domingo, 22 de maio de 2011

Pagamento mínimo de 15% da fatura do cartão de crédito entra em vigor dia 1


No dia 1º de junho, será implantada a segunda etapa da Resolução nº 3.919 do Conselho Monetário Nacional (CMN), segundo a qual o pagamento mínimo da fatura do cartão de crédito vai subir dos atuais 10% para 15%, como forma de desestimular o endividamento de pessoas que pagam altos juros no crédito rotativo. A exigência aumentará para 20% em 1º de dezembro.(Agência Brasil)

São Raimundo vence, mas Cametá faz dois gols no Barbalhão


O São Raimundo deixou escapar um bom saldo de gols para a segunda partida em Cametá, dia 28, ao permitir que a equipe cametaense marcasse dois dois no segundo tempo, ontem à noite no Barbalhão, quando o Pantera vencia por 3x0, placar construído ainda no primeiro tempo da partida.

Mesmo com um saldo de apenas um gol, o Pantera pode garantir a vaga se empatar a segunda partida da semifinal do segundo turno. Mas se perder por um gol de diferença, a vaga será decidida nos pênaltis. Se o Cametá vencer por dois gols de diferença ganha a vaga para a decisão do segundo turno com o vencedor da disputa entre Clube do Remo e Independente.

Ficha técnica do jogo de ontem:

São Raimundo - Labilá; Júlio Ferrari, Rodolfo Soares, Thiago Júnior e Renato Medeiros (Fernandinho); Rodrigo Santarém, Daniel, Aldivan e Vélber (Éber); Sató (Tinha) e Leandro Guerreiro. Técnico Charles Guerreiro.
Cametá - André Luiz; Américo, Tonhão, Rubran e Rodolfo Melô; Wilson Guerreiro (Balão), Paulo de Tárcio, Leandrinho (Balão Marabá) e Robinho; Jaílson (Adeílson) e Leandro Cearense. Técnico: Fran Costa

Gols: Leandro Guerreiro (11'/1º tempo) e Thiago Júnior (31' e 41'/1º tempo) para o São Raimundo; Rubran (18'/2º tempo) e Robinho (24'/2º tempo) para o Cametá.

Cartões amarelos: Thiago Júnior, Rodrigo Santarém e Rodolfo Soares (São Raimundo) e Jaílson, Tonhão e Wílson Guerreiro (Cametá). 


Renda: 68.060,00 / Público: 4.458 pagantes / 1000 credenciados / Total: 5.458. 

Lira Maia e Maria do Carmo fazem pacto pelo plebiscito do Tapajós


Maiores adversários políticos no oeste do Pará, a prefeita Maria do Carmo(PT) e o deputado federal Lira Maia(DEM) estão cada vez mais afinados nas articulações pela aprovação do plebiscito do Tapajós, cujo decreto legislativo está pauta da comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal para votação, quarta-feira, do parecer do deputado Vital do Rego(PMDB-PB).

Na última sexta-feira, Maria e Lira Maia traçaram uma estratégia de atuação junto a senadores do DEM, PSDB e PT. A prefeita foi orientada a 'colar' em Marta Suplicy para evitar surpresas no voto da senadora petista de São Paulo. Por isso, Maria viaja amanhã para Brasília.


Há dez dias, também, foi Lira Maia quem convenceu a prefeita a apoiar financeiramente o movimento pela criação do estado do Tapaós. Em reunião com prefeitos da região, a prefeitura de Santarém anunciou a doação de 50 mil reais para o custeio dos estudos de viabilidade econômica do futuro estado.



Redivisão do Pará: menos Amazônia


Lúcio Flávio Pinto
Da equipe de O Estado do Tapajós

A aprovação da realização do plebiscito sobre a redivisão do Pará poderá ser a oportunidade de discutir a sério a grave questão do perfil geográfico da Amazônia. Unidades menores permitirão corrigir os erros evidentes no processo de ocupação da região ou apenas irão incrementar seus efeitos desastrosos? Eis a questão.

