segunda-feira, 29 de junho de 2009

Garantido vence o festival de Parintins

O Garantido conquistou hoje à tarde o título da edição de número 44 do festival de boi de Parintins.

Vôo da Gol está atrasado

Ninguém da empesa dá informação.
O vôo da Gol para Manaus, que deveria decolar de Santarém as 14h30, ainda não tem hora para partir.
A aeronave, que vem de Belém, está atrasadíssima, isso todo mundo sabe.
Só não sabe o porquê do atraso.

Genro do doutor Boni está na folha da cooperativa

Quem foi à Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores assistir ao depoimento do doutor Boni, médico que recruta seus colegas de Belém para virem atuar no Hospital Municipal de Santarém, saiu com a impressão de que lei é mesmo potoca por estas bandas.
De cara limpa, Boni confirmou que um dos médicos que aparecem na lista de supersalários é nada menos que seu genro mas que este só empresta o nome para receber o pagamento que é repassado a outros médicos que realmente vem trabalhar em Santarém
Se o dinheiro fosse particular, Boni poderia fazer o que bem entendesse com o dinheiro da cooperativa, mas se trata de verba do SUS, que deveria obedecer a legislação que rege a aplicação de recursos públicos.

Peloso é afastada da direção da Funcap

Juíza da segunda vara cível da capital afastou da direção da Funcap a santarena Euniciana Peloso, irmã da dupla Milton e Pedro Peloso.

Cassados

Lúcio Flávio Pinto


O Ato Institucional número um, ou AI-1, completou 45 anos em 9 de abril. Foi baixado pouco depois de uma semana da deposição do presidente constitucional João Goulart e da formação do primeiro governo militar, em 1964. Era para ser o único ato de consolidação do golpe político, através do afastamento da vida pública dos principais personagens do regime anterior. Mas como vários outros desafetos do novo regime escaparam da guilhotina, o AI-2 surgiu em 15 de junho, com novas cassações de mandatos e de direitos políticos.
Dezesseiss paraenses (ou personagens da política estadual) integraram essa lista de expurgos “revolucionários”: o governador Aurélio do Carmo e o seu vice, Newton Miranda, do PSD. O prefeito de Belém (e ex-governador) Moura Carvalho, também junto com seu vice, Isaac Soares, ambos pessedistas. Os deputados federais Clóvis Ferro Costa, da UDN, e Sílvio Braga, do PSP. O prefeito de Cametá, Agenor Moreira, e o seu irmão, o deputado estadual Amílcar Moreira (que ainda voltariam à política, depois da quarentena de 10 anos que lhes foi imposta). Os deputados estaduais Reis Ferreira e Benedito Monteiro, mais o ex-deputado Cléo Bernardo, irmão de Sílvio Braga. O então superintendente da SPVEA (atual Sudam), Andrade Lima, e o ex-superintendente, Waldir Bouhid. O coronel (da Aeronáutica) Jocelin Brasil, o líder sindical Sá Pereira e o militante de esquerda Pedro Pomar

Mensagem do Coração em CD

O radialista Jorge Carlos Nascimento lançou, hoje, a terceira edição do CD Mensagem do Coração.
O Cd pode ser adquirido na recepção da rádio Guanary.

Expediente no fórum só até quinta-feira

Uma regra não escrita vale para o funcionamento da justiça no mês de julho em todo o Pará.

Embora o esquema de plantão montado pelo TJE impeça a paralisação completa do andamento dos processos urgentes e permita o atendimento dos casos previstos em lei, o expediente no Tribunal de Justiça do Estado e nas comarcas da capital e interior durante o mês de julho será de segunda à quinta.

As sexta-feiras, como de costume, os serventuárias do poder judiciário e seus titulares terão o final de semana ampliado para curtir o veraneio.

