quarta-feira, 14 de maio de 2008

Comunidades de Oriximiná buscam regulamentação fundiária de suas terras

Porto Trombetas- Conquistar o título da terra onde vivem e de onde tiram seu própriosustento é o sonho de moradores de 28 comunidades do lago Sapucuá, rio Trombetas e Maria Pixi, no município de Oriximiná. Elas buscam a regularização fundiária de suasterras e, de acordo com um cadastro realizado na área, são pelo menos 1.400 famíliasnessa situação. Muitas delas, inclusive, passam pela dificuldade de não ter acessoàs linhas de crédito para a produção rural - sua principal atividade econômica -pelo fato de não serem donas das terras.
"Queremos regularizar as terras para que as famílias que ali moram possam ter acessoa créditos e a moradia mais digna", explica o presidente da Associação dasComunidades das Glebas Sapucuá (ACOMTAGS), Kenar dos Santos Pena. A entidade está àfrente do trabalho pela regularização fundiária, juntamente com o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Oriximiná, o Instituto Nacional deColonização e Reforma Agrária (Incra), o Instituto de Terras do Pará (Iterpa) e a Mineração Rio do Norte (MRN).
"Produzo farinha, planto mandioca e milho. Sempre morei onde estou e aguardo essaregularização. Tenho esposa e quatro filhos e me sentiria mais seguro se tudo estivesse bem acertado", relata o produtor Álvaro Luiz Barbosa, morador da comunidade Monte Muriá. Além do acesso às linhas de crédito, outras vantagens que poderão ser conquistadas pelas famílias, quando conseguirem formalizar a posse dasterras, são a aposentadoria e a assistência técnica para melhorar seus processos deprodução.
"É também uma prevenção para que não haja nessas terras a invasão da pecuária e da soja, que prejudicam a produção familiar", avalia o presidente doSindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Oriximiná, Wander Luiz deAlmeida. Para que as 28 comunidades consigam a regularização de suas terras, estão sendo realizadas as fases de levantamento socioeconômico, geo-referenciamento(levantamento que permite definir a posição geográfica das propriedades rurais) eplano de desenvolvimento sustentável.
Ao final desse processo, será elaborado umrelatório ambiental, que servirá para que a Associação solicite à Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) o licenciamento ambiental das áreas, que é exigidoa toda atividade agro-extrativista, como é o caso da produção rural das famíliasenvolvidas.
Emerson Carvalho da Silva, secretário de informação e assuntos jurídicos da ACOMTAGS, lembra que todas as etapas devem ser cumpridas à risca para evitarproblemas como os que ocorreram no passado, quando o Ministério Público interditou áreas que não seguiram esses passos. "Nós estamos retomando novamente. Essas áreas certamente serão as primeiras da região a ficarem aptas a receberem recursos",finaliza Emerson.
(Fonte: MRN)

Trator bate em torre e Santarém fica sem luz

Nota da Celpa informa que "um trator de uma Fazenda no KM 61, próximo ao Portão de Belterra, bateu em uma torre de transmissão da Celpa, causando o desligamento da Linha Rurópolis/Tapajós, que atende os municípios de Santarém e Belterra, às 10h34, horário local, desta quarta-feira, 14. "
Segundo a empresa, o "fornecimento elétrico na cidade de Santarém está normalizado em 70%. Os técnicos da Celpa continuam intensificando os trabalhos de manutenção para normalizartotalmente o sistema elétrico."

Abertas as inscrições para o Prêmio Alcoa de Inovação em Alumínio 2008

Participam do concurso universitários de todo o País, de qualquer curso superior, alunos de pós-graduação latu sensu e profissionais que atuam com projetos e planejamento de gestão
A partir de 15 de Maio estarão abertas as inscrições para o 7º Prêmio Alcoa de Inovação em Alumínio. Podem participar estudantes de qualquer curso superior, alunos de pós-graduação lato sensu e profissionais que atuam com projetos e planejamento de gestão, sem distinção quanto à categoria funcional, tipo ou tempo de atuação no mercado.
As inscrições devem ser feitas pelo site da Alcoa (www.alcoa.com.br) para as categorias Produtos & Aplicações (tema livre) e Gestão da Reciclagem (com foco na reciclagem de alumínio, resíduos pós-consumo ou gerados na produção de bens de consumo). Os trabalhos serão julgados e premiados separadamente por categoria e modalidade de participação (profissional e estudante).
(Fonte: Temple Comunicação)

