quarta-feira, 18 de junho de 2008

Ana Júlia em Belterra e Santarém

A governadora Ana Júlia visita amanhã a cidade de Belterra.
Na sexta-feira, estará em Santarém para lançamento de obras do PAC do bairro do Uruará e inauguração da segunda etapa do projeto orla e da delegacia de repressão ao crime organizado.
Ainda na sexta, pela manhã, o vice-governador Odair Corrêa estará presente à apresentação da maquete das obras de ampliação do aeroporto de Santarém.

Seminário discute consórcios públicos e saneamento em Santarém

(Discutir a formação de consórcios públicos para melhorar a prestação dos serviços de saneamento é o objetivo do encontro que acontece nos próximos dias amanhã e sexta-feira em Santarém.
O Seminário "Novos Consórcios Públicos: Alternativas para a Gestão do Saneamento Ambiental" faz parte do Projeto Novos Consórcios Públicos para Governança Metropolitana (NPC), parceria estabelecida entre o Ministério das Cidades e a Universidade de British Columbia (Canadá) para melhorar a governança metropolitana no país por meio da criação de consórcios públicos.
O evento acontece no Auditório das Faculdades Integradas do Tapajós, a partir das 8h30 desta quinta (19).
Às 11h15, o diretor de Articulação Institucional da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, Sérgio Gonçalves, palestra sobre Saneamento Ambiental e a Nova Lei de Consórcios Públicos. Às 15h30, a palestra será do presidente da Companhia de Saneamento do Pará (COSANPA), Eduardo Ribeiro de Castro Júnior, participa da mesa sobre Gestão das Águas. Atualmente, a Prefeitura Municipal de Santarém busca, em conjunto com o Governo Federal, um formato de cooperação com as prefeituras de Belterra, Juruti, Aveiro e Placas - oeste do Estado - para gerir os serviços de saneamento e de recursos hídricos, a partir dos exemplos colocados em prática em outras cidades do Brasil e experiências internacionais.
(Fonte: Ministério das Cidades)

Sai lista dos agraciados com a medalha "Padre João Felipe Bettendorf"

A cerimônia de entrega da Medalha "Padre João Felipe Bettendorf" será realizada nopróximo domingo, às 19h30min, no Centro Cultural João Fona.
Os agraciados com a Comenda, indicados pela Prefeita Maria do Carmo são:
1. Eunice de Lalor Imbiriba Corrêa (Pastoral Carcerária);
2. Edna Assunção de Jesus (Agente Comunitária de Saúde);
3. Armstrong Martins Feitosa (Pároco da Igreja de São Francisco de Assis);
4. Geraldo de Oliveira (Pastor da Igreja da Paz Central);
5. Noêmia de Sousa Jacob (Superintendente da Caixa Econômica Federal);
6. Antonio Osiris Assis de Sousa (Médico Ortopedista).

