sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Retrospectiva 2009 - Março

Conselho Universitário proclama Carlos Maneschy o novo reitor da UFPA

Glauce Monteiro
Da assessoria de imprensa da UFPA

Nesta segunda-feira, dia 30 de março, o Conselho Universitário da UFPA proclamou o professor Carlos Maneschy como novo reitor da Instituição pelos próximos quatro anos. A decisão foi tomada durante a 4ª Reunião Ordinária em que cada conselheiro votou em um único candidato, conforme orientação da Lei nº 9192 de 1995.
A reunião durou mais de sete horas e contou com a presença de 88 conselheiros, que representaram estudantes, professores e técnico-administrativos da UFPA. Duas votações distintas aconteceram durante o evento. No primeiro momento, o Conselho referendou o resultado da Consulta à Comunidade Acadêmica, por 47 a 41 votos. Logo depois, aconteceu a votação para a escolha do novo reitor.
Com 49 votos, Carlos Maneschy lidera a Lista Tríplice que será enviada ao Ministério da Educação para a continuidade do processo de homologação do novo reitor da Universidade. Regina Feio ficou em segundo lugar, com 34 votos; seguida por Ana Tancredi, que obteve dois votos, e Ricardo IshaK, que recebeu um voto. O cargo de vice-reitor da UFPA também foi votado durante o encontro e será ocupado por Horácio Schneider.
O atual reitor da UFPA, Alex Fiúza de Mello, confirmou o envio da Lista Tríplice ao MEC com a o resultado da votação para reitor da Universidade contendo os três candidatos mais votados em ordem decrescente de número de votos. “O reitor acata a decisão do Conselho Universitário e, a partir deste momento, o processo está encerrado”.
Histórico: A consulta à comunidade universitária para a escolha do novo reitor da UFPA aconteceu no dia 3 de dezembro de 2008. O novo dirigente da Universidade foi eleito de forma direta, por voto proporcional-paritário, o que significa que as três categorias de eleitores (estudantes, docentes e técnico-administrativos) possuem a mesma influência no resultado final da eleição, conforme foi estabelecido pelo Conselho Universitário da UFPA (CONSUN), no dia 22 de setembro de 2008.No dia 5 de dezembro, a Comissão Eleitoral divulgou o resultado da consulta. Na ocasião, em primeiro lugar ficou o professor Carlos Maneschy com 23,13 pontos. Em segundo, a Professora Regina Feio, com 22,73 pontos. A professora Ana Tancredi ficou na terceira colocação, com 9,81 pontos, seguida pelo professor Ricardo Ishak, com 2,57 pontos.
O Conselho homologou o resultado no dia 22 de dezembro, com 47 votos a 30, e elaborou a lista tríplice que foi enviada ao Ministério da Educação no início de janeiro. O CONSUN também aprovou no dia 17 de março a ata da reunião que legitimou a consulta à comunidade. A pedido do MEC, os conselheiros se reuniram nesta segunda-feira para ajustar a elaboração da Lista tríplice aos moldes da Lei nº Lei nº 9192 de 1995. A posse do novo dirigente da UFPA está marcada para o dia 02 de julho.

Vendaval provoca pânico e causa prejuízos a embarcações em Santarém











No final da tarde de hoje o vento forte vindo do oeste provocou pânico entre os tripulantes das embarcações que estavam ancoradas no cais de arrimo de Santarém.
Por volta de 17 horas, as fortes ondas do rio Tapajós levaram a pique o barco Splendor. A embarcação foi jogada contra o muro do cais de arrimo e seu casco bateu nas argolas de ferro, o que provocou perfuração e entrada imediata de água em seu porão, virando lateralmente a embarcação. Os tripulantes só tiveram tempo de recolher equipamentos leves e objetos pessoais antes do sinistro se consumar.
Meia hora depois, ondas fortes provocadas pelo vendaval isolou as duas balsas que servem de atracadouro no terminal provisório da praça Tiradentes. Parte do aterro que dá acesso às balsas foi levado pela força das águas do rio. Os vendedores ambulantes que trabalham sobre as balsas foram atingidos pelas ondas, mas ninguém ficou ferido.
A partir desse momento as embarcações deixaram o cais de arrimo e o terminal em direção ao aobrigo no outro lado rio Tapajós, na Ponta Negra.
As fotos exclusivas são de Miguel Oliveira.