Sead publica regras de concurso da Seduc

A Secretaria de Estado de Administração (Sead) publicou, nestaquarta-feira (14), no Diário Oficial do Estado, as normas para acontinuidade do concurso da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Aexecução é da Universidade da Amazônia (Unama) e as inscrições járealizadas pelo Cefet ficam confirmadas. De 14 a 19 de maio, o candidatodeverá acessar o site da Unama (www.unama.br) para emitir seu novocartão de identificação, onde constará a cidade, local, dia e hora daprova objetiva. O concurso público destina-se ao provimento de 258 vagasdistribuídas por unidade regional de educação.
(Fonte: Agência Pará)

Nélio diz que não acredita em Papai Noel

O médico Nélio Aguiar diz, em linha direta com a redação on line de O Estado do Tapajós, que já amadureceu bastante para acreditar em estória da caronchinha.
E já avisou a seus fiéis colaboradores que ocupam cargos de confiança na prefeitura que se preparem para um jejum de seis meses.
E consola: todos sobreviverão ao vendaval porque depois vem a bonança.

Camata pede justiça para fazendeiro no Pará

O senador Gerson Camata (PMDB-ES) pediu justiça para um proprietário rural de 71 anos que teve sua terra invadida no Pará. Ele leu carta enviada pela filha deste fazendeiro, que mora no interior do Espírito Santo, contando as dificuldades vividas pelo pai nos últimos dias. Camata disse que irá enviar a carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem pedirá justiça.
Na carta, a filha afirma que o pai tem uma fazenda com 50% de mata preservada, em Ourilândia do Norte, no sul do Pará, onde trabalha há 20 anos. A fazenda fica perto da Mineradora Onça Puma, recentemente comprada pela gigante multinacional da mineração Vale, antiga Companhia Vale do Rio Doce. A compra, afirmou a filha, valorizou muito a fazenda, devido à proximidade desta com a cidade, cuja economia dinamizou-se muito com a presença da Vale.
A filha conta que trabalhadores sem terra têm, nos últimos quatro anos, perturbado muito o pai e a mãe, culminando com a invasão da fazenda no último final de semana. Afirmou que a mãe soube do líder dos sem-terra que a intenção é lotear a fazenda e vender os lotes. Disse também que o pai ligou no dia anterior, rezando e chorando ao mesmo tempo, indignado com a falta de justiça no Brasil. Ela se pergunta por que os sem-terra não invadiram a fazenda há 20 anos, quando não havia estrada, luz ou cidade próximas.
Camata disse que não era necessário fazer um discurso, que apenas a carta dizia tudo. Mesmo assim, afirmou que o presidente Lula "tem sido muito bonzinho" com o presidente da Bolívia, Evo Morales, dando àquele país a refinaria da Petrobras, e também tem sido bonzinho com o Paraguai e a Argentina, dando mais dinheiro pela energia gerada em Itaipu, no primeiro país, e mais energia para resolver o gargalo na produção argentina.
- Por que não ser bonzinho - aliás, bonzinho, não; justo - com um pobre brasileiro de 71 anos que trabalhou a vida toda numa propriedade e agora ela é invadida pelos sem-terra? - indagou Camata.
(Fonte: Agência Senado)