O bate-papo - Crônica de 4ª feira

Miguel Oliveira
Editor-chefe

Quem tem arcano tem que saber guardá-lo. Quando duas pessoas compartilham do mesmo segredo, já não é mais segredo, dizia meu velho pai. Por isso, sentar à mesa de bar, para aquele bate-papo semanal, tem lá suas precauções.
Reporto-me a esse fato para recordar minha última estada no terrace do Bar Mascote, sexta-feira última, como não fazia há vários meses.
Partilhei com o casal Ary e Rosa e mais tarde com o ex-pescador de aviú José Ronaldo de momentos agradáveis. Foi de um malabarismo danado a escolha dos assuntos.
Um amigo comum ligou para um dos convivas como que com a intenção de auscultar o ambiente. Desistiu de se juntar ao grupo, talvez se precavendo de maledicências políticas.
Todo ano de eleição é assim mesmo. Todo mundo pensa logo que um simples bate-papo é uma confabulação, a preparação de uma revolução, montagem de uma sabotagem e por aí vai.
Mal sabem esses senhores que em mesa de bar se conversa de tudo. Ali não é o local para a revelação de segredos profissionais e nem tão pouco para confidências políticas.
Mas o leitor que agüentou ler esta crônica até esta parte já deve estar se perguntando do porquê de todo esse preâmbulo. Com justa razão já deve estar pensando que este cronista não tem assunto melhor para abordar.
Mas o objetivo é bem outro, senão o de estimular o bate-papo em mesa de bar, lanchonete ou restaurante. E também à porta de casa, como antigamente.
À sua mesa, invariavelmente, chegam até você as mais desencontradas notícias, gente interessante, mas também algumas inconvenientes.
Na mesa de bar se sabe que um artesanato hippie vendido a menos que um prato de comida custa não menos que cem reais em quaisquer butiques. Que há instantes uma menina fugitiva do abrigo municipal tinha passado por ali, driblando a fiscalização do conselho tutelar. E ser surpreendido com a chegada de uns 'piratas' de araque indagando onde está o ouro.
Mas o gostoso mesmo é rememorar fatos pitorescos do passado já distante. E ouvir, de um dos transeuntes por entre as mesas, que gostou do que foi escrito ou mesmo que há uma pequena imprecisão em minhas narrativas semanais.
Nesse ponto, Ary me acompanha com sua boa memória e sua desenvoltura em conversar tanto sobre assuntos cibernéticos quanto à degustação de uma boa cerveja. Com apurado paladar, o meu amigo fez suas considerações sobre a mais nova marca do mercado do malte espumado. Eu aqui, resistindo à tentação, saboreando àquela altura uma caipirinha sem açúcar.
Naquela noite, depois de conversar vários assuntos do cotidiano, Ary fez-me uma cobrança de maneira elegante, preocupado com a forma acanhada com que tenho me inserido no mundo cibernético. Uma observação dele me deixou pensativo: que o nosso jornal, possuidor de um dos maiores acervos de textos e fotografias de Santarém e da região, precisava colocar à disposição do internauta todo esse material. E ganhar dinheiro com isso também.
Mas a provocação de Ary ainda não me fez repensar a forma retraída com que me posto diante da internet, talvez por ainda ser, apesar de ainda não está na fase dos cinqüentões, um dos jovens dinossauros do jornal impresso.
É aqui que me encontro comigo mesmo e com vocês, leitores.

Maria se reúne com Jader à noite

O deputado federal Jader Barbalho voa neste instante de Brasília para Belém.
Na capital paraense, o manda-chuva do PMDB vai ouvir hoje à noite o rosário de queixas da prefeita Maria do Carmo, ávida pelo apoio do partido a sua campanha de reeleição.

Encenação cavalar

Chegam ao site notícias sobre manobras de caserna engendradas para maquiar a situação de penúria por que passam alguns animais da cavalaria da PM em Santarém.
Uma fonte jura ter visto um repórter de tv combinar com patentes superiores a filmagem em um cenário onde, supreendentemente, o depósito de ração apareceu abarrotado de comida, em contraste às imagens exibidas pela TV Tapajós, que mostrou o local, segunda-feira, praticamente vazio.

