domingo, 27 de janeiro de 2013

Tragédia similar na Argentina gerou mudanças em boates


Tragédia na boate República Cromañón

Tragédia em 2004 na Argentina deixou 194 e também envolveu uso de pirotecnia

               
O incêndio que deixou 194 mortos em 2004 na boate República Cromañón, em Buenos Aires, similar ao que ocorreu neste domingo em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, provocou uma série de mudanças na segurança nas casas noturnas da capital argentina.
As medidas incluíram mais sinalização interna das discotecas indicando a saída de emergência; menos tolerância no tocante ao limite de público autorizado para cada local e a colocação de cartazes indicando a quantidade permitida de pessoas no recinto.
Locais com mais de um andar devem também agora atualizar, regularmente, informações sobre a resistência do prédio, segundo documento da Agência Governamental de Controle publicado (AGC) no site do governo da cidade de Buenos Aires.
As medidas foram definidas após reunião com empresários do ramo, músicos, arquitetos, engenheiros e os grupos que representam os pais das vítimas daquela tragédia na República Cromañón. Cabe à AGC verificar que as normas de segurança estão sendo cumpridas, de acordo com informações oficiais.

Internet

Além de novas exigências para as casas noturnas, também foram definidas e intensificadas as normas de segurança para bares, teatros independentes, clubes com música ao vivo e salões para tango, por exemplo. As exigências de segurança deverão ser respeitadas antes da abertura do local e durante seu funcionamento.
De acordo com o governo da cidade, os “cidadãos poderão saber o estado de habilitação e funcionamento dos locais na internet”.
O documento diz que eventos de grande público, como recitais e festas, deverão ter “autorizações especiais”.
As novas regras de segurança incluíram decretos, resoluções e leis.
Muitos dos debates contaram com a participação dos familiares das vítimas e foram transmitidos ao vivo pelas principais emissoras de televisão do país.

Efeito Cromañon

Na prática, a tragédia na casa noturna portenha gerou uma série de medidas batizadas de “Efeito Cromañon”.
Logo após o episódio, que ocorreu no dia 30 de dezembro de 2004, várias casas noturnas foram interditadas no país.
Levantamentos indicaram, na ocasião que das quase duzentas casas noturnas da cidade, somente 61 atendiam às novas exigências de segurança.
Investigações policiais e judiciais revelaram que a discoteca República Cromañón tinha o certificado de bombeiros vencido, cerca do triplo de público permitido e problemas com a saída de emergência.
A perícia apontou que o uso de pirotecnia provocou o incêndio, que gerou uma fumaça mortal.
O grupo de rock teria o hábito de usar pirotecnia em seus shows, o que não teriam feito naquela noite, sugerindo que a iniciativa poderia ter partido do público.
A tragédia provocou prisões de empresários, dos músicos e renúncias de políticos na cidade.
Ainda hoje o caso comove a Argentina. Na internet, especialistas publicaram documentos sobre o que deveria ser feito para que novas tragédias como esta não ocorram no país.
Num deles, da Universidade de Palermo, especialistas dizem que a população também deve estar "mais atenta" sobre os locais que frequentam, tentando saber se cumprem ou não as exigências de segurança.

Incêndio em boate mata 245 jovens em Santa Maria(RS)

Bombeiros exaustos após buscas na boate.Crédito: Maurício Barbosa/Especial

O Rio Grande do Sul vive, no dia hoje (27) a sua maior tragédia: um incêndio de grandes proporções em uma boate, na cidade de Santa Maria, matou 245 pessoas.
O incêndio ocorreu na boate Kiss, na madrugada desse domingo, quando o recinto estava lotado de jovens. Além dos 254 mortos, todos por asfixia e pisoteamento, há 48 pessoas hospitalizadas.
Havia mais de mil jovens, que faziam uma festa para angariar fundos para uma formatura (Santa Maria tem uma das melhores universidades dos Rio Grande do Sul), em uma boate que só tinha uma saída e estava com o alvará de funcionamento suspenso. 
Os 254 corpos foram retirados da boate e levados para um ginásio de esportes, onde um Comitê Gestor da Crise recebe as famílias para identificação dos corpos e posterior liberação para os velórios.
A presidente Dilma Rousseff, que estava no Chile, ao saber da tragédia cancelou os compromissos oficiais e retornou ao Brasil e já está em Santa Maria empenhando os pêsames da República às famílias das vítimas. (Blog do Parsifal)

Veja aqui, imagens do Zero Hora