Reação a piada com gordinhos derruba campanha na web

Uma campanha de marketing viral da academia de ginástica Cia. Athletica ganhou a antipatia dos internautas por fazer uma brincadeira considerada de mau gosto com os gordinhos.
No vídeo de 2 minutos e 23 segundos criado pela agência DM9DDB, dois fiscais comparam homens fora de forma com outdoors ambulantes. Como a propaganda de rua está proibida na cidade, esses “fiscais de mídia exterior” afirmam que vão aplicar multa de R$ 340 aos gordinhos. Todos os homens abordados nesse vídeo da campanha “Fora de Forma” vestem camisetas com logotipos. Em uma ocasião, o fiscal diz que se o gordinho tirar a camiseta, pode se livrar da multa, pois deixará de ser um outdoor.
Em comunicado ao G1, a agência afirmou que a intenção da peça foi usar o formato “pegadinha”, consagrado por programas de TV. A idéia era fazer com que esse conteúdo se tornasse popular com a ajuda dos próprios usuários da web, que repassariam o link para seus amigos – daí o termo “viral”.
Devido à rejeição, não foi isso o que aconteceu: o vídeo aparece no YouTube descrito como “viral de péssimo gosto” e em alguns blogs que fazem críticas duras à campanha.
“Infelizmente, ao se propagar na internet, o vídeo foi considerado ofensivo por algumas pessoas -- mas jamais foi nossa intenção causar qualquer tipo de constrangimento. Lamentamos o ocorrido e pedimos desculpas a todos os que por ventura tenham se sentido ofendidos”, continua o comunicado enviado ao G1.
(Fonte: G1)

Pro-Saúde reúne com médicos amanhã

A nova direção do Hospital Regional do Baixo-Amazonas já marcou data para se reunir com todos os médicos que trabalham naquele estabeleicmento público de saúde.
Será quinta-feira(15), às 19 horas, no auditório do HR.

O rádio deixa saudades

Miguel Oliveira
Editor-Chefe

Amigos diletos não falam mais no rádio. Uns foram demitidos, outros mudaram de profissão, e ainda outros já não se encontram mais entre nós.
Um deles, o mano Flores. Dalvino Rodrigues Flores foi meu mestre quando cheguei à redação da Rádio Cultura do Pará, em Belém.
Mais experiente, mais 'malandro' do que nós, iniciantes. Deitava e rolava contando 'causos' de si próprio.
Era o parceiro ideal para dividir a minha paixão de ouvir rádio.
Mas mano Flores se foi, ano passado, de forma trágica. Diabético, cego e com as pernas amputadas.
Decidi escrever sobre o rádio pensando no mano Flores quando deixei a sala de massoterapia na última sexta-feira, após irmã Graça medir a minha pressão arterial.
Ainda na porta da clínica So Massagem, ensaiei um dedo de prosa sobre o assunto com Josué Monteiro. Desafiei-lhe a repetir o nome das emissoras de rádio do país, as mais antigas, excluindo as FM, é claro.
Mas antes que o massoterapeuta esboçasse qualquer reação, pus-me a enumerar as rádios que escutava em meus tempos de menino: Rio Mar, Baré e Difusora(AM), Timbiras e Difusora(AM), Dragão do Mar e Uirapuru(CE), Poti(RN), Sociedade(BA), Educadora de Bragança, Cariri(Porto Velho), Brasil Central(Goiânia), Cruzeiro do Sul(Acre), Rádio Clube do Pará, Tupi, Tamoios e Globo(RJ).
Sem entender nada de geopolítica, ficava meio confuso ao sintonizar, quase que involuntariamente, estações de rádio do exterior. Naquele tempo o som dessas emissoras era nítido.
Mas anos mais tarde, o governo militar tratou de preencher o espectro de radiofreqüência com concessões de rádios FM's e AM's na Amazônia Legal, o que só fui compreender o real significado de tal decisão quando cheguei até a universidade, no final dos anos 70.
Mas que era prazeroso ouvir rádio de fora, isto era. Até hoje, quando minha mulher está com os tímpanos tolerantes, ensaio um busca pelo dial de um velho rádio. Ainda é possível sintonizar as rádios France 1 (Paris), Voz da América(Washinngton), Transmundial( Bonaire), Central de Moscou, Tirana(Albânia), Sal(Cabo Verde), Liberdade(Luanda) e BBC de Londres.
Essas emissoras, por incrível que pareça, passados mais de dez anos do fim da guerra fria, ainda mantém noticiários em português.
Quem tiver tempo e paciência, tente dar um passeio pelo dial de um velho rádio TransGlobe.
Vale a pena.

