a inicial. *** A Justiça brasileira não está sendo moleza com políticos corruptos. De janeiro/08 até agora já cassou 508 prefeitos e vices. ?Serão muitos os candidatos a Deputado Federal que em Santarém pedirão votos. Como são vários os pretendentes, poucos chegarão lá, considerando que a disputa por votos será acirrada, porém os preferidos serão aqueles que já mostraram alguns serviços pelo povo e não são aproveitadores de última hora. *** As autoridades de trânsito de Santarém devem atentar para um fato grave. É que estão entrando na cidade, vindos de Manaus, veículos que naquele Estado gozam de isenções fiscais (caso do IPI), e aqui ficam em definitivo, burlando a legislação, enquanto os proprietários de veículos aqui adquiridos, pagam bem mais caros. Com a palavra os órgãos de fiscalização! *** O Dr. Everaldo Martins informou que o aterramento da lagoa da estrada de Poço Branco será prioridade para restabelecer o fluxo de veículos naquela vicinal. Palavra dada é palavra empenhada. *** Você sabia que Shopings e Supermercados que mantém estacionamentos são responsáveis pelos furtos de veículos ali verificados? São várias as decisões jurisprudenciais nesse sentido. *** O Ministro Gilmar Mendes disse à Agência Brasil que a segunda prisão do banqueiro Daniel Dantas, decretada pelo Juiz Fausto De Sanchis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, foi uma tentativa de desmoralizar o Supremo Tribunal Federal. *** A Confederação Nacional do Sistema Financeiro (CONSIF), vai aforar no STF ação objetivando não serem os Bancos responsabilizados perante os poupadores pelas mudanças dos planos econômicos ocorridos de 1987 a 1991 (Planos Bresser, Verão, Collor I e Collor II). *** O Superior Tribunal de Justiça decidiu que é indevido o repasse do PIS e da COFINS na fatura telefônica, por ausência de expressa e inequívoca previsão na lei. Entre nós, a TELEMAR não inclui essas contribuições na fatura, mas a REDE/CELPA o faz. Acho que a esta se aplica a mesma decisão do STJ. Aliás, aquela Egrégia Corte diz que a inclusão de tais tributos na fatura viola os princípios da boa-fé objetiva e da transparência, valendo-se a empresa, da fraqueza ou ignorância do consumidor. Com a palavra os tributaristas e o Ministério Público! *** Tem gente que vive do passado como museu. Já morreu e teima em não se enterrar. Conta vantagens e alega amizades importantes, esquecendo-se que já é cachorro morto. Coitado! *** O Ministério Público está encaminhando para os órgãos dos Poderes Executivo e Legislativo Recomendações para cumprimento da Súmula 13 do STF no que diz respeito ao nepotismo. A Câmara Municipal já cumpriu a sua parte, totalmente, não sei qual a situação da Prefeitura. Lembro que o permissivo para os cargos de Ministros, Secretários de Estado e Secretários Municipais, só admite um apenas, e não vários que sejam parentes do Chefe do Executivo. *** O Dr. Sandro Lopes, ilustre Comodoro do Iate Clube deve de imediato mandar retirar todas as lanchas estacionadas de frente aos boxes e na área livre do clube, visto que a reclamação dos donos de boxes é grande e a revolta é geral.

Santarém dá exemplo

Da coluna de Bernardino Santos em O Liberal:

Vem de Santarém a novidade. O casal Emilio e Isolda Silva inaugurou hotel e disponibilizou emprestar livros aos hóspedes. O escritor Salomão Larêdo deu a idéia e o casal topou iniciar a biblioteca, que foi inaugurada na sexta-feira com o nome de "Laudelino Horácio da Silva" e fica a olhos vistos na recepção do hotel.
No acervo, obras de autores santarenos: Paulo Rodrigues dos Santos, Emir Bemerguy, Nicolino Campos, Efren Galvão, Hélcio Amaral, Wilde Fonsêca, além de literatura paraense e brasileira. É um exemplo a ser seguido pelos demais hotéis. Isso sim, é valorizar e apoiar a cultura local, que está precisando tanto.