Hábito de comer peixe está acabando em Santarém

Suzana Pinto
Repórter

O hábito alimentar dos santarenos está mudando nos últimos anos. A procura pelo pescado nos supermercados caiu consideravelmente, aumentando o consumo de aves. Este fato contraria a crença de que é costumeira para as cidades à beira de rio a facilidade de consumo de peixe pela população. Nos restaurantes da cidade é visível a preferência dos clientes por pratos à base de carne bovina e frango.
Na mesa diária das famílias está mais presente a carne de frango ou bovina do que os peixes da região. Foi o que informou o empresário César Ramalheiro, administrador de uma rede de supermercados onde comprova que a venda de aves aumentou em 20% em relação ao mesmo semestre do ano passado. Hoje a saída da carne de frango representa 65% enquanto que a carne é de 32% e o restante representa a procura de carne de carneiro e suína. " O dado que atesta que o povo está se alimentando bem menos com peixe é o registro da venda de apenas 1% de peixes", confirmou Ramalheiro.
A retração ao consumo pode está ligada ao preço do pescado que está mais caro e incompatível com a renda da grande massa. Cezar frisa que outros pratos estão sendo incorporados ao hábito alimentar das pessoas como embutidos e massas, assim muitas pessoas deixaram de consumir peixe. Ele diz que há tempos isso era diferente em função da grande oferta de pescado e o frango consumido era da criação caseira, mas com o aumento de frigoríficos e industrialização da produção da carne de frango, o consumidor precisou se adequar, motivado pela dificuldade de comprar o pescado.
Uma visita aos restaurantes pode indicar como anda a preferência alimentar das pessoas. Carlos Meschede comanda um restaurante que funciona em Santarém há quase 75 anos. Ele concorda que a preferência pelo consumo da carne aumentou devido o aumento do preço do pescado que influencia diretamente do valor do prato. O quilo do Surubim, por exemplo, custa R$ 8, mas com preparo do peixe o restaurante perde pelo menos mais três quilos. Assim os pratos com pescados passam a ser mais caros e menos pedidos.
A clientela do restaurante é de 80% de visitantes que estão por motivo de trabalho na cidade como vendedores, mas não consomem o prato de R$ 40,00 de peixe preferindo os pratos de carne bovina. A mesma atitude é das pessoas que moram na cidade que também pouco escolhe os pratos de frango e de mariscos mesmo tendo a mesma proporção para todos os pratos. Meschede comenta que o frango deixou de ser uma comida de domingo sendo consumido no dia-a-dia. "Fiz uma experiência oferecendo caldeirada de jaraqui, peixe da época que está com preço acessível, contudo mesmo barateando o prato ele não teve saída e o produto teve ser jogado fora", resigna-se o empresário.
Os peixes nobres como pirarucu e tucunaré estão em falta nos fornecedores, e por conta da baixa na venda de peixe, os pratos de pescado encarece e o consumidor opta por outros pratos, principalmente por carne. Segundo Meschede, um dos motivos que levou a mudança na alimentação das pessoas à pesca predatória que torna o produto escasso e caro afastando naturalmente o consumo desses produtos.
Já no restaurante gerenciado por Márcia Melo os pratos de peixe são 80% mais pedidos pelos clientes que são 50% de visitantes. Na opinião dela "as pessoas preferem o prato de peixe para fugir da rotina da alimentação em casa, pois ela diz que a inovação e criatividade dos pratos chamam a atenção das pessoas, porém o preço do prato de peixe em relação a aves e outras carnes são similares", admite.
No meio da grande massa o costume de comer os churrascos em espetos também cresceu comprovado pelo crescente número de vendedores nas ruas.
Os vendedores de peixe na feira do tablado reclamam da baixa na venda no peixe. O vendedor Luiz Ferreira, 59 anos, trabalha desde os 9 anos com peixe e ele afirma que a cada 10 pessoas que procuram a sua barraca apenas 2 compram o pescado. Diariamente ele chega a vender 50 quilos, mas considera que a venda tem reduzido consideravelmente nos últimos anos. "As pessoas acham caro o quilo do peixe e não compram por isso a venda é pouca porque aqui na frente tem venda de frango que muita gente prefere comprar que é mais barato", afirmou. A colônia de pescadores Z-20 registrou até outubro do ano passado a venda de mais de 68 mil toneladas de peixe na feira do tablado com 31 espécies de peixe.
Peixe será o peru do Natal
Um dos fatores que Cezar Ramalheiro avalia com influente para a mudança no hábito alimentar dos santarenos foi o aumento das políticas ambientais na restrição da pesca ocasionado uma escassez no mercado. "O consumidor teve que se adequar ao que o mercado está oferecendo e como não há um incentivo para produção agropecuária então a população precisa comer e o frango veio salvar população", disse.
Na opinião de Ramalheiro, até mesmo o período tradicional do ano de consumo de peixe durante a semana santa se alterou pela escassez e aumento preço, pois sai mais barato importar bacalhau da Noruega do que comprar o pirarucu. "Isso pode sinalizar que futuramente a alimentação das famílias santarenas só terá nas mesas o peixe em dias especiais. O peixe tende a sumir da mesa das pessoas vai ser o peru do natal porque vai se tornar um produto nobre", arremata.