CEPC: escola pública ausente

Lúcio Flávio Pinto
Editor do Jornal Pessoal e articulista de O Estado do Tapajós

Belém- Fui de uma das últimas turmas do Colégio Estadual Paes de Carvalho beneficiadas por uma de suas maiores qualidades: reunir representantes da elite e pessoas do povo. Como seu ensino ainda era de qualidade, as “melhores famílias” mandavam seus filhos para o CEPC. Esse fluxo circular era fundamental: o colégio só era procurado por ser bom e sua qualidade era investimento de retorno ao governo, que o mantinha, porque rendia dividendos entre a elite.
O ingresso sofria a influência de pistolões, que acobertavam os bem-nascidos, mas as portas do “Paes de Carvalho” também se abriam a gente simples, sem “posses” ou padrinhos. A convivência entre pessoas de tão diferentes origens, formações e mentalidades, colocadas em competição ou cooperação, era a melhor contribuição da escola pública à qualificação individual dos seus freqüentadores e ao bem comum (impossível de se repetir em locais homogêneos ou discriminatórios, como as escolas particulares mais procuradas atualmente). Mesmo sujeita a distorções, essa relação iria depurar qualidades, caracteres e personalidades. Seria fecunda. Até que a qualidade desapareceu e tudo desmoronou. É o estado atual da arte.
A passagem pelo CEPC se tornou marcante porque nenhuma de suas turmas deixou de se destacar na vida pública ou na atividade privada. Acompanhar a trajetória que seguiram depois dos bancos escolares é um excelente exercício de análise sobre a dinâmica social. Há material para a reconstituição de famílias, o delineamento de carreiras individuais e a hierarquização de valores na vida em sociedade. Cada turma conteve em si uma amostragem significativa da sociedade paraense. Ao seguirem seus rumos, os seus integrantes continuaram a desenvolver as suas aptidões naturais e o bem que lhes foi acrescido pela rica convivência entre diversos e contrários: o respeito às diferenças.
Outro dia partilhei, à distância, o sucesso de um dos colegas de turma do CEPC. Edison Rodrigues recebeu um título de reconhecimento por sua atuação no comércio varejista de materiais de construção. Ele foi um dos principais edificadores da poderosa Oplima e depois saiu da corporação familiar para sua carreira solo por opção. A tarefa que se impôs era dura, mas em pouco tempo, colocou a nova empresa no topo do setor.
Vejo-o numa foto, feliz, ao lado da bela família, e me lembro particularmente dos aperreios que passou para ser aprovado numa prova de francês da exigente professora Fernanda, um dos muitos episódios da nossa vida escolar naquele velho e saudoso casarão da praça da Bandeira. Ali, o filhinho de família rica já se preparava para enfrentar e resolver problemas sem necessariamente precisar recorrer a títulos nobiliárquicos, mesmo os de província. O CEPC preparava cidadãos para o mundo. Podia voltar a realizar essa missão.

DESMEMÓRIA OU DESLEMBRANÇA? AH, FALA SÉRIO!