Lúcio Flávio Pinto: MRN: maior empresa é também a melhor?

Editor do Jornal Pessoal e articulista de O Estado do Tapajós

A Mineração Rio do Norte, uma das maiores empresas de bauxita do mundo, instalada em Oriximiná, no Pará, bateu dois recordes com o seu desempenho no ano passado. Seu faturamento líquido superou um bilhão de reais e as vendas ultrapassaram a marca de 18 milhões de toneladas, 3% a mais do que no exercício de 2007. Em seu porto privativo, às margens do rio Trombetas, 393 navios atracaram para embarcar minério, 15 a mais do que no ano anterior, numa média de mais de um navio por dia durante 2008, ano em que foi considerada “a melhor empresa de mineração do Brasil” no anuário Valor, que seleciona as mil maiores empresas do país.
Para um empreendimento que começou a operar exatamente 30 anos atrás, com uma capacidade instalada de 3,5 milhões de toneladas, a multiplicação da sua produção por cinco é um fato de grande significado. E a escala deverá se manter pelos próximos anos, conforme a diretoria da MRN anuncia no seu relatório anual, divulgado no mês passado. Apesar do desempenho apreciável, o lucro líquido da empresa quebrou pela metade, descendo de R$ 432 milhões em 2007 para R$ 220 milhões no ano passado.
As causas principais foram a forte valorização do dólar no final do exercício (que ocasionou variação cambial líquida negativa de R$ 106 milhões) e o novo sistema de tributação, que passou a incidir sobre o lucro real e não mais sobre o lucro presumido. A mudança resultou do encerramento da participação da empresa no programa de refinanciamento da dívida junto ao governo federal, o Refis. Como efeito dessa nova aplicação, a MRN recolheu quase R$ 110 milhões de imposto de renda e contribuição social em 2008 contra R$ 33 milhões em 2007.
A empresa teve que continuar recorrendo a financiamento de curto prazo para manter o seu fluxo de capital. Mas acredita que sua capacidade de geração de caixa “permite a renovação dos empréstimos de curto prazo ou a troca para linhas de crédito de longo prazo”, como observa o relatório da diretoria. Ela acredita que poderá também reassumir o controle de R$ 573 milhões, que depositou em juízo para poder recorrer da multa que lhe foi aplicada em 2003 pela Receita Federal, sobre uma redução de capital que efetuou em 1999, segundo o fisco, de forma ilegal. O valor original da multa, então a maior do país, era de R$ 316 milhões. A Rio do Norte acha “possível” ter êxito nesse recurso. Por isso, não contabilizou o passivo contingente nesse valor.
Dez anos depois do fato que provocou a ação da Receita Federal, a matéria ainda está dependendo de uma decisão final da justiça. Na época, os sócios da mineradora decidiram reduzir em um terço o capital da empresa, por considerá-lo excessivo. “Esqueceram” que parte desse capital foi constituída graças à colaboração financeira do governo federal, através dos recursos dos incentivos fiscais, e de outros tipos de benefícios, que não foram devidamente abandados do dinheiro que voltou aos cofres dos sócios por conta da redução do capital. O erário nada recebeu por isso e a comunidade, com o encolhimento da empresa, deixou de ser favorecida por investimentos sociais como contrapartida aos subsídios econômicos e financeiros.
Talvez hoje a empresa não repetisse a iniciativa, ou, pelo menos, não agiria da mesma maneira, categórica e autoritária. A MRN possui hoje mais elos com a comunidade em torno do projeto e assumiu compromissos com suas condições sociais e ambientais de vida. Há uma melhora evidente nesse relacionamento, à parte o marketing de relações públicas e propaganda. Ele ainda impede um aprofundamento da análise sobre o que essa grande mineradora, a melhor do país na classificação do Valor, pode significar para os municípios onde atua e para o Estado.
Os mecanismos de regulação e intervenção do governo federal no empreendimento melhoraram, beneficiando o seu recolhimento de impostos. Mas as rendas estadual e municipais não acompanharam esse incremento, sobretudo porque continuam em vigor (e assim permanecerão até, pelo menos, 2013) os favores aos exportadores de matérias primas e semi-elaborados. Enquanto a receita específica do imposto de renda quase dobrou entre 2007 e 1008 (de R$ 40,5 milhões para R$ 79,2 milhões), a de ICMS praticamente não mudou (R$ 25,7 milhões e 25,8 milhões, respectivamente). A compensação financeira prevista pela execrável Lei Kandir, de 1997, sofreu uma pequena involução (de R$ 29,8 milhões para R$ 27,1 milhões), enquanto melhoraram o PIS/Cofins (de R$ 27,2 milhões para R$ 33,5 milhões) e as contribuições previdenciárias (de R$ 24,5 milhões para R$ 27 milhões).
Para manter o seu front de produção no impressionante nível de 18 milhões de toneladas de bauxita por ano, a MRN vai alterando a geografia das minas (quatro estão em produção), abrindo novas áreas de lavra e descompromissando outras, sem que os poderes públicos – estadual e municipais – acompanhem como deviam essa dinâmica, seja no sítio em si dos acontecimentos ou em seu reflexo nas práticas gerenciais e nos números das demonstrações financeiras. Hoje, embora não tenha retornado ao perfil societário de sua origem, quando era propriedade única da multinacional canadense Alcan, a Mineração Rio do Norte, que chegou a ter controle estatal, está completamente privatizada. E também deixou de ter maioria nacional. As quatro multinacionais que a integram já somam mais de 51% do capital, ficando os restantes das ações com a Companhia Vale do Rio Doce e o grupo Votorantim. Essa nova configuração nunca foi examinada e o status decorrente jamais estabelecido. Já é mais do que hora de fazê-lo.

