sábado, 17 de janeiro de 2009

Eidai fecha. E as outras?

Lúcio Flávio pinto
Editor do Jornal Pessoal e articulista de O Estado do Tapajós


A Eidai do Brasil Madeiras chegou ao Pará em 1972 trazendo capital japonês para ser a maior indústria madeireira da Amazônia. Chegou a contar com 1.200 empregados diretos, nas suas instalações fabris, no distrito industrial de Icoaraci, e 2.500 indiretos. Desde o final do ano passado a empresa iniciou sua autofalência para encerrar de vez suas atividades. A empresa diz, no processo judicial, que “foram frustradas todas as tentativas de recuperar a lucratividade” que não tem como requerer a recuperação judicial porque “já cessou suas atividades produtivas”, não tendo mais empregados no setor de produção.
As razões para desistir são arroladas num decálogo, que inclui a desvalorização do dólar, “com a perda da lucratividade dos produtos destinados ao exterior”; dificuldade para manter a qualidade dos seus produtos com máquinas e equipamentos obsoletos; dificuldade para compra de madeira, que ainda aumentou de preço; desequilíbrio das contas, agravadas por uma dívida de mais de seis milhões de reais, em favor principalmente de dois bancos, o ABN Anro Real e o Bradesco (mais de R$ 3 milhões); e a “falta de perspectiva para a indústria madeireira”.
Talvez os sócios da Eidai pudessem enfrentar e superar os problemas objetivos, mas parece que lhes faltou ânimo. A empresa se declarou vítima de uma tentativa de chantagem feita pelo ex-superintendente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis). Paulo Castelo Branco foi preso no aeroporto de Brasília com 500 mil reais (de um total de R$ 1,5 milhão que teria cobrado) num flagrante armado pela Polícia Federal com a participação da Eidai, que não aceitou a extorsão e contribuiu para a prisão. Depois de solto, Castelo Branco voltou à ativa e, mesmo ameaçado de nova prisão, em virtude da decisão judicial do processo instaurado contra ele, continua a influenciar na prefeitura de Belém.
É provável que o episódio tenha influenciado na decisão da Eidai de pôr fim à sua participação na economia paraense. À parte essa circunstância criminal (porém, moral e política também), a decisão da empresa suscita outra questão, de natureza técnica: se a poderosa Eidai não suportou os fatores de desequilíbrio do funcionamento da indústria madeireira, que lhe tiraram a perspectiva, como é que as outras que ficaram no mercado se mantêm?
Fica, com a dúvida, algum mistério ainda remanescente desse capítulo da história da madeira na Amazônia, que costuma ser escrita por linhas tortas.

Eu tenho a força

Ouve-se intramuros advogados simpáticos a ex-prefeita Maria do Carmo cochicharem aos colegas que estes têm a força para impedir a realização de novas eleições em Santarém. Se não for possível, retardar ao máximo a definição do novo pleito.
Nos jornais, o deputado Carlos Martins, irmão da ex-prefeita, afirma categoricamente que não haverá novas eleições na cidade.
E o Tribunal Regional Eleitoral como é que fica?