Transamazônica comemora 10 anos de energia definitiva com Tramoeste

Paulo Leandro Leal

Em junho de 1998, foi inaugurada em Altamira, na Transamazônica, a primeira etapa do Sistema de Transmissão do Oeste do Pará (Tramoeste), marcando definitivamente a chegada da energia firme de Tucuruí na região da Transamazônica. No próximo dia 28, a população de Altamira deve reviver este momento, em um grande evento que vai comemorar os 10 anos da inauguração do linhão do Tramoeste, um projeto que mudou para melhor as cidades da região em apenas uma década.
A festa do dia 28 deve reviver a inauguração de dez anos atrás. Em 1998, foi realizada um grande evento, com a participação do então presidente da República Fernando Henrique Cardoso e do então governador Almir Gabriel, idealizadores e responsáveis pela execução do projeto. Lideranças políticas de todos os municípios e um show com a dupla sertaneja Chitãozinho e Chororó marcaram o evento. Cerca de 30 mil pessoas participaram do evento. Deste vez, a estimativa é que pelo menos 20 mil pessoas participem do evento, que vai ser organizado pela prefeitura de Altamira.
A primeira etapa do Tramoeste foi inaugurada em 1998 com a entrada em operação da linha de 230 kV entre Tucuruí e Altamira (PA). Antes da implantação do Tramoeste, a população de muitas cidades do Oeste Paraense enfrentava até 18 horas diárias de racionamento de energia elétrica. O Projeto Tramoeste foi planejado para levar a energia gerada em Tucuruí a 13 municípios da Transamazônica e a outros do Baixo Amazonas.
Foram beneficiados os municípios de Altamira, Brasil Novo, Uruará,Medicilândia, Pacajá, Placas, Vitória do Xingu, Rurópolis, Itaituba, Santarém, Anapu,Trairão, Belterra, além de dezenas de agrovilas. O Tramoeste, em primeira instância, objetivou a chegada da energia elétrica em Altamira. Na segunda etapa, o linhão do Tramoeste atingiu Rurópolis. A partir deste ponto, a energia foi capaz de ser levada a Itaituba e Santarém, acabando com o racionamento de energia nestas regiões.
O investimento foi de R$ 250 milhões para o projeto, formado por nove subestações de energia elétrica, mais de 1.000 km de linhas de transmissão, 470 km de redes de distribuição rural e 5.300 postes em redes de distribuição urbana. Uma estimativa de pessoas beneficiadas com este empreendimento fica em torno de 600 mil, somando-se as populações das cidades contempladas, de acordo com o censo demográfico de 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Hoje, mais de um milhão de pessoas são beneficiadas.

Chove, chuva

Chove intensamente em Santarém desde as cinco e meia da manhã.
A maioria das avenidas da cidade transformou-se em verdadeiro 'rio' por causa da forte enxurrada.
Mais uma vez os boxes do mercadinho da Prainha, na avenida Curuá-Una, foram para o fundo.
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Atualizada às 08:23:
A chuva deu uma trégua, mas o tempo permanece nublado.

Desvio de função

Um secretário municipal ficou de plantão para identificar os pontos onde estavam sendo colados os outddors da campanha 'Adote um Buraco', promovida pela Tv Ponta Negra.
O outro colega de secretariado dedica-se a escrever comentários anônimos em sites venais.

Etiópia

Do Repórter Diário:

O promotor militar Armando Brasil intimou ontem a Polícia Militar a abrir IPM para investigar maus-tratos aos cavalos do esquadrão de cavalaria da PM em Santarém [ que o leitor do Blog do Estado soube em primeira mão]. Segundo ele, imagens requisitadas da TV Ponta Negra para compor o inquérito mostram os animais em estado famélico e soldados cortando capim para alimentá-los, quando a PM é obrigada a comprar ração especial para que, fortalecidos, possam desempenhar atividades policiais. “A denúncia diz que mais parecem cavalos da Etiópia”, comparou.

Quem protege a Amazônia?

Ronaldo Braziliense

Auditoria inédita do Tribunal de Contas da União (TCU) mostra que os órgãos ambientais do Brasil têm estrutura deficiente, escassez de verbas e não conseguem se integrar para combater o desmatamento. O resultado disso também é conhecido: o dinheiro público vai para o ralo, as florestas são derrubadas e ninguém fica vai preso. “Todos os órgãos contam com uma estrutura muito deficiente para cuidar da Amazônia. Se as autoridades ao menos se falassem, teríamos menos desperdícios e mais resultados”, critica o relator da auditoria, ministro Marcos Bemquerer.
A conclusão do relatório, apesar de lamentável, é igualmente óbvia: na Amazônia, o crime ambiental compensa. Com a palavra, o Ministério do Meio Ambiente, o Ibama, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Incra, e, claro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Sucupira

A prefeita Maria do Carmo vai 'inaugurar' uma linha de ônibus na semana de aniversário de Santarém.
Só falta agora inaugurar o novo cemitério que nem existe ainda.