São Raimundo se classifica para as semifinais do Parazão

O time do São Raimundo cumpriu o dever de casa e derrotou, ontem à noite, o Time Negra, por 2 x1 no estádio Barbalhão.
Os gols do Pantera foram marcados por Michel e Tarta. Moisés abriu o marcador para o Time Negra.
Com o resultado, o Pantera, líder do returno, soma 13 pontos ao lado do Paysandu e já garante vaga nas semifinais da Taça Estado do Pará.
Sábado, as 17 horas, São Raimundo e Paysandu se enfrentam no Barbalhão.
A delegação do Papão da Curuzu chega amanhã no início da tarde a cidade e fica hospedada no Barão Center Hotel, o bairro de Santa Clara.

A “febre” do ouro volta a esquentar a economia de Novo Progresso

Por Manolo Garcia:

A “febre” do ouro volta a esquentar a economia de Novo Progresso
A atividade garimpeira passou por fases de declínio na Amazônia, mas, nos últimos meses vem se fortalecendo com as altas que o minério vem sofrendo causadas pelo grande interesse pelo metal por investidores do mundo inteiro.

Em Novo Progresso sudoeste do estado do Pará na BR 163, a 1800 km de Belém, não é diferente, a extração aurífera neste município está aquecendo cada vez mais a economia local, com a reação no preço do ouro, aumenta a procura pelo metal mais valioso do mundo, novas jazidas são encontradas e antigos garimpos são reativados e despertam os interesses pela garimpagem até de quem não é do ramo.

Há cerca de quatro meses foram descobertos pelo menos cinco ricos filões no antigo Garimpo do Bom Jesus localizado a margem esquerda do Rio Novo nas proximidades do Porto Novo, município de Itaituba e distante cerca de 190 km da sede de Novo Progresso ou em torno de 35 minutos de vôo com aeronaves de pequeno porte. Atualmente é o garimpo que mais está chamando a atenção e já atraiu mais de 2500 trabalhadores para o local.

As informações que chegam dizem que por enquanto tem apenas um moinho para a moagem de rocha nesse garimpo, onde todos os garimpeiros fazem o procedimento para a extração do ouro e que esperam na fila a sua vez e, que mesmo assim é possível apurar no mínimo 5 kg do metal a cada 24h e por vezes atingiram a marca de 12 kg ao dia, mas, já estão chegando mais cinco moinhos que entrarão em funcionamento em breve.

Infelizmente, compradores clandestinos estão comprando o ouro lá no local e retirando de avião para o estado de Mato Grosso e para outros municípios do Pará, prejudicando a circulação da renda da venda do metal nos municípios da região. É notável a importância da atividade garimpeira para economia da cidade de Novo Progresso, os comerciantes consideram que há um bom alavancamento em suas vendas influenciado pela busca do ouro, acreditam também que com a chegada do período de estiagem vai aumentar ainda mais a movimentação, aja visto que, apesar de ainda ser considerados poucos, mas, tem gente fazendo novas sondagens e com bons resultados o que faz crescer as expectativas de crescimento no setor.