Na semana passada, meia dúzia de deputados federais, na condição de líderes partidários, decidiram, em votação simbólica, sobre a configuração física do segundo maior Estado da federação brasileira, o Pará. Graças a uma manobra dos parlamentares paraenses, defensores do desmembramento dos 1,2 milhão de quilômetros quadrados que constituem o Pará atual, foi aprovada a realização de plebiscito sobre a criação de dois novos Estados nesse território: Carajás e Tapajós.

Os deputados Giovanni Queiroz (do PDT), Lira Maia (DEM) e Zequinha Marinho (PSC) ameaçaram obstruir a pauta da Câmara Federal se os projetos do desmembramento do Pará, que tramitam há vários anos, não fossem aprovados apenas pelos líderes, sem precisar ir ao plenário para a votação coletiva. O governo, empenhado em limpar a pauta para aprovar seus principais itens, cedeu.

Os separatistas escolheram bem o dia, uma quinta-feira, quando a maioria dos parlamentares já deixou – ou está saindo de – Brasília para seus redutos eleitorais. O deputado Chico Alencar, que não cedeu a sigla do PSOL para a empreitada, questionou a legitimidade da decisão, mas foi vencido pela impetuosidade dos emancipacionistas.
Quanto o tema é a Amazônia, há pouco empenho das grandes lideranças políticas, por desinteresse ou desconhecimento da região. Com mais acuidade, se atentaria para a circunstância (nada casual) de que o principal projeto na pauta da Câmara, que proporcionou o acordo de lideranças, é o do novo Código Florestal, impasse que o governo (e, mais do que ele, os ruralistas) quer ver logo resolvido.

Celeumas à parte, o projeto significa a manutenção e aprofundamento da cultura do desmatamento na última porção do país onde ainda podia ser implantado um inovador modelo florestal, justamente a Amazônia. Ao invés de procurar adequar a forma de ocupação da região às suas características físicas, dentre as quais a cobertura vegetal é essencial, confirma-se e agrava-se a visão do colonizador, de conversão da floresta em pastos, campos de cultivo, cidades, indústrias, estradas, etc. O colonizador continuará a modificar a paisagem para que ela reflita sua condição de homo agrícola, derrubador de árvores.

A redivisão do Pará, que tem sua tradição história em relação à parte oeste do Estado, tornou-se coerente com essa forma de integrar a Amazônia ao território nacional, a partir de uma posição centralizada de mando, com ordens que baixam de Brasília, categóricas, indiferentes às peculiaridades locais, à distinção substancial da Amazônia na relação com as outras partes do Brasil, praticamente despojadas de sua riqueza florestal.

Não que a realização do plebiscito represente um fato negativo. Pelo contrário: finalmente a questão espacial da segunda unidade federativa brasileira poderá ser discutida a sério. Agora haverá conseqüências concretas e graves. Não será mais apenas um evento no calendário acadêmico dos debates sem fim ou sem responsabilidades.

No prazo de seis meses deverá ser promovido o plebiscito. Com maiores probabilidades, de imediato visando Carajás, que agora depende apenas da sanção da presidente Dilma Rousseff. O projeto do Tapajós ainda deverá passar pelo Senado. É possível que na câmara alta se repita o que aconteceu na semana passada, mas não se pode descartar a hipótese de aparecer um complicador, que atrase a tramitação da matéria e retire a simultaneidade dos dois projetos. Sem esse imprevisto, também o plebiscito para a criação do Estado do Tapajós irá à sanção da presidente. Não é provável que ela vete a decisão do parlamento.

Não que aprove a iniciativa. Ao invés disso, a chefa do poder executivo terá muitos motivos para não querer que o desmembramento do Pará prospere. A implantação dos dois novos Estados imporá ao governo federal, pelos próximos 10 anos, nova descapitalização, com a necessidade de suplementar – com alguns bilhões de reais a cada ano – a insuficiência de meios das duas novas unidades federativas para caminhar com as próprias pernas durante os primeiros anos de sua implantação. Do que menos a administração petista precisa no momento é de despesas compulsórias – imprevistas e de peso bem razoável como essas.