Carga tributária é a maior da história

Marcos Cezari
Folha de São Paulo


Mesmo com o fim da CPMF (o tributo do cheque), a carga tributária continua avançando no país, mostra estudo divulgado ontem pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário).
Segundo o estudo, a carga fiscal no primeiro trimestre deste ano foi de 38,90% do PIB (Produto Interno Bruto), com um aumento de 1,87 ponto percentual em relação aos 37,03% do mesmo período do ano passado. Trata-se de um novo recorde para os primeiros trimestres de cada ano.
A carga tributária (ou fiscal) é a soma de todos os tributos (impostos, taxas e contribuições), pagos pela sociedade aos três níveis de governo, em relação ao PIB. Assim, de cada R$ 100 que o país produziu no primeiro trimestre, R$ 38,90 viraram tributos que foram para os cofres dos governos federal, estaduais e municipais.
Para um PIB de R$ 665,53 bilhões, divulgado na semana passada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os contribuintes pagaram R$ 258,90 bilhões em tributos, segundo o IBPT.A previsão é que em 22 de dezembro a carga fiscal de 2008 alcance R$ 1 trilhão.
Nos primeiros três meses deste ano, a arrecadação nos três níveis de governo subiu 16,75% em termos nominais, segundo o IBPT -quase três vezes o crescimento de 5,8% do PIB no mesmo período.
Esses 16,75% de aumento representaram R$ 37,15 bilhões adicionais em relação a janeiro a março de 2007. Desse total, a União levou R$ 27,39 bilhões (ou 73,73%), seguida pelos Estados, com R$ 8,71 bilhões (23,45%), e os municípios, com R$ 1,04 bilhão (2,80%).
Os R$ 27,39 bilhões a mais obtidos pela União em apenas três meses representam mais de 68% de toda a receita que era prevista (R$ 40 bilhões) pelo governo caso a cobrança da CPMF tivesse sido prorrogada pelo Senado ao final de 2007.

Por que a baixa avaliação do governo Ana Júlia?