A diminuição da derrubada de mata e da extração de madeira gerou muitos desempregos na região agora é natural que os trabalhadores ociosos procurem novas alternativas de trabalho o que leva a crer que nos próximos dias haja uma corrida desenfreada pelo ouro na Amazônia.

Chuvas se intensificam até dia 1º de abril


O período de chuvas em Santarém e Belterra vai se intensificar até o dia primeiro de abril. De acordo com a previsão do serviço Agrometeorologia, ao qual O Estado do Tapajós teve acesso com exclusividade, no período compreendido entre os dias 23 de março e seis de abril, a previsão de precipitação é de 239 milímetros. No ano passado, no mesmo período, o índice pluviométrico foi de 160 milímetros.
Segundo a previsão, no dia primeiro de abril deverá chover num só dia cerca de 63 milímetros, quatro vezes mais que a média histórica diária. Mas a partir do dia 1º, a previsão é que as chuvas percam a intensidade, caindo para o índice abaixo de 15 milímetros diários, até o dia 6 de abril. No dia 5 de abril, a previsão de chuvas, por exemplo, é de 3 milímetros.
As freqüentes chuvas que caem em Santarém deixam ruas alagadas e pessoas prejudicadas. O nível da água da chuva sobre e invade as casas de moradores causando muitos estragos. Essa é uma realidade de muitos bairros em Santarém como Uruará, Aeroporto Velho, Jardim Santarém, Santarenzinho, por exemplo.
Moradores da Rua Magnólia, entre a rua Orquídea e Onze horas, no bairro Jardim Santarém, por exemplo, foram seriamente atingidos pela enchente da chuva na rua. "a gente tem que andar com água pelo joelho, é o único jeito, a minha casa foi alagada, a água entrou pela parte de trás e quando eu vi minhas coisas já estavam tudo molhadas" diz a moradora.
Uma parte da Rua Magnólia secou, mas outra continua alagada, com isso moradores ficaram sem condições de continuarem nas suas casas já que está impossível trafegar na rua e permanecer nas casas. 79 pessoas da Rua Magnólia foram levadas para um abrigo no Conselho Comunitário do bairro do Aeroporto velho onde permanecerão até que se tenham condições de retorno às moradias que ficarão fechadas até o nível da água baixar.
Essas 79 pessoas são pertencentes a 12 famílias que estão abrigadas no conselho comunitário. A Defesa Civil interditou a casa dessas famílias pelo fato de essas casas estarem em situação de risco e só poderão deixar o abrigo quando a ocorrência de chuva diminuir e suas casas estiverem fora de perigo. As famílias que estão no abrigo estão recebendo atendimento médico e alimentação com apoio dado pela defesa civil e pelos membros do conselho comunitário do Aeroporto Velho.
Mesmo com a água na beira da casa, alguns moradores insistem em ficar na casa. "as crianças saem para escola e tem que pisar na lama, a gente improvisa uma ponte até a porta para gente poder sair", declara a mãe do estudante. A passagem das pessoas pelas ruas alagadas oferece perigo de transmissão de doenças. Uma moradora da rua alagada diz saber dos perigos de andar pisando na água suja da rua, mas que é preciso sair de casa e continuar vivendo o dia a dia.
O período de chuvas em Santarém continua sendo motivo de prejuízos e danos à população que tem perdas materiais com a entrada da água da chuva nas suas casas. Os moradores têm objetos, móveis e outros pertences perdidos e que dificilmente são recuperados.
"Quando água da enxurrada da chuva entrou aqui, alagou minha casa e meus móveis ficaram no fundo, algumas coisas eu não perdi, mas o sofá ficou sem condições de usar, então com essa chuva aqui no Jardim Santarém a gente sofre muito", diz a moradora do Jardim Santarém.
A Defesa Civil informou que por enquanto outras famílias, além das que já estão no abrigo, não precisaram ser retiradas de suas casas para serem levadas para abrigos. O de defensoria pede que em caso de situação de risco nesse período de chuva a defesa civil e corpo de bombeiros devem ser acionados com urgência para que as pessoas sejam retiradas do local de perigo e transferidas para um lugar seguro.