Bellini Tavares de Lima Neto
Advogado


Neste 2008 se completam 63 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Nessas mais de seis décadas o mundo deu voltas radicais. Primeiro, se dividiu em dois, depois abrigou um terceiro, do qual fizemos ou ainda fazemos parte. O socialismo se tornou a grande esperança, o grande sonho de toda uma geração e acabou desmoronando diante das picaretas de Berlim. A fortaleza inexpugnável do Tio Sam ficou atônita com o atrevimento dos xiitas do Taliban e teve que se conscientizar de que, aos olhos dos demais habitantes do planeta, é bem menos querida que aqueles heróis todos gestados em Hollywood.
Em meio a isso tudo, um episódio permanece vivo na memória do planeta: o holocausto sofrido pelos judeus na Alemanha nazista. Passados mais de 60 anos, o tema se mantém ou é mantido quase intacto. Qual será a razão? Há quem diga que o genocídio judeu se transformou numa eficiente máquina de fazer dinheiro, operada pelos próprios judeus. Pode ser. Do meu prisma, acho que, seja qual for o motivo, é imprescindível que aquela tragédia seja preservada e jamais caia no esquecimento. Ainda que outros episódios escabrosos tenham se sucedido depois dele, é essencial que a humanidade não se esqueça daquela mancha mal cheirosa e, ao menos, tente não repeti-la.
Isso vale para muitas outras situações que assolaram e ainda assolam a sociedade humana. É a presença e atuação da memória. Povo sem memória pode ficar totalmente a mercê de repetir os mesmos erros por séculos. Alguém já disse que o povo que não presta atenção à história corre o risco de vivê-la novamente. É uma pena, mas parece que nós, brasileiros, ainda não descobrimos isso. Vivemos sob essa condenação de assistir sempre ao mesmo capítulo da novela. Coisas acontecem neste nosso Brasil de forma repetitiva e sem que se consiga lembrar sequer quando elas aconteceram antes. E eu me atrevo a dizer que isso é fruto natural dessa nossa já tradicional irreverência, (ou seria leviandade?) essa nossa lamentável tendência a não levar nada a sério e deixar que as coisas se arranjem por si mesmas.
A última edição da revista VEJA estampou, na capa, uma foto um tanto esmaecida do Fenômeno Ronaldo. Isso, obviamente, por conta do episódio de seu suposto envolvimento com três garotas de programa que, na verdade, eram garotos de programa. Mas, VEJA só fez seguir a mídia em geral. A Rede Globo do entusiasmado Galvão Bueno, deu enorme destaque ao assunto chegando, mesmo, a elegê-lo a matéria mais importante do seu FANTÁSTICO. E lá surgiu a figura abatida do jogador dando declarações e fornecendo explicações sobre aquela situação quase patética. Não faltaram, obviamente, as igualmente grotescas declarações dos demais envolvidos, caricaturas de seres humanos.
De minha parte, fiquei me perguntando sobre que importância poderia ter um caso como esse para ganhar tanto destaque. E a minha pergunta me passaria completamente em branco se não tivesse ocorrido no mesmo final de semana, um outro episódio que, talvez, merecesse, esse sim, destaque especial. Um barco em situação irregular, sem licença da Capitania dos Portos e que havia sido interditado no começo do ano, sem equipamentos de segurança, sem tripulação adequada, com uma lotação muito acima do que poderia comportar, navegava placidamente pelas águas do Rio Solimões quando virou causando a morte de uma porção de gente. Até agora são mais de 40 vítimas.
Segundo a Marinha, 26.000 embarcações estão regularizadas na Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental, e outras 5.000 circulam clandestinamente. E vamos ver como anda a memória? Em 20 de fevereiro deste ano de 2008, um barco que transportava 112 pessoas colidiu com uma balsa de combustíveis no rio Amazonas, deixando 16 mortos, entre eles nove crianças. O acidente ocorreu próximo a Itacoatiara, a 90 km de Manaus. No ano de 2005, outro naufrágio no rio Amazonas deixou 16 mortos. Um barco com 60 pessoas colidiu com duas balsas, após tentar uma ultrapassagem perigosa. Em 20 de setembro de 2004, na localidade de Cuieira, a três horas de Manaus, , ao menos 14 pessoas morreram no naufrágio de uma embarcação com cerca de 100 passageiros no rio Negro, próximo a cidade de Novo Airão. Em novembro de 1999, a embarcação Ana Maria VIII afundou perto de Manicoré, no rio Madeira, Amazonas, matando 50 pessoas. O barco transportava cerca de 300 pessoas, quando deveria ter no máximo 150 passageiros. E alguém ainda lembra do “Bateu Mouche”?
É possível que quase ninguém se lembre de nada disso. Em compensação, cria-se uma espécie de comoção nacional por conta do Ronaldo Fenômeno e sua pouco ortodoxa pulada de cerca. Pular a cerca, de verdade, é a gente ficar de braços cruzados, assistindo a situações como essa, que se repetem de tempos em tempos sem que nenhum de nós sequer se lembre de quando foi a última vez que aconteceu. E se ninguém mais se lembrasse do holocausto? Será que teríamos um a cada 10 anos? E será que precisa ser assim?
Ganhar a qualificação de grau de investimento é, certamente, muito bom, mas nós temos que tentar manter essa conquista. Para isso vamos ter que começar a praticar algumas coisinhas simples. Pensar é uma delas. Exercitar nossa memória é outra. E levar as coisas a sério é a mais importante delas. É o mínimo que se pode fazer para desmentir aquele francês emproado, o velho General de Gaulle e sua frase célebre proferida em meio a igualmente velha Guerra da Lagosta. Afinal, não adianta nada dizer que não é verdade que não somos um país sério. É preciso ser sério, mesmo. Ah, e parecer sério, também.

