domingo, 19 de agosto de 2012

Edmilson ganha no segundo turno, em Belém?

Trecho do artigo de capa do Jornal Pessoal, de Lúcio Flávio Pinto, que está nas bancas da capital, sobre a campanha do candidato do PSOL à Prefeitura de Belém, Edmilson Rodrigues:

" Todos os analistas consideram que o deputado estadual Edmilson Rodrigues presença certa na segunda votação, também considerada quase inevitável diante da fraqueza das opções oferecidas ao eleitorado. Hoje, estaria eleito. Mas e no segundo turno?
O PSOL é um partido pequeno, o que desfavorece a volta de Edmilson à PMB. Mas seus correligionários apostam que ele tem prestígio pessoal suficiente para compensar a pobreza de meios para a sua propaganda. Não há dúvida, mas só esse fator não será suficiente para manter o seu favoritismo. A imagem da administração de oito anos do PT será esmiuçada e posta em questão.
Se o rigor for sua medida, dificilmente alguém com discernimento endossará a crença dos partidários de Edmilson de que ele foi um dos melhores prefeitos de Belém. Sua posição real é do outro lado do ranking, na vasta faixa cinzenta dos alcaides sem maior brilho, que tanto acertaram quanto erraram, com um saldo negativo.
À parte os efeitos fugazes do populismo, suas principais obras são um atestado de incompetência: o primeiro (e único) viaduto urbano, o túnel malfadado, o bondinho inviável (e caro), a João Alfredo fracassada, a bizarra (e também cara) aldeia do carnaval, o pronto socorro mal ajambrado e muito mais. Sem falar na manutenção dos mesmos vícios pelo exercício do poder de uma elite em relação à qual o então petista pretendia ser alternativa.
Depois de oito anos como prefeito, Edmilson volta a postular o cargo renovado e enriquecido? Nada disso. Nas entrevistas, ele não admite que cometeu erros. Sob insistência, diz que não se lembra de um erro. Seria uma volta aos mesmos procedimentos de antes. Belém não merece essa reedição.
Não há mais, a rigor, candidato de esquerda. Monopolista da ética, o PT a negociou em praça pública, jogando fora o elemento que distinguia a esquerda dos demais grupos políticos. Daí o eleitor não conceder um segundo mandato a Ana Júlia Carepa. E talvez decida repetir a rejeição a Edmilson, cansado de retórica vazia.