Lúcio Flávio Pinto: O PRÍNCIPE HERDEIRO E NÓS CABOCLOS AMAZÔNIDAS


Especial para o Estado do Tapajós


O príncipe Charles dançou o carimbó em Santarém com um olho na dançarina e o outro em Londres. Ficou claro que, ante a eventualidade de a qualquer momento ser convocado para assumir o trono da mais importante monarquia do mundo, o herdeiro da casa dos Windsor está polindo a própria imagem - e também a de sua controversa esposa. Quer fazer o rito da passagem, deixando para trás as sombras ainda vivas da rainha Elizabeth, como as evocações da princesa Diana. Charles quer ser um verdadeiro rei, enquanto há tempo.
Qual outro líder mundial já se dispôs - ou manifesta disposição - a ir até Alter-do-Chão, nos confins amazônicos (da perspectiva de Londres, a expressão a usar pode ser mais grosseira), e se misturar com o povo, de tal maneira aparentemente natural que nem se consegue perceber a severa segurança real? O programa do príncipe combinou um rápido oficialismo, sem pompa e circunstância, com a característica que ele tenta associar ao seu nome: um cidadão do mundo, preocupado com a saúde do planeta, atento ao que se faz de melhor em todos os lugares, receptivo aos demais homens de boa vontade. O príncipe tem preferido se reunir mais com cientistas e nativos, que acumulam o conhecimento científico e o saber tradicional, do que com políticos.
Não há efeitos concretos ou imediatos desse jogo de marketing e relações públicas para a terra visitada? Se não há, a culpa é mais nossa do que da comitiva britânica. Se a Amazônia cede a força do seu nome à campanha de adensamento da figura do príncipe herdeiro, tanto para sua retórica quanto para os negócios "verdes" da fundação que ele preside, não se pode ignorar os efeitos da presença do futuro monarca. Ele colocou na pupila de centenas de milhões de pessoas as cenas do "paraíso perdido", que estariam ao alcance das vontades se também tivéssemos nossos próprios mecanismos de promoção e de marketing, ferramentas que não podem ser deixadas de lado quando se trata de auditório mundial.
Para todas as suas conseqüências (ou sua ausência), a visita do príncipe Charles a Santarém foi um acontecimento positivo. Pode ser efêmero e de pouca intensidade. Mas ao invés de transferirmos a responsabilidade para o visitante, por que não olhamos para nossa própria culpa? Estamos deixando ao acaso a tarefa de decidir por nós. Continuamos a encarar com um amadorismo indesculpável a missão que nos cabe: de manter a Amazônia à nossa imagem e semelhança. Antes, porém, tratando de nos colocar à altura da responsabilidade imposta por esse privilégio, como os donos do maior patrimônio de biodiversidade da Terra.
Se não conseguimos avaliar adequadamente esse valor e tratá-lo como ele merece, os visitantes farão isso por nós. Por isso o príncipe tentava acompanhar os movimentos sinuosos da dançarina regional com os olhos bem postos na capital londrina, de onde veio e para onde voltou, enquanto nós ainda parecemos não ter descoberto onde estamos: na Amazônia.

10% dos torcedores entram de graça nos jogos do Pantera


Suzana Pinto

Free lancer

No último jogo ocorrido no domingo, entre São Raimundo e Castanhal, 10.779 pessoas compareceram ao estádio Barbalhão para assistir à partida que rendeu R$ 82.800,00. O público pagante foi de 9.966 torcedores. A diretoria do Pantera lamenta, no entanto, que 813 pessoas não pagaram o bilhete de entrada, o que representa cerca de 10% do público presente ao estádio.
O acesso de pessoas que não pagam ingresso no Barbalhão agrava o prejuízo financeiro para a equipe do São Raimundo que, em virtude de um acordo com o Castanhal, o clube santareno receberia 100% nas arrecadações, mas no final do borderô a diretoria constatou que pouco mais de 50% da renda entrou nos cofres do Pantera.
É que da renda do jogo, 10% são pagos para a administração do estádio( a prefeitura) e outros 10% para a Federação Paraense de Futebol. Além disso, o time precisa quitar outras despesas como contratação de seguranças e fiscais de bilheteria e portões de acesso. O São Raimundo reclama, ainda, que as federações de outros estados cobram apenas 5% da renda do jogo, ao contrário da Federação Paraense de Futebol(FPF) que cobra uma das mais altas taxas do país, igualando-se apenas a São Paulo e Goiânia.
Portanto, a entrada de 813 pessoas contabiliza um grande prejuízo para equipe que tem o mando de campo. No jogo contra o Castanhal, cerca de 8 mil reais deixaram de ser arrecadados pelo clube. O interessante é que as pessoas que não pagam ingresso, os conhecidos 'caroans' não são os simples torcedores, são policiais civis e bombeiros não escalados para trabalhar, agentes penitenciários, parentes e amigos de integrantes da imprensa, funcionários da prefeitura de Santarém, sobretudo os da assessoria de esporte e lazer, diretores dos clubes e ainda 600 crianças. "É claro que as crianças com menos de 10 anos têm por direito não pagarem o ingresso e que se deve incentivar os pais a levarem os filhos para assistir ao jogo", reconhece um dirigente alvinegro.
Outro diretor do São Raimundo informa ainda que há, no Barbalhão, um portão por onde as pessoas se aglomeram para entrar sem pagar no estádio. O prejuízo do São Raimundo poderia ser maior se o clube não montasse um sistema de fiscalização com segurança e fiscais contratados pela diretoria do time.