07 de maio de 2008

Vitória de Pirro

A Infraero comemora o crescimento do número de passageiros que embarcam e desembarcam no aeroporto maestro Wilson Fonseca, de Santarém.
Mas o desconforto a que são submetidos os passageiros, marca registrada da administração da Infraero em Santarém, passa em brancas nuvens.

Câmara aprova medida provisória que aumenta área para uso rural na Amazônia

No mesmo dia em que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pediu demissão, a Câmara dos Deputados aprovou a medida provisória (MP) que aumenta de 500 hectares para até 1,5 mil hectares a área que pode ser cedida pela União, sem licitação, para o uso rural na Amazônia Legal.
De acordo com o relator da MP, deputado Asdrubal Bentes (PMDB-PA), a medida beneficiará 92 % das posses existentes na região. A MP, que segue agora para apreciação no Senado, condiciona a concessão das áreas rurais ao zoneamento ecológico-econômico da Amazônia Legal ou dos estados que a integram. Apenas no caso de posses acima de 1,5 mil hectares, será necessário o processo de licitação.
De acordo com o relator da proposta, com a aprovação da MP pelo Senado os ocupantes de posses acima de 500 hectares vão 'exercer a cidadania, vão ter seus títulos de propriedade, vão poder fazer financiamentos bancários, estarão na legalidade e protegidos pela lei'.
Em outubro do ano passado, o deputado Asdrubal Bentes apresentou projeto para legalização dessas propriedades. Em março, o governo editou a medida provisória exatamente nos termos do projeto do deputado. Houve revolta de alguns deputados pela edição de uma MP que era a cópia do projeto, mas o autor do projeto aceitou ser o relator do texto. Com a aprovação da MP, o projeto de Asdrubal será arquivado.
(Fonte: Agência Brasil)

Em três meses de 2008 o setor madeireiro do Pará já perdeu quase o mesmo número de empregos de todo o ano passado

Pará Negócios

Nos três primeiros meses de 2008 o setor madeireiro do Pará perdeu um número de empregos com carteira assinada quase igual ao de todo o ano de 2007. Entre janeiro e março deste ano o setor formal da indústria da madeira no Estado fez 3.243 admissões e 6.060 desligamentos, gerando um saldo negativo de 2.817 postos de trabalho. De janeiro a dezembro do ano passado, o saldo negativo havia sido de 3.020 empregos.
A informação é do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base em dados do Ministério do Trabalho, e mostra que os municípios mais atingidos pelo desemprego no setor foram Tailândia e Paragominas, onde ocorreram as primeiras intervenções da operação Arco de Fogo, desfechada neste início de ano pelos governos federal e estadual para tentar conter a extração ilegal de madeira na região e que resultou no fechamento de várias serrarias e na destruição de fornos de produção de carvão vegetal.

Manchetes da edição desta quarta de O Estado do Tapajós

JUIZ AUTORIZA CORTE DE PONTO DOS PROFESSORES EM GREVE

BURACOS AUMENTAM NO JARDIM SANTARÉM

CHIMARRÃO UNE GAÚCHOS NA ORLA

USUÁRIO DE TV POR ASSINATURA TERÁ MAIS VANTAGENS

PECUÁRIA SUSTENTÁVEL É INCENTIVADA EM JURUTI

MAIS UM INVERNO E AS OBRAS DO PAC NÃO COMEÇAM

PRO-SAÚDE ASSUME HOSPITAL REGIONAL E DIRETOR É DEMITIDO

Professores desafiam a justiça e greve continua em Santarém

Professores estaduais em greve desde o dia 5 decidiram manter a paralisação até, pelo menos, sexta-feira, mesmo após a decisão do juiz Torquato Alencar que julgou a greve abusiva.
Esse foi o resultado da assembléia realizada ontem à noite no auditório do Colégio São Raimundo.
Os grevistas marcaram outra assembléia para a próxima sexta-feira para avaliar os rumos da greve e decidir se voltam ou não ao trabalho.