segunda-feira, 12 de maio de 2008

Parece oca, mas não é!


Barracas da ilha do amor(Alter do Chão) submersas pelas águas do lago verde, domingo, 12 de maio.
Foto: Olavo Neves

Essa droga é mesmo uma droga


Brasília- Mano Júnior se trancou para morrer sem saber que morreria. Hospedou-se num hotel de fachada de vidro escuro na Ceilândia Sul, R$ 40 a diária do apartamento simples, sem ar condicionado. Vinte e quatro horas depois, seu corpo foi encontrado caído de bruços, testa sangrando, agarrado ao interfone, fio esticado da parede ao chão. O 23 de janeiro de 2008, o último dia da vida de Mano Júnior, parecia apenas mais um na angústia silenciosa que o acompanhava desde que perdeu a fama conquistada no Domingão do Faustão.
Oito anos e meio antes, em 4 de julho de 1999, Manoel Pinheiro de Oliveira Júnior entrou no auditório da Globo no Rio de Janeiro com uma cartolina escondida no blaser e saiu de lá com um novo nome, Mano Júnior, e contrato com a gravadora Continental para gravar um CD. A música forjou a alma do garoto de olhos reluzentes.
No domingo que o levou à fama, ele se sentou ao lado da animadora de auditório, e esperou a câmara acender a luzinha vermelha para o seu lado. Abriu a cartolina onde estava escrito: “Fausto Silva, sou cantor, vim de Brasília. Me dê uma chance de cantar, por favor. Só depende de Deus e de você”. Faustão estava ao vivo e a próxima atração daquela tarde, a comediante Gorete Milagres (“ô, Coitada”) não havia aparecido.
O sorriso gigante e doce do brasiliense deve ter atraído o apresentador, àquela altura tendo de improvisar para ocupar o espaço vazio na programação. Faustão o chamou ao palco — “faz tempo que o Caçulinha não trabalha” — e daí em diante Júnior virou Mano Júnior.
Enquanto cantava Emoções, de Roberto e Erasmo, Sozinho, de Caetano, Minha Metade, do Só pra Contrariar e mais cinco músicas, a audiência do Domingão alcançou 32 pontos e deixou para trás o Domingo Legal, do arqui-rival Gugu Liberato.
Daí em diante, Mano Júnior voltou 14 vezes ao dominical da Globo. Com o estouro no Faustão, o ex-engraxate, ex-picolezeiro, ex-cobrador de lotação e ex-flanelinha foi morar num flat perto do estúdio de gravação, tinha empresário e psicólogo, dinheiro no bolso, uísque 12 anos na prateleira, e a solidão criando um vácuo no peito.
Passados os dois primeiros anos de sucesso, dinheiro e glória, a bolha estourou. Dois discos gravados, 55 mil vendidos e R$ 200 mil mais tarde, Mano Júnior tinha perdido um dos tesouros. Os olhos translúcidos e o sorriso encantador haviam sido moídos pelo trator do show bussiness e das drogas.
Mano Júnior lutava para se livrar das drogas. Já tinha se internado, mas a família não quis falar sobre o assunto. Não foi a vida de celebridade-relâmpago que iniciou Mano Júnior na teia entorpecente. Desde os tempos de cantor em Brasília, ele já gostava de um fuminho básico.
No último dia de sua vida, Mano Júnior passou boa parte da manhã no serviço. Saiu pouco antes das 14h. Cruzou com o amigo Flávio: “Tô saindo. Se alguém perguntar por mim, diz que eu já fui”. Menos de duas horas depois, se trancou num quarto de hotel para a morte.
(Fonte: Correio Braziliense)

Comitê Pro-Novo Estado tem audiência em Brasília

O ministro das relações institucioinais José Múcio Monteiro(PTB-PE) marcou, a pedido do deputado federal Lira Maia, encontro quarta-feira, em Brasília, com delegação do comitê pro-criação do estado do Tapajos, liderada pelo professor Edvaldo Bernardes.
O grupo emancipacionista tem apenas um único pedido a fazer a Múcio: que o projeto que autoriza o plebiscito seja colocado em pauta ainda este semestre.