Salão do turismo em São Paulo

Adenauer Góes

Não existe atividade produtiva mais movimentada através de eventos do que a turística, na realidade é necessário fazer triagem de prioridades, pois não é possível participar de todos, até porque além de oneroso, não é produtivo. De 1º a 5 de julho acontecerá mais uma edição do Salão do Turismo Roteiros do Brasil no Anhembi em São Paulo.
Este é um evento importante,e merece e precisa ser trabalhado com todo critério, tanto pelo Órgão Oficial de turismo do estado e dos municípios como pelo empresariado.
Foi criado pelo Ministério do Turismo, com a finalidade de estimular novos produtos de caráter nacional e internacional , tendo por base o Programa Roteiros do Brasil, a estratégia visa apresentá-los tanto às operadoras e agências, como diretamente ao publico consumidor que poderá visitar os estandes em horário ampliado das 14hs ás 22 h na quarta, quinta e sexta e das 10 h às 22 h no sábado e das 10 h as 20 h no domingo, tendo como plataforma, o principal mercado nacional que é São Paulo, com tempo suficiente para os paulistas e visitantes percorrerem todas os espaços,conhecendo de perto as novas opções de roteiros turísticos dos 26 estados e do Distrito Federal, podendo adquiri-los e viajar de imediato, aproveitando o inicio das férias de julho ou programando-se para o segundo semestre, o que acabou por motivar a mudança do Salão de 2010 para o mês de maio,deixando o comprador mais a vontade para preparar-se para o mês de julho.
No Salão o visitante poderá conhecer o artesanato típico de cada região e adquiri-lo, estarão também à disposição dos visitantes os produtos da agricultura familiar e a oportunidade de degustar a fantástica gastronomia brasileira com as peculiaridades de cada estado, devidamente embaladas pelo som e ritmo artístico que enriquece a cultura diversificada de cada região.
Além de oportunidade impar com dimensão sem igual,é momento especial para empresários exercitarem o entendimento de arranjo produtivo e de relacionamento mercadológico,até hoje pontos fracos das relações de negócios os setores que desenvolvem e compram produtos, e o público consumidor.
Para os profissionais e estudantes, haverá debates e palestras, além de apresentação de cases, trabalhos científicos e projetos. Esperá-se modelo eficaz para a Rodada de Negócios.
O espaço do Salão será dividido em módulos, que englobam a Feira, onde os estados apresentam os roteiros, a área de comercialização, o espaço Vitrine do Brasil, com toda a produção associada ao turismo e o programa Caravana Brasil, que contempla as visitas técnicas de agencias, operadoras e os press trips (jornalistas), aos roteiros estabelecidos.
O Salão de Turismo é realmente imperdível, e o Pará deve estar presente, principalmente com produtos de Belém, Santarém e Marajó, que de forma integrada fazem parte do Programa Roteiros do Brasil.