Para os mais realistas, a decisão da semana passada dos líderes dos partidos na Câmara é tão simbólica quanto os seus votos. É improvável que a maioria do eleitorado paraense aprove o retalhamento do seu Estado presente. Ao contrário da interpretação conveniente dos separatistas, o entendimento constitucional do Supremo Tribunal Federal é de que a consulta não pode ser feita apenas junto à população localizada na área prevista para os novos Estados. O plebiscito tem que abranger todos os eleitores do Estado.

Mesmo que a maioria deles queira dividir o Pará em três, o resultado do plebiscito será submetido aos 41 deputados da Assembléia Legislativa, sem poder decisório, apenas como função consultiva. Depois precisará da aprovação de uma lei complementar, com a adesão da maioria do Congresso Nacional, em votação individual, sem acordos de liderança, para se tornar realidade. Um caminho ainda longo e complicado.

O Pará que remanescerá dos dois projetos de redivisão tem 60% da população total do antigo Estado, o que pode ser o suficiente para definir a votação. Maciça maioria nesse território votará contra o retalhamento, que acaba com uma das bandeiras seculares do Estado: sua grandeza física, um aval ao qual os seus habitantes esperam sempre poder recorrer para sacar suas esperanças de futuro. Do 2º lugar, abaixo apenas do Amazonas, o Pará que sobraria da redivisão se tornaria a 19ª unidade federativa nacional.

Esse Pará, com apenas 20% da sua área original, ficaria com 60% da população, privado do antigo capital de recursos naturais estocados para viabilizá-lo. Com boa parte do seu território já desmatado e exaurido, teria que refazer sua definição, mais se assemelhando a um Estado da faixa de transição entre o Nordeste e a Amazônia, como o Maranhão. A utopia do futuro grandioso desapareceria. De resto, também para Carajás, vítima maior do desmatamento recente.

Mas pelo menos os dois novos Estados teriam melhores condições para se desenvolver, libertos da tutela da antiga capital e de uma elite incapaz de atentar para as paragens mais remotas de uma unidade administrativa com tamanho equivalente ao da Colômbia, mas com um sexto da sua população? É de se duvidar, no mínimo.

Os dois projetos de lei são coerentes com o modelo colonial de ocupação da Amazônia, não com sua continuidade histórica, embora o Estado do Tapajós seja uma antiga e fundada reivindicação dos habitantes dessa região. Carajás, resultante de iniciativa do senador Mozarildo Cavalcante, que nunca se sensibilizou pelas raízes de Roraima, o Estado que representa no parlamento, consolidará a transformação da paisagem amazônica em sertão, despojando-a do que sobrou de floresta nativa por um processo de desmatamento avassalador.

É este o destino selado de São Félix do Xingu, que, só por uma obtusidade do atores econômicos e a conivência criminosa dos agentes públicos, se tornou o município brasileiro com o maior rebanho de gado (no futuro Carajás, o efetivo será de 20 milhões de cabeças). Quantos milhões de árvores os campos de pastagens sacrificaram? Qual foi a perda dessa conversão irracional?

O Xingu é a prova viva dos erros e distorções de projetos de modificação do espaço amazônico concebidos a toque de caixa, para atender a interesses imediatos. É nessa bacia que se concentra o último grande estoque de mata nativa da margem direita do rio Amazonas em território paraense. Associar São Félix do Xingu ao Estado de Carajás é complementar a obra de legalização do desmatamento ironicamente embutida no novo Código Florestal, que, de florestal mesmo, tem apenas o nome. São Félix devia ser protegido para experimentar uma exploração florestal moderna.

Se é assim em São Félix, em Altamira a existência do Estado do Tapajós se manifesta um completo despropósito. O único elemento de identidade entre a maior cidade do Xingu e a maior do Tapajós, Santarém, destinada a ser a capital da nova unidade, é que ambas sofrem os efeitos do avanço selvagem das frentes econômicas. Historicamente, nem diálogo há entre os dois pólos. É inteiramente artificial a inclusão de Altamira no Tapajós. O efeito será o mesmo que alimenta os ressentimentos contra Belém. O Xingu deveria formar uma unidade a parte, o que não seria de estranhar se o vértice do planejamento fossem os rios e não as estradas de rodagem.