Da sala para a cozinha

É para onde anda, meio perdido, o líder do governo na Câmara de Santarém.
Tem horas que o partido de Emir Aguiar, o PR, está na cozinha.
Noutro horário, os republicanos estão na sala.
E Emir, do lado de fora, olha pela janela, mas nada pode fazer.

PAC empacado em Santarém

Moradores das baixadas dos bairros de Uruará e Mapiri, em Santarém, foram desaconselhados pela prefeitua Maria do Carmo a levantar o assoalho de suas casas porque as obras do PAC livrariam suas casas dos efeitos da enchente ainda este ano.
Maio chegou, as casas estão no fundo, a prefeita sumiu e as obras do PAC continuam sem sair do papel.

Quando não são oito, são oitenta

Inacreditável.
Empresa que faz linha fluvial de lancha entre Alenquer e Santarém está sendo criticada porque não vende passagem em excesso. E está 'barrando' policiais de folga que tomavam os assentos de passageiros que pagam passagem.
O ponta-de-lança dessa malfada campanha é o repórter Frank de Oliveira, da sucursal da Tv Tapajós em Alenquer. Ele critica até o fato da empresa estar vendendo passagem com antecedência, para comodidade dos passageiros.
Parece que ele nunca viajou de avião. Deve ser isso.

PT considera que componente eleitoral é que inspira a greve

Do Espaço Aberto

Os presidentes do Diretório Estadual do PT e do Diretório Municipal do partido em Belém, João Batista da Silva e Adalberto Aguiar, estão convictos de que PSOL, PSTU e PSDB estimulam a greve de professores estaduais como estratégia de desgaste neste período pré-eleitoral.“
A greve dos professores é legítima. Eles têm uma grande tradição de luta no Estado. Nós respeitamos o direito de greve. Mas não há dúvida alguma de que PSOL, PSTU e PSDB sempre estiveram juntos no Estado contra o PT. Aliás, o PSOL e o PSTU são pragmáticos. E porque são pragmáticos, às vezes acabam se aliando à direita. Veja-se, por exemplo, a ex-senadora Heloisa Helena [presidente nacional do PSOL], responsável por ressuscitar o Collor, alguém que a História condenou”, ataca o vereador Adalberto Aguiar.
“Não há dúvida alguma de que a greve dos professores tem não um forte, mas um fortíssimo componente, um fortíssimo caráter eleitoral. E o PSOL, o PSTU e o PSDB têm o maior interesses em desgastar o PT. O alvo é o PT, evidentemente, porque é governo”, vai no mesmo tom o presidente estadual petista, João Batista.
Aguiar deplora o que chama de “excessos” na repressão policial ocorrida na última sexta-feira (9), quando policiais militares atiraram bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta para desbloquear a Rodovia Augusto Montenegro, interditada por grevistas nas imediações do Palácio dos Despachos.
O presidente municipal do PT considera, no entanto, que há por parte dos professores em greve uma forma equivocada nas reivindicações que têm formulado. “Acho que a proposta do governo Ana Júlia é boa. Acho a proposta coerente. Mas o governo não tem conseguido vender bem essa proposta. E tem havido falta de habilidade nas negociações”, diz Aguiar.
Adalberto Aguiar informou que nesta segunda e terça-feiras, durante seminário de formação promovido pelo PT, será debatida uma proposta de que seja aberto um canal de negociações entre o governo e os professores. Mas ele faz logo uma ressalva: o canal de negociação “deve partir do princípio de que não haja vencidos nem vencedores.”
João Batista, o presidente estadual, também informou ao blog que logo mais, no início da tarde desta segunda-feira, as bancadas estadual e federal do partido vão se reunir para fazer uma avaliação da greve e dos caminhos que podem ser buscados para evitar que o impasse continue.
Muito embora também considere a greve legítima, João Batista acha que o governo já ofereceu o possível e não pode agir à margem da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que impõe limites para os gastos com pessoal. “O que tem faltado é estabelecer um tempo, um prazo para a recuperação das perdas de 75% dos professores. Mas todos haverão de convir que o governo não poderá reverter, de uma hora para outra, esse percentual acumulado em 12 anos de governos tucanos”, diz João Batista.