adenauergoes@gmail.com

Pontuando - José Olivar

O Superior Tribunal de Justiça (STJ), em decisão da sua 5ª Turma, manteve o que decidiu o Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul, declarando não se constituir exploração sexual de menor, quem faz sexo com adolescentes que já são prostitutas e pagas para isto. A decisão é inédita e tem causado polêmica em vários seguimentos da sociedade. ●Faço um apelo aos Deputados Estaduais de Santarém para que pleiteiem junto à Governadora a recuperação asfáltica da Rodovia que liga Santarém a Alter do Chão, pois como está, é uma vergonha, principalmente agora no mês das férias onde aquela Vila receberá vários turistas e visitantes. ●O STJ decidiu que cabe à Justiça Estadual e não a Federal, julgar eventuais crimes praticados por médicos conveniados do Sistema Único de Saúde (SUS). ●A OAB do Rio de Janeiro, por meio de seu Presidente, manteve contatos com alguns Deputados e Senadores e o Presidente da Câmara, Michel Temer, buscando apoio para um projeto de lei que será apresentado, visando instituir na Justiça do Trabalho, a imposição de honorários de sucumbência nas causas trabalhistas. ●O Dr. Erik Nunes Valente, filho do casal amigo, Luiz Ismaelino Valente e Neuma, ele Procurador de Justiça aposentado, vai contrair núpcias na capital do Estado com a jovem Ana Carolina, no dia 03/07/09. Já recebi convite. Parabéns aos nubentes! ●Projeto de Lei com tramitação na Câmara dos Deputados, corrige falha em dois artigos do Código de Processo Penal, quais sejam, art. 363 (que trata de citação do réu por edital) e art. 364 (que faz referência a item já revogado). ●Uma comissão do Tribunal de Justiça vai proceder o levantamento das delegações cartorárias vagas no Estado, para cumprimento da Resolução nº 80, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ou seja, levantar os casos que não estão de acordo com as normas constitucionais – investiduras sem concursos – para as providências cabíveis. É isso aí, o CNJ está botando quente! ●O jurista Luiz Flávio Gomes, disse em artigo publicado no Informativo Advocacia Dinâmica (COAD), que o STF está assumindo um ativismo judicial, que retrataria uma espécie de intromissão indevida do Judiciário na função legislativa. Será? ●A Súmula recém-editada pelo STJ, de nº 382, afirma que a estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não indica abusividade. ●A Mesa da Câmara de Santarém está reclamando do repasse do duodécimo (7%), pois segundo o Presidente em exercício, vereador Nélio Aguiar, o repasse está sendo feito aquém do devido. Isto é um fato grave e atenta contra as normas constitucionais e Lei Orgânica do Município. ●A decisão do Supremo, dizendo não ser necessário diploma de jornalista para exercer a profissão, acoberta pseudojornalistas que não entendem nada, muitos deles, só servem para atingir com suas “matérias” a honra alheia. Por outro lado, existem bons jornalistas, mesmo sem diploma. ●Ouvi muitos elogios à ação da Prefeita no dia do aniversário de Santarém, pelas atividades desenvolvidas no Parque da Cidade. Comigo é assim, o que é justo eu publico. ●Há comentários de que nas eleições de fim de ano da OAB/PA, haverá apenas uma chapa única com um candidato de consenso geral. Será? ●Em Santarém, as coisas ainda estão indefinidas, porém, nós advogados vamos escolher, com certeza, o que for melhor para os profissionais, sem paixão e sem radicalismo. ●É quase certeza que a Universidade do Oeste do Pará (Federal), sairá do papel para se tornar uma realidade. Espera-se que não haja, de alguns políticos sem compromisso com a nossa Região, manifestação em contrário. ●O que está acontecendo no Senado é uma vergonha para todos os brasileiros, quanto mais quando se vê a cara do Presidente Sarney querendo se desculpar. ●Se você quer saber mais sobre as ‘maracutaias’ de alguns políticos brasileiros, leia a Veja que circulou nesta semana. ●O Brasil é mesmo o País da impunidade, basta ver as bandalheiras praticadas por gente graúda e que, no final, dão em nada. Aqui mesmo em Santarém temos prova disso. ●O delegado de Polícia Federal, Olavo, que passou muito tempo em Santarém vai trabalhar em Mossoró, deixando saudades pela sua humildade e performance como policial. ●Atenção senhora Prefeita! Baixando as águas mande repintar as grades de proteção da Orla, pois do contrário vão enferrujar com danos irreversíveis causados pelas chuvas. O mesmo ocorrerá com a Orla de Alter do Chão, segundo os entendidos.

Pará vira canteiro de obras. Será?

Ronaldo Brasiliense:

A promessa foi feita pela governadora Ana Júlia Carepa (PT) após reunir-se em Brasília com o diretor- geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antonio Pagot: o Pará, no segundo semestre, vai virar um canteiro de obras.
Além dos R$ 76 milhões que serão destinados à construção de um porto em Marabá, no rio Tocantins, Pagot revelou que terá R$ 3,5 bilhões para o asfaltamento das rodovias Santarém-Cuiabá e Transamazônica.
Resta saber se haverá tempo hábil para se assegurar o licenciamento ambiental das obras de pavimentação junto ao Ibama e se concluir o asfaltamento antes de outubro de 2010, quando Ana Júlia por certo tentará a reeleição.
O Denit tem sob sua responsabilidade no Pará 4.243 quilômetros de rodovias dos quais 1.637 quilômetros estão pavimentados e outros 2.609 quilômetros não tem pavimentação.

A saga dos nordestinos - 1ª parte

Hélcio Amaral de Souza

Desde o período colonial que o nordeste brasileiro registra uma das mais desenvolvidas densidades demográficas, formadas por homens e mulheres destemidos, valentes e dotados de incomparável espírito de aventura, dispostos a enfrentar adversidades tão graves ou maiores que as vividas no sertão onde o solo árido e as prolongadas estiagens deixaram cicatrizes profundas na vida destes bravos brasileiros. Desesperados, procuraram outros locais e regiões onde a vida mostrasse um futuro mais promissor para seus filhos e netos e assim espalharam-se para outros centos sempre impelidos pela desejo do sucesso, voltados para o trabalho da agricultura manual, tirocínio para o comércio, financistas, ambicionando sempre o enriquecimento onde o comércio é a espinha dorsal.