Cassado mandato de vereador do Democratas

O juiz eleitoral Sílvio Maria cassou o mandato do vereador Chico da Ciframa.
No ano passado, as contas do vereador foram rejeitadas.
Com base nisso, o advogado Luiz Alberto Pixica ingressou com representação em nome do Partido Verde para que o mandato do vereador fosse cassado com base na decisão da Justiça eleitoral que atestou que Chico da Ciframa recebeu doação indevida de empresa concessionária de serviço público.

*Ir. Kevin... Saudades!

Ormano Souza

Em meio à programação de aniversário do Colégio Dom Amando, que transcorre
neste dia 14, fomos surpreendidos com a notícia do falecimento de Ir. Kevin,
nos EUA, no último dia 06. De jeito esguio, de estrutura física magra,
tranqüilo, sempre sorridente e exímio contador de piadas, ele nos deixa
saudades e tem história marcada na vida missionária na Amazônia.
Nascido no dia 24.09.27, Kevin Jerome Barey fez opção pela vida religiosa na
Congregação dos Irmãos de Santa Cruz, após dois anos no serviço militar, em
15.08.50. Fez seus primeiros votos em 16.08.51 e, quatro anos depois, fez
seus votos perpétuos.
Em 1956 veio para o Brasil. Trabalhou no Colégio Dom Amando e morava na
fazenda Diamantino, a oito quilômetros do colégio. Fundou, em 1961, a Escola
Santa Cruz, naquela comunidade. Desenvolveu também seu ministério em
Almeirim, por nove anos, e lecionou em várias escolas públicas em Santarém.
Foi eleito, por dois mandatos, superior da congregação – distrito dos Irmãos
no Brasil. Foi ecônomo da Diocese de Santarém na gestão episcopal de Dom
Tiago Ryan e de Dom Lino Vombömmel. Retornou aos EUA em 1997, onde fazia
tratamento de saúde vindo a óbito em 06.03.09.

Os argumentos da ministra Gracie para negar posse de Maria, mas suspender as eleições em Santarém

Aqui estão os principais pontos da decisão da ministra Ellen Gracie em manifestação sobre a AC 2294:

“Restrinjo-me nesse momento à verificação do requisito do perigo na demora. E ao fazê-lo, concluo que nada recomenda a posse precária da requerente [Maria do Carmo] na administração do município de Santarém quando próximo, ao que tudo indica, o julgamento de seu recurso extraordinário nesta Suprema Corte, já que admitido pela Presidência do egrégio Tribunal Superior Eleitoral. É que, no caso, o perigo na demora revela-se inverso, na medida em que eventuais sucessivas mudanças no comando municipalidade poderão gerar indesejável insegurança jurídica e graves riscos ao erário e à própria continuidade dos serviços públicos locais.

”Por outro lado, é inegável a proximidade da data fixada pelo TRE-PA, para a realização das novas eleições para elevados custos que adviriam das campanhas e da execução, pela Justiça Eleitoral, do próprio pleito, bem como a geração de novas expectativas do eleitorado e dos prováveis candidatos recomendam que se aguarde, primeiro, a definição a ser dada, por este Supremo Tribunal Federal, sobre a validade do registro da requerente, vencedora das eleições já realizadas.”