Imagens da 'Cidade da Gente', hoje de manhã





Brasileiro sente-se incapaz de mudar crise ambiental

52% dos cidadãos não vêem mudanças climáticas como problema grave enquanto 46% se preocupam com a situação segundo os resultados do estudo "Os Brasileiros Diante das Mudanças Climáticas - Imaginando o Impacto do Aquecimento Global". Nele, constatou-se que as pessoas sentem-se mais alarmadas do que informadas, enquanto o discernimento entre o que pode e deve ser feito está sujeito a ambigüidades e dúvidas.
Para se chegar a esta conclusão, foi analisada a visão da população diante do quadro de conseqüências cotidianas, propondo reflexão sobre a percepção do fenômeno ambiental e a capacidade de mudar esta situação. A inquietação sobre os prováveis efeitos negativos derivados do aquecimento global fica clara quando se expõem questões como problemas de saúde humana, secas e escassez de recursos como água potável, perda de flora e fauna com a extinção de várias espécies, aumento do nível do mar e padrões climáticos extremos.
Além de apontar para a combinação de alguns destes pontos ou de todos eles juntos, o fator mais temido e esperado pelo brasileiro é a seca com a escassez de água (23%), seguido pela extinção de espécies (16%) e um clima cada vez mais radical (14%).
Segundo Fabián Echegaray, diretor da Market Analysis, os consumidores do país revelam um quadro misto de certezas e conflitos sobre o desafio da sustentabilidade ambiental. "Apesar de as opiniões estarem divididas, - 52% não acreditam que as mudanças climáticas sejam um problema tão grave, enquanto 46% apresentam real preocupação com o assunto -, os brasileiros emergem como o povo mais autoconfiante sobre o tema entre os que pertencem a sociedades em desenvolvimento", afirma Echegaray.
"Existe uma fraca associação entre perceber o fenômeno ambiental como crítico no plano pessoal e se sentir capaz de mudar a situação", contrapõe. No Brasil, 40% das pessoas sentem-se suficientemente competentes para realizar mudanças pessoais que ajudam a alterar a desordem ambiental. Porém, ao focar naqueles que exibem fortes percepções sobre o assunto, a incidência atinge apenas 16,1%, considerados como a minoria consciente e efetivamente mobilizada. Este grupo se diferencia dos demais pelo maior nível de informação sobre o aquecimento global, e por seu alinhamento favorável com as ações de ONGs, especialmente se ambientais ou filantrópicas.
Percepção mundial sobre o aquecimento global
Apesar de não se sentirem vítimas do fenômeno, os países desenvolvidos concentram o maior número de consumidores com sentimentos de competência pessoal para lidar com a situação. No outro extremo, a grande massa de países emergentes percebe-se como vítima das mudanças climáticas, sem condições de dar resposta eficaz.
Ficha técnica:
Os dados fazem parte da pesquisa Barômetro Ambiental, estudo anual realizado com exclusividade pela Market Analysis no Brasil, sendo reproduzido simultaneamente em outros 21 países, por meio de uma rede de institutos de pesquisas parceiros. Amostras representativas dos adultos entre 18 e 69 anos, residentes nas oito principais capitais do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife e Brasília. Entrevistados 802 adultos, pessoalmente no domicilio do entrevistado. Margem de erro de aproximadamente 3,4%.

Memória de Santarém - Lúcio Flávio Pinto

Santarém, 1960
A cidade tinha 23.654 habitantes nesse ano, segundo recenseamento preliminar do IBGE.

O DIA-A-DIA

*Os santarenos não tiveram dúvida: apesar das nuvens carregadas e baixas impossibilitarem uma boa visão, a fumaça branca deixada por um "misterioso aparelho", naquela terça-feira de junho, deve ter sido o rastro do satélite Atlas III, "o mais aperfeiçoado engenho teleguiado, enviado ao espaço sideral pelos técnicos norte-americanos". O satélite "passou por Santarém em velocidade incrível, despertando a atenção da população". Talvez não por mera coincidência, na mesma época começou a passar sobre a cidade o jato da linha Miami-Santiago do Chile. Com menos mistério, é claro.