A economia na Amazônia é composta de atividades cíclicas baseadas em extrativismo e cultura permanente, sendo as mais marcantes: DROGAS DO SERTÃO, CACAU, BORRACHA, JUTA e OURO. Em todos esses ciclos a história registra presença do homem nordestino contribuindo com o desenvolvimento econômico, miscigenando e ocupando o grande vazio desta imensa região. Não houve trabalho que o homem nordestino temesse. A imensidão líquida não foi obstáculo até mesmo para os que estavam habituados a prolongadas e castigantes secas. Alguns se tornaram hábeis navegadores do rio Amazonas e com bastante eficiência assumiram o comando de navios regionais e uma grande maioria habituou-se ao manejo das pequenas e arriscadas canoas e igarités, por ser estes os únicos meios de transporte que possibilitava acessar a margem dos rios onde se fixava a grande maioria da população amazônica. Não existiam estradas e até mesmo as vicinais carroçáveis eram de pouca distância.

A história nos mostra que na revolução cabana, em 1835, os nordestinos, Angelim e Vinagre lideraram e comandaram com bravura aquele movimento nativista alcançando a vitória, fato que se tornou marco na história da Amazônia.

Após a abertura da navegação motorizada no rio amazonas, em janeiro de l852, a presença do homem nordestino se tornou mais freqüente. As comunidades receberam trabalhadores braçais, médicos, agrimensores e advogados que ocuparam cargo de juiz, promotor, professor ou profissionais liberais que participaram da vida pública e privada acelerando a economia e desenvolvendo a política da região. A faculdade de direito do Ceará, por ser mais antiga do que a do Pará, encaminhou inúmeros juristas que chegaram a assumir a presidência e demais cargos da justiça paraense. Foi na década de 80 do século XIX que o fluxo migratório intensificou. A propaganda exacerbada da riqueza causada pela comercialização da borracha, despertou uma cobiça a todos os povos do mundo inteiro e nossos irmãos nordestinos foram os mais presentes nesta corrida em busca do enriquecimento fácil e rápido coletando a goma elástica para alimentar os carentes e insaciáveis mercados europeus e americanos que experimentavam a grande corrida da revolução industrial. Foi instalada em todo nordeste agencias alistando trabalhadores para a coleta de látex nas florestas da Amazônia. Os alistados eram encaminhados aos seringalistas, coronéis de grandes áreas localizadas à margem dos rios. As despesas de passagem e alimentação, desde o momento em que saiam do nordeste, eram debitadas ao alistado e anotadas no caderno de aviamento (conta corrente) junto com o rancho necessário a sobrevivência da permanência na floresta e que seria ajustado no momento da entrega do produto (borracha), coletado no período, que em grupo ou sozinhos permaneciam na floresta durante o período de estiagem, considerado o mais apropriado para a coleta do látex. A falta de princípios éticos e morais do “patrão” (seringalista ou aviador) impossibilitava o pobre seringueiro obter saldo positivo em sua conta, o que o obrigava viver em constante submissão, coagido até com ameaça de morte, caso desistisse da atividade.

Os artigos de subsistências recebidos para a sobrevivência na floresta eram anotados unicamente as quantidades e o preço só eram colocados no momento da entrega do produto. O preço arbitrado para a borracha, no momento da entrega, nem sempre correspondia ao valor dos artigos de subsistência recebidos e muito menos correspondia a um determinado percentual do valor de exportação do produto para o mercado externo. Não havia forma diferente de parceria nessa atividade. Todos os seringalistas eram inescrupulosos, rudes e truculentos, não se tem informação de um só que fosse diferente.

Na última década do governo Imperial, viveu no Pará um nordestino de Crato, que se tornou um mito; foi o coronel José Júlio de Andrade. Segundo o escritor Cristóvão Lins, em seu livro, Setenta Anos de Império Jarí, José Júlio foi um dos homens mais famosos e poderosos do Pará na última década do século XIX e início do século XX. Tinha bastante dinheiro, fama , influência política, prestígio entre os homens de negócio e se tornou o maior latifundiário do mundo, tendo dentro de sua propriedade um rio, Rio Jarí, desde a nascente até a foz. Na sede de seu império, Arumanduba, as companhias de teatro e ópera francesas, se exibiam, mesmo não tendo um teatro. Sua principal atividade era o extrativismo, tendo a castanha e a borracha como os principais, produtos. Diz o escritor que se não tivesse ocorrido uma forte arenga entre ele e o interventor do Pará, General Joaquim Cardoso de Magalhães Barata, provavelmente ele teria sido convidado para ser candidato a governador do Pará. Diz ainda o cuidadoso escritor, que José Júlio falava corretamente oito idiomas e que lia os clássicos gregos e romanos em sua original. A verdade é quer a fama de José Júlio, perdura até hoje na região do Rio Jarí onde mais tarde veio se estabelecer a Empresa Agro Florestal Jarí.