Com 718 mil quilômetros quadrados, o proposto Estado do Tapajós será o terceiro maior do Brasil, inferior apenas ao Amazonas e a Mato Grosso. Com 16% da população atual do Pará e 57% do seu território, terá uma densidade demográfica apenas maior do que a de Roraima, equivalente à do Amazonas, quatro vezes menor do que a paraense de hoje. Como Santarém poderá dar a essa vasta jurisdição um tratamento melhor do que o dispensado pelo atual Pará? Apenas renovará os conflitos que motivam a reação dos nossos dias?

Com estas e várias outras contestações, ainda assim a realização do plebiscito é um avanço no tratamento da identidade do Pará. Ao invés de se continuar a discutir se a redivisão deve ocorrer ou não, a partir de agora a tarefa passará ser avaliar, no curto período de seis meses, a viabilidade dos projetos de emancipação. Viabilidade numa perspectiva mais ampla do que a da auto-suficiência econômica: abarcando também as dimensões social e econômica.

Os dois projetos têm uma deficiência fatal: ignoram o rio Amazonas e as bacias dos seus afluentes, os verdadeiros divisores do ambiente e os instrumentos de povoamento e civilização durante séculos, até que as estradas, responsáveis pelo maior abalo traumático da história amazônica, tumultuassem tudo, massacrando a história anterior com os novos elementos trazidos pelos imigrantes, pessoas físicas ou jurídicas.

Mesmo que eles conseguissem realizar as promessas que apresentam, a conseqüência das modificações espaciais seria acelerar a descaracterização do conteúdo amazônico da geografia e aumentar a condição do homem como um ser estranho à paisagem – e hostil a ela. A estrada de rodagem triunfando de vez sobre o rio. Por isso, o próximo alvo será o Amazonas. As espinhas de peixe marginais à BR já estão se formando pelo sul do Estado.

O plebiscito só será negativo se o processo a seguir continuar a ser liderado apenas pelo punhado de políticos que conseguiram a aprovação dos dois projetos. O que lhes interessará será conquistar o apoio dos eleitores, mesmo sem conscientização sobre a questão, este, sim, o grande desafio para quem estiver preocupado em melhorar – e não em piorar – a condição amazônica do Pará. E, por extensão, de toda a região. Dividindo não para governar, dominando o governo, mas para juntar forças sinérgicas. Para mudar de verdade.

Cuspindo chamas

Por Parsifal Pontes

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Os Maiorana e os Barbalho, controladores dos dois maiores grupos de comunicação do Pará, Organizações Romulo Maiorana e Grupo RBA, respectivamente, não andam do mesmo lado da calçada, nem que o sentido da trilha seja oposto.
A disputa entre os grupos extrapolou interesses empresariais e consolidou-se em um contexto pessoal que raia aos píncaros da vendeta eterna.
A reportagem, por parte do “Diário do Pará”, da recente audiência na Justiça Federal do Pará, a qual compareceu Romulo Maiorana JR., como réu em um processo que lhe move o Ministério Público Federal, irritou-o a ponto de faze-lo perder a tramontana, levando-o ao rés do chão em um artigo por ele assinado em “O Liberal”, edição de 20.05.11.
No artigo, intitulado “Um safado e sua safadeza”, Romulo JR. destila, rumo a Jader Barbalho, o ódio que conseguiu lavrar no espaço direito da primeira página do seu jornal.
Diante da investida, Jader Barbalho não se rogou: com a serenidade de poupar a primeira página do “Diário do Pará” do tiroteio, lavrou, também poupando a sua assinatura no texto, a réplica ao lado da mais lida coluna do jornal, o “Repórter Diário”.
Intitulado “Alucinações do Travestido”, o texto, mais leve e curto que o do desafeto, investe nas mesmas chagas que tanto incomodam Rômulo JR.
Clique na imagem para ler os dois textos, que, sem dúvidas, representam o ápice das desinteligências entre as duas famílias que hegemonizam a comunicação no Pará.

Capa da edição impressa de 21 de maio de O Estado do Tapajós

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