*Por falta de combustível, a Tecejuta, a fábrica de fiação e tecelagem de juta da Prainha, foi forçada a limitar por alguns dias a luz que fornecia à cidade, desprovida de outra fonte de energia. Às 10 da noite Santarém ficava às escuras.

*Na sede do PSD, na rua Floriano Peixoto, no período pré-eleitoral, o partido mantinha "fotógrafo e pessoal habilitado para atender quem queira alistar-se eleitor". Os vereadores José Saraiva Macedo e Belarmino Paiva, considerados "a dupla bossa nova do PTB", bateram o recorde de alistamento: fizeram 2.233 eleitores.

*Durante uma única semana, em abril de 1960, Santarém teve três prefeitos: Ubaldo Corrêa, o titular; e os vereadores Serique e Belarmino, este presidente da Câmara Municipal, que o substituíram em sua ausência.

*Apesar de pertencerem à coligação, Nestor Orlando Miléo e seu irmão, José Miléo, apoiaram o candidato do partido adversário, o PSD, ao governo do Estado, em 1960. Também Guilherme Imbiriba Lisboa e Aurélio Imbiriba da Rocha se aliaram a Aurélio do Carmo, que venceu a disputa.

*O casal Dácio e Aida Campos comemorou o aniversário de sua "jovem e linda filha", oferecendo-lhe "momentos de intensas alegrias", junto a suas colegas e pessoas "do círculo de relações de sua família". Ieda cursava "com aplicação" a terceira série ginasial do Colégio Santa Clara.

*Santarém acordou mais cedo, na madrugada de 12 de maio de 1960, "com o estrugir de foguetes nos quatro cantos da cidade", que davam início às comemorações pelo aniversário do juiz de direito da 1ª vara da comarca, Alberto de Chermont Raiol. "Uma banda de música executou partituras apropriadas, na alvorada do grande dia em homenagem ao aniversariante, que deve ter ficado surpreendido e ferido na sua proverbial modéstia, com tantas demonstrações de carinho", atestou a crônica jornalística.

*Dário Mendes Coimbra, sócio-gerente da firma Coimbra & Irmãos, também foi surpreendido em sua "confortável residência" por alvorada que os amigos fizeram, à zero hora do dia do seu aniversário, a 26 de maio.

*Houve festa para comemorar os 15 anos de Maria Luiza, a "linda garota estudiosa, meiga e educada", filha do juiz Manoel Cacela Alves e da senha Elba Alves, que colhia, assim, "mais essa flor perfumada no jardim florido de sua venturosa e despreocupada existência". Maria Luiza cursava "com brilhantismo" a 1ª série do curso ginasial do Colégio Santa Clara.

*Foi já em casa nova, na travessa dos Mártires, que Laudelino e Carmita Silva festejaram o aniversário de seus filhos, Regina Maria, Vera Lúcia e Paulo Roberto.

*Com "os mais variados tipos de uísque", Alfredo Ferreira Coelho, o "benquisto" comerciante Alfredinho, comemorou sua data natalícia.

*Aloysio Melo, médico da Casa de Saúde São Sebastião, comprou uma "notável" caminhonete Rural Willys.

Ademir ganha a disputa pelo comando estadual do PSB

A oposição tentou, tentou e bem que tentou, mas o comando estadual do Partido Socialista Brasileiro (PSB) no Pará continua nas mãos do ex-senador Ademir Andrade.
No Congresso Estadual do partido, realizado das 8h até por volta das 18h deste sábado (10), na Câmara Municipal de Belém, a chapa “Coragem”, liderada por Ademir, levou os votos de 164 dos 229 delegados municipais aptos a votar. Os restantes 65 votos foram dados às duas chapas de oposição, a “Miguel Arraes”, liderada pela ex-prefeita de Abaetetuba, Antônia Botelho, e a “Unidade Socialista”, do grupo do advogado e militante do partido Nelson Marzullo.
Com a vitória, é praticamente certo que Ademir Andrade, até agora o presidente da Comissão Provisória do PSB no Estado, também será confirmado como o presidente da Executiva Regional do partido.
Mas a definição dos nomes que vão compor a Executiva só ocorrerá na próxima terça-feira, às 18h, em local que a direção estadual da legenda ainda não definiu.
(Fonte: Espaço Aberto)

Poder pelo poder

O secretário de planejamento Everaldo Martins já dá como favas contadas a adesão do PMDB à candidatura de Maria do Carmo mas nem por isso se dá por satisfeito.
Está pressionado os pequenos partidos a ir a reboque de Maria do Carmo.
Os 'argumentos' são os mais diversificados possíveis.
Do canto da sereia ao tilintar de 30 moedas de prata.