Manchetes deste sábado de O Estado do Tapajós

MP DENUNCIA GRILEIROS À JUSTIÇA

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça um grupo de 12 pessoas sob as acusações de corrupção, formação de quadrilha e grilagem de terras públicas no oeste do Pará. Entre os denunciados estão um ex-servidor do próprio MPF demitido pela instituição, servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), advogados, sojeiros e madeireiros presos em 2004 na operação Faroeste, da PolíciaFederal e MPF. A pena para esses crimes pode chegar a 12 anos de prisão.
A denúncia foi autuada na vara da Justiça Federal em Santarém na últimaterça-feira, 13 de janeiro contra: 1 - Edilson José Moura Sena, ex-servidor do MPF: invasão de terras públicas, formação de quadrilha, falsificação de documento público, extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento, corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa, falso testemunho ou falsa perícia e fraude processual.2 - José Dorivaldo Pinheiro Sousa, servidor do Incra cedido ao MPF (teve sua cessão revogada pelo Procurador-Geral da República): invasão de terras públicas, esbulho possessório, formação de quadrilha e advocacia administrativa. 3 - João Eustórgio Matos de Miranda, servidor do Incra: invasão de terras públicas, formação de quadrilha, fraude processual, favorecimento pessoal e advocacia administrativa. 4 - Cleysson Jorge Pereira Martins, servidor do Incra: invasão de terras públicas, formação de quadrilha e advocacia administrativa. 5 - Clóvis Rogério Casagrande, sojeiro: invasão de terras públicas, esbulho possessório, formação de quadrilha, falsidade ideológica e corrupção ativa.6 - Jecivaldo da Silva Queiroz, advogado, ex-estagiário do MPF: invasãode terras públicas, formação de quadrilha e tráfico de influência. 7 - Cirillo Maranha, advogado, ex-sócio de Jecivaldo da Silva Queiroz: invasão de terras públicas, formação de quadrilha e tráfico de influência. 8 - Moacir Ciesca, madeireiro: invasão de terras públicas, falsidade ideológica e corrupção ativa. 9 - Nilson Correa de Souza, técnico em topografia: invasão de terras públicas, formação de quadrilha e advocacia administrativa. 10 - Renato David Prante, sojeiro: invasão de terras públicas, falsidade ideológica e corrupção ativa.11 - Reonildo Daniel Prante, sojeiro: invasão de terras públicas, falsidade ideológica e corrupção ativa. 12 - Juscelino Martini, profissão não citada: invasão de terras públicas, falsidade ideológica e corrupção ativa.
É a segunda quadrilha denunciada pelo MPF a partir das investigações do caso. A primeira ação criminal, ainda não julgada, foi ajuizada em maio de 2005, contra oito pessoas. 1 - Jorge Bartolomeu Pereira Barbosa, servidor do Incra: formação de quadrilha e corrupção passiva. 2 - Ângelo de Souza Marques, servidor do Incra: acusado de formação de quadrilha e advocacia administrativa. 3 - Ermino Moraes Pereira, servidor do Incra: formação de quadrilha e advocacia administrativa. 4 - Almir de Lima Brandão, servidor do Incra: formação de quadrilha e advocacia administrativa.5 - José Osmando Figueiredo, advogado: formação de quadrilha e corrupção passiva.6 - Onélia Nogueira Barbosa, empresária: formação de quadrilha e corrupção passiva.7 - Elizandra Kelen Cardoso dos Anjos, ocupação não citada: formação de quadrilha e corrupção passiva.8 - Andreza Acássia Martins Marques, empresária: formação de quadrilha e corrupção passiva.
De acordo com os seis procuradores da República que assinaram a mais nova denúncia, há ainda uma terceira quadrilha investigada no mesmo inquérito. Esse outro bando teve como finalidade a venda criminosa, para pessoas de todo o Pará, de Certidões de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR). Faria parte do grupo o ex-superintendente do Incra em Belém José Roberto Oliveira Faro. Como ele é deputado federal, o MPF pediu o encaminhamento do inquérito aoSupremo Tribunal Federal (STF).

TURISTA COMPRA POUCO ARTESANATO EM SANTARÉM

RESSACA NAS VENDAS COMÉRCIO SANTARENO


CATRACA ELETRÕNICA NOS ÔNIBUS EM FEVEREIRO

PARÁ RURAL FINANCIA MEL EM ALENQUER

MONTE ALEGRE É AUTO-SUFICIENTE EM SEMENTES DE MILHO

MONUMENTOS HISTÓRICOS DE SANTARÉM SERÃO CATALOGADOS

CASOS DE VIOLÊNCIA NÃO REGISTRADOS DISTORCEM OS NÚMEROS DA SEGURANÇA EM SANTARÉM

JADER DÁ AS CARTAS E FAZ LANCE PARA 201O