Paulo Bemerguy
Espaço Aberto

A pesquisa Vox Populi que o Diário do Pará publicou em sua edição do último domingo foi a segunda, em menos semana, a atestar a baixa avaliação do governo Ana Júlia Carepa (PT).
No levantamento do Diário, ela aparece com 41% de avaliação negativa. Anteriormente, conforme informação veiculada pela Bandnews, no final da semana passada, Ana Júlia aparece na condição de governadora com pior avaliação em todo o País.
Ela só escapou de ficar ficou sozinha, no último lugar, entre os governadores sobre os quais o Vox Populi ouviu, porque teve uma companhia – e companhia nada edificante: da governadora tucana do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, que trabalha com o inimigo bem ao lado, o vice-governador Paulo Feijó, do Democratas (DEM).
Terremoto vivo, ambulante e operante, Paulo Feijó já provocou o esfacelamento político do governo a que pertence por ter revelado, com métodos pouco usuais, a corrosão moral que fez atolar as pretensões éticas do governo gaúcho no lodo do fisiologismo desbragado e sem limites.
Por aqui, no entanto, a governadora Ana Júlia Carepa não poderá nem lançar mão da desculpa de que tem um Paulo Feijó a atazanar-lhe a vida. Nem isso. Ao contrário, ultimamente seu vice, Sua Excelência o doutor Odair Corrêa, tem adotado tão elevados e nobres ideais que nos expõe a todos a um testemunho histórico: o despertar, o nascimento de um estadista. Alguns passos a mais e o vice de Ana Júlia se firmará como o estadista que todos os povos gostariam de ter.
O reflexo dos desacertosO que dirá, então, a governadora Ana Júlia se porventura alguém lhe perguntar a que atribui seu baixa avaliação. Dirá, provavelmente, que os números são inconsistentes e não batem com a realidade. E se disser isso, a governadora repetirá o que normalmente todos, na situação dela, costumam dizer.
E o que dirão os que assistem, acompanham e têm elementos para avaliar estes 18 meses de gestão da governadora Ana Júlia Carepa? Poderão dizer, sem medo de errar, que a governadora ainda não conseguiu superar a contento os reflexos de desacertos que, muito embora tenham alcançado enorme repercussão política dentro e fora do Estado, não tiveram como contrapartida ações e medidas suficientes para minimizar os efeitos, os impactos que deflagraram.
Levantamentos feitos no curso do ano passado já demonstravam que Ana Júlia estavam sendo mal avaliada. Em alguns grandes municípios do Pará, pelo menos 25% dos consultados em algumas consultas sobre a avaliação do governo petista não respondiam quando indagados sobre o pensavam da atual administração estadual.Isso já seria um mal indício para o governo Ana Júlia. Normalmente, quando isso acontece, é sinal de que a população se mantém, como se diz, na dela, à espera de que o tempo avance para que possa avaliar o governante com maior precisão. O tempo avançou, e a avaliação é a que se vê aí, nas pesquisas do Vox Populi.
Ser mulher, ser petista e ser nortistaA governadora Ana Júlia, quando confrontada com certas questões – ou com todas as questões – que se lhe oferecem, tem usado quase como um mantra a assertiva de que sofre as conseqüências de um triplo preconceito: por ser mulher, por ser petista e por ser da Região Norte. A última vez que a governador disse isso com todas as letras foi na entrevista divulgada pela Folha Online, na última segunda-feira.
Pode ser. Mas, se fatos, situações e circunstâncias forem sopesados na devida conta, a conclusão é de que a governadora já poderia começar a encontrar outra – ou outras – frases de efeito, capaz de amparar suas teses sobre preconceito, discriminação e coisas do gênero.Porque a verdade é que os fatos não dão razão à governadora para considerar-se a si mesma como alguém que enfrenta, todo dia e o dia todo, a condição humilhante de não conseguir desamarrar-se de estigmas que supostos machistas, antipetistas e antinortistas pretendem colar na imagem dela.
A vantagem nº 1: ser mulherAo contrário do que imagina, o fato de ser mulher é condição que credencia a governadora, que lhe é favorável, e não um motivo que dê margem a preconceitos. Afinal, ela é a primeira mulher a governar o Pará. Os paraenses não são preconceituosos, pois.
Disjunções políticas eventuais tendentes a menosprezar a condição de mulher da governadora não podem ser tomadas como indícios de atitudes preconceituosas que dominaram amplos segmentos. Devem ser tomadas, isto sim, apenas como grosserias e incivilidades episódicas protagonizadas por grosseiros e incivilizados que, infelizmente, povoam a vida pública. A esses, a governadora deveria simplesmente desprezar – porque são de fato desprezíveis -, e não acolher suas grosserias e incivilidades para tentar capitalizar politicamente a seu favor.
A vantagem nº 2: ser petistaO fato de ser petista também não pode representar desdouro contra a governadora. Porque o PT é um partido de projeção nacional e tem aprendido, sobretudo depois de eleger por duas vezes um presidente da República, que as aspirações de pureza ética devem ter contraponto as relações de poder, com toda a carga de impurezas que isso significa. Por conta disso é que o PT, neste particular, já avançou muito, ao relativizar situações que antes o partido tinha como inflexíveis e inegociáveis. Como é o caso, por exemplo, das concessões ao fisiologismo de aliados para poder governar.
