domingo, 7 de fevereiro de 2010

Clasificação do campeonato paraense

1º Remo, 10 pontos
2º Paissandu, 8 pontos
3º Independente, 7 (saldo: 2/gols pró: 5)
4º Cametá, 5
5º Águia, 4 (saldo: 0)
6º Santa Rosa, 4 (saldo: -3)
7º Ananindeua, 3
8º São Raimundo, 2

Ação da PM no terreno do Juá 'vazou' para invasores

A prefeita Maria do Carmo está desconfiada que tenha 'vazado' a informação de que a Polícia Militar cumpriria neste final de semana a liminar do juiz Sílvio Maria que determina a imediata desocupação do terreno invadido em área de preservação ambiental do lago do Juá.

A prefeita tomou conhecimento que o serviço reservado da PM já tinha detectado um movimento de resistência ao cumprimento da liminar, e que por isso a operação teria sido abortada para não provocar situações descontroláveis de ambas a partes.

O Blog do Estado apurou que os invasores, orientados por lideranças do MST, estariam fabricando coquetéis molotoves para enfrentar o grupo de missões especiais da PM.

A PM também já estaria em mãos com os nomes dessas lideranças do MST e dos invasores que organizaram a reação à ação da PM mas, inexplicavelmente, não efetuou nenhuma prisão.

Como a operação policial foi abortada, os manifestantes, então, decidiram ocupar o prédio da prefeitura de Santarém para forçar uma reunião com a prefeita Maria do Carmo.

Invasores da área do Juá ocupam prédio da prefeitura de Santarém

Invasores do terreno localizado às margens da rodovia Fernando Guilhon, cuja área é de preservação ambiental, estão ocupando desde o final da tarde de hoje o prédio da prefeitura de Santarém, na avenida Anusio Chaves.

Daqui a pouco mais informações.

Re-Pa da confusão termina empatado

Por Gerson Nogueira:

Com o placar definido ainda no primeiro tempo - gols de Moisés, aos 45, e Vélber um minuto depois -