Para facilitar o Eiia/Rima, Cargill pode suspender compra de soja regional


Gisele de Freitas
Repórter


A Cargill reuniu a imprensa na última quinta-feira (8) para explicar o processo de elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (EIA/RIMA) do terminal graneleiro da Vera Paz, em Santarém. De acordo com o diretor coorporativo da empresa, Afonso Champi, o estudo será entregue ao Ibama ainda em 2008 e não será apenas local, mas sim abrangendo a região. O diretor respondeu a questões sobre impacto ambiental e compensação aos danos causados ao meio ambiente, plantação de soja na região, sítio arqueológico que existia no local em que a empresa se instalou e a água de lastro dos navios que seria jogada no rio Tapajós.
De acordo com Champi, todas estas questões serão abrangidas pelo estudo e a Cargill poderá tomar algumas atitudes para diminuir os impactos assim que estiver consciente do prejuízo que foi causado.
A Cargill se comprometeu em não comprar soja de áreas desmatadas por dois anos, prazo que os grupos de defesa do meio ambiente tentam prorrogar. Para Champi a moratória termina em julho deste ano e a decisão de prorrogar este tempo não depende da empresa, mas do TNC e a questão poderá ser revista.
Mas não é que pensa o padre Ediberto Sena, da Frente de Defesa da Amazônia (FDA). O religioso afirma que os membros da FDA estarão atentos ao estudo para saber se ele vai se dar de forma verdadeira e se englobará todos os itens considerados fundamentais. Caso estes requisitos não sejam atendidos a Frente poderá entrar com uma representação judicial.
Segundo Champi, o EIA/RIMA da Cargill não será um estudo apenas local, mas abrangerá outros pontos, como a BR 163, comunidades afastadas da cidade, Mojuí dos Campos, por exemplo, e a cidade de Belterra. A equipe que está elaborando o estudo já teria inclusive visitado estes locais. O diretor da empresa afirma que a Cargill nunca se negou a fazer um estudo, mas que antes era necessário saber que tipo o governo queria. Ele ainda afirmou que a empresa fez um Plano de Controle Ambiental (PCA), que contou com mais de 500 laudas e que muitos pontos do mesmo serão reativados no EIA/RIMA. "Nós precisávamos que o governo nos dissesse que tipo de estudo queria. Não podemos ligar para a nossa matriz e dizer que temos de fazer um estudo diferente a cada dia e na época da instalação o governo estadual aceitou o PCA" destacou Champi.
Uma das principais críticas que a empresa recebe da população santarena é em relação à praia de Vera Paz, que deixou de existir no momento em que a Cargill se instalou no local. Em relação ao assunto Champi afirmou que antes da empresa avaliar o que pode fazer para compensar os prejuízos vai esperar pela conclusão do estudo, para saber se houve impacto, qual foi e o que pode ser feito. "Sinceramente se me perguntar agora o que pode ser feito para compensar o impacto na área da praia eu não sei dizer. Precisamos primeiramente analisar o estudo e ver qual a melhor forma. Não adianta causarmos um impacto num lugar e fazer a compensação em outro que não tem nada haver" destacou.
Em relação ao sítio arqueológico que existiria no local em que a empresa fio instalada, Sérgio Luís Pompéia, diretor da empresa que a Cargill contratou para fazer o EIA/RIMA afirmou que o sítio também estará englobado no estudo, mas a empresa acredita que se o local fosse mesmo um sítio deveria estar organizado como tal, como prevê a legislação. De acordo com Pompéia, na época da instalação da empresa não havia esta organização. A empresa também não tem um plano de compensação para o sítio arqueológico e vai esperar o estudo para analisar os prejuízos e compensações que podem ser feitas.
Outra polemica que envolve a instalação da Cargill em Santarém é o incentivo que foi dado para que produtores do sul do país se instalem na região, que teria aumentado o êxodo rural, o desmatamento e ainda a questão dos agrotóxicos que, colocados na lavoura, acabariam por prejudicar as plantações na região. " Há rumores de que a saída das famílias do campo tenha inchado as cidades, mas os números do IBGE não comprovam que o êxodo rural tenha sido tão alto", rebateu Pompéia.
Para ele, a vinda do porto é mesmo um incentivo para a plantação de soja, mas os produtores influenciam muito pouco no desmatamento. Pompéia garantiu que o EIA/RIMA vai abordar o desmatamento causado pelos produtores bem como a influência dos pesticidas que são jogados nas lavouras.
Segundo o diretor Afonso Champi, a Cargill só compra soja de produtores cadastrados no projeto The Nature Conservancy (TNC), que controla a produção do grão em áreas que não sejam de florestas. Ele garante que muitas vezes a Cargill se recusa a comprar de outros produtores que levam o produto até a empresa, mas não estão cadastrados. Segundo Champi dados da prefeitura e do IBGE revelam que há cerca de 500 mil hectares já degradados para a plantação na região oeste paraense e que por ano a empresa compra no máximo a produção de 25 mil hectares da região.
Champi negou os boatos de que a Cargill tem deixado de receber soja agricultores locais e que estaria comprando menos deles para tentar diminuir o impacto ambiental. "Nós nunca viramos as costas para os agricultores, promovemos reuniões em que os mesmos são convidados a participar. A última foi em março deste ano. Convidamos 300 e só compareceram 40. Não podemos esquecer que já havia produtores aqui antes de chegar a Cargill, mesmo assim vamos entrar em contato com o pessoal do TNC para que atendam mais agricultores e veja o que falta para que eles entrem no projeto" garantiu Champi.
Outra polêmica que envolve a empresa diz respeito à água de lastro dos navios. Os navios de grande porte quando estão vazios enchem os compartimentos com água do oceano para poderem navegar. Há uma lei internacional que obriga os mesmos a pararem antes de entrar nos rios e despejarem a água no próprio oceano, para que os rios não sejam contaminados com seres marinhos, que podem acabar prejudicando o ecossistema local. Champi afirma que a empresa cumpre três procedimentos diferentes para descarregar a água de lastro, de acordo com a legislação e que a água do Tapajós também poderá entrar no estudo. "A água não é simplesmente despejada no rio, nos cumprimos os procedimentos legais" destacou.
Champi afirmou que a empresa quer ouvir a população, inclusive quem é contra as instalações na cidade e que promoverá audiências públicas, como determina a lei, antes de enviar o relatório ao Ibama.