A vantagem nº 3: ser nortistaE o fato de ser nortista e amazônida também não deveria pesar contra, mas a favor da governadora Ana Júlia. Porque ela, justamente por ser mulher e petista, poderia muito fazer valer essas duas condições para inaugurar procedimentos e condutas que, se não a tornassem uma estadista como seu vice, pelo menos lhe permitiriam almejar um papel de aglutinadora de forças políticas para mudar prática antigas, ultrapassadas e contrárias ao interesse da própria Região Norte.
A cabeleireira e a esteticista
Os desacertos que levam a governadora a amargar os baixíssimos índices de avaliação devem ser considerados com objetividade, ainda que, mesmo assim, dêem margem a explorações políticas.
Foi o caso, por exemplo, da nomeação logo no início do atual governo, da cabeleireira Manuella Figueiredo Barbosa e da esteticista Franciheli de Fátima Oliveira da Costa, escolhidas para funcionarem como assessoras especiais do gabinete da governadora. Qual a explicação para tal episódio? A explicação foi a de que as críticas a um ato administrativa destrambelhado, desastrado e inoportuno mal disfarçariam um preconceito (sempre ele), porque a governadora, como mulher, precisava apresentar-se com trajes e aparência dignos da relevância do cargo que ocupa, daí a necessidade de contar com o auxílio permanente de uma cabeleireira e de uma esteticista.
Por que não encontrar uma solução, digamos, mais racional para a satisfação dessa necessidade inerente à condição de mulher da governadora? Era preciso nomear as duas profissionais como assessoras especiais da Governadoria? É claro que não. E tanto é assim que as ambas as profissionais foram exoneradas, tão logo revelou-se a situação esdrúxula em que se encontravam. Se foram exoneradas, é porque o governo admitiu que houve um erro, e não preconceito, nas críticas que foram feitas.
O caso da adolescente de AbaetetubaEste é apenas um exemplo, talvez o mais emblemático, de que o discurso ganha asas e voa para bem distantes dos fatos, todas as vezes em que é difícil oferecer explicações e justificativas condizentes para certas situações que levantam clamor e indignação.
Foi o caso da adolescente presa com homens numa cela da cadeia de Abaetetuba, um escândalo com repercussões até mesmo fora do país. Também ali recorreram-se a dois discursos: o primeiro, mostrando que aquela barbaridade com a menor acontecera em decorrência do legado de governos anteriores, que deixaram um sistema prisional sucateado; o segundo, para ressaltar que as mesmas deficiências no setor carcerário do Pará repetem-se em outros Estados do País.
A cobrança de quem está no poderComo se viu, nem um argumento, nem outro foram suficientes o bastante para minimizar a certeza de que a governadora é a atual governante do Estado. Nessa condição, é justo que sejam cobradas medidas dela própria, como governadora atual do Pará, e não de governantes anteriores. Porque, se isso fosse razoável, então seria justo debitar até mesmo o congestionamento numa rua de Belém a erros que remontam a 1500, quando Cabral aportou no Brasil; ou que provêm de 1616, quando Francisco Caldeira Castro Branco desembarcou na área que depois seria o Forte do Presépio, em Belém.
Motivo de grande desgaste também tem sido a demora para a entrada em funcionamento do Hospital Regional do Oeste do Pará, em Santarém. E se não bastasse a demora, que por si só poderia demonstrar apenas inapetência administrativa, avolumam-se as suspeitas de irregularidades que motivaram o Ministério Público a ajuizar duas ações, uma de improbidade administrativa, e uma outra criminal - contra o ex-secretário de Saúde Halmélio Sobral, Roberto Cardoso Massoud, diretor Administrativo e Financeiro da Sespa, e Antonio Marcial Abud Ferreira, presidente da Comissão Permanente de Licitação da secretaria.
Por tudo isso, merecem atenção - muitíssima atenção - por parte do governo do Estado as aferições negativas sobre o desempenho do governo Ana Júlia. Até porque o tempo avança. E já se caminha para metade do mandato da governadora.
O tempo dos ajustes já acabou. Também já é passado o período propício para se alegar, como normalmente se alega, que o governo anterior deixou um cenário de terra arrasada. E não se discute aqui se deixou mesmo ou não.Discute-se, sim, que é tempo de começar a colher alguma coisa.Se a colheita demorar muito, o produto apodrece.

Manchetes desta quarta-feira de O Estado do Tapajós

INDEFINIDO HORÁRIO DE BANCOS E ESCOLAS COM BASE NO NOVO FUSO

SAI RESULTADO FINAL DO CONCURSO PARA PROFESSOR DA SEDUC

BARRAQUEIROS NÃO CRÊEM EM REMOÇÃO DA PRAÇA TIRADENTES

REFEIÇÃO A BORDO CAUSA CONFUSÃO NOS BARCOS

OUTDOORS DA CAMPANHA DO BURACO SÃO RETIRADOS SOB PRESSÃO

UNIVERSIDADE DO OESTE É MELHOR PARA O PARÁ, DIZ REITOR DA UFPA

POSTOS DE SAÚDE 24 HORAS SÓ TÊM MÉDICO UMA HORA POR DIA

RECEITA RESTITUI PRIMEIRO LOTE DO IR A MAIS DE MIL NO OESTE DO PARÁ