Maria vai à justiça impedir concurso público

A presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargadora Albanira Bemerguy, concedeu pedido de suspensão de liminar em tutela antecipada formulado pela prefeitura de Santarém contra a decisão da juíza Betania de Figueiredo Pessoa Batista que, em medida cautelar de Ação Civil Pública proibia as contratações de servidores temporários pelo Município de Santarém sem prévia aprovação em concurso.
Com a decisão da presidência do TJE a prefeita Maria do Carmo está desobrigada de fazer concurso público no prazo de 60 dais. Sexta-feira(9) era o último dia para a publicação do edital. Em entrevista à Tv Tapajós, Maria do Carmo garantiu que o concurso público vai ser mesmo realizado, mas não especifiou a data de sua realização.
"É um contra-senso da prefeita Maria do Carmo dizer que vai haver concurso público quando ela mesma vai a justiça para impedir que o concurso seja realizado', reagiu o vereador Valdir Matias Jr, do PV. O vereador oposicionista considera que é muito improvável que o concurso seja realizado este ano. "Há a legislação eleitoral que impede a contratação de funcionários no período eleitoral. Se houver concurso, os aprovados só serão chamados após as eleições deste ano.
A assessora de imprensa da prefeitura Nelma Bentes informou no início da noite de sexta-feira que o município vai realizar o concurso no mês de junho e o edital com as normas do certame serão conhecidas ainda neste mês de maio.
O procurador do município Isaac Lisboa foi outro que garantiu a O Estado do Tapajós que a prefeitura de Santarém realizará o concurso público ainda este ano.
A promessa de realização de concurso público é uma das quatro principais promessas de campanha da prefeita Maria do Carmo que não foram cumpridas. As outras três são a pavimentação de 300 quilômetros de ruas, a construção de 4 pronto-socorros 24 horas nos bairros da periferia e a instalação de água em todas as torneiras da população de Santarém.

Filhos, sede obedientes.

Josué Monteiro
Articulista de O Estado do Tapajós

O Apóstolo, escrevendo aos efésios recomenda aos filhos dizendo: “Vós filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.” Nesta passagem podemos observar o apóstolo Paulo orientando que devemos ensinar nossas crianças a obedecer e a honrar os seus pais, mediante a criação na disciplina e doutrina do Senhor.
Até os filhos mais velhos, mesmo depois de casados devem receber o conselho dos pais e honrá-los na velhice, mediante cuidados e ajuda financeira, conforme a necessidade. Isto é Bíblico, e este registrado em MT. 14:1-6. É importante dizermos que os filhos que honram seus pais serão abençoados por Deus, aqui na terra e na eternidade.
Não podemos fugir a verdade, é obrigação solene dos pais dar aos filhos a instrução e a disciplina condizente com a formação cristã. Os pais devem ser exemplos de vida e conduta cristãs, e se importar com a salvação dos filhos. Segundo a palavra de Paulo em Ef 6:4 e Cl 3:21, bem como a instrução de Deus em muitos trechos do Antigo Testamento, é responsabilidade dos pais dar aos filhos criação que os prepare para uma vida de agrado do Senhor.
A Bíblia também nos narra uma exortação a adquirir a sabedoria e apartar-se do caminho dos ímpios nos dizendo: “Ouvi, filhos, a correção do pai e estai atentos para conhecerdes a prudência. Pois vos dou boa doutrina; não deixeis os meus preceitos. Porque eu era filho de meu pai, tenro e único em estima diante de minha mãe. E ele ensinava-me e dizia-me: Retenha as minhas palavras o teu coração; guarda os meus preceitos e vive”.
Hoje, vivemos uma grande interrogação. Queremos saber por que os filhos não honram os seus pais. A palavra de Deus afirma que o povo perece por falta de conhecimento. Na atual conjuntura, assistimos filho tentando tomar os bens dos pais e dos irmãos sem medir as conseqüências que isto pode lhe acarretar espiritualmente diante dos preceitos de Deus.
Este mesmo filho não sai em defesa da honra da família; que teve os seus valores morais pisoteados por tiranos e aventureiros que para cá foram trazidos por um grande remanso. Aceita a desonrardes de seu irmão, agora em saudosa memória.
Agora, quando sua força de pai já foi dominada pela vaidade dos pensamentos dos seus filhos, a honra, a ética, e a sua primogenitura foram trocadas por um prato de sopa de lentilhas. As maracutaias sempre são tramadas a gosto dos que dela se alimentam. Mas lembramos, que no oculto do homem ou em qualquer lugar deste espaço universal o Juiz divino que é soberano para nos julgar, trará ainda cedo a sentença dos filhos que não honram os pais. “Porque os caminhos do homem estão perante os olhos do Senhor, e ele plana todas as suas carreiras” (Pv 5:21). Portanto, filhos, sede obedientes porque esta é a vontade de Deus.

PP pode ficar sem candidato a vereador

Na Coluna do Estado deste final de semana:

Ação movida pelo Ministério Público eleitoral pode embaralhar a vida dos candidatos a vereador pelo PP. É que a ação trata de dupla filiação do presidente do PP, ex-vereador Luiz Alberto. Se a ação for confirmada pelo TRE, todos os atos assinados por Luiz Alberto, inclusive as fichas de filiação desses pré-candidatos, tornando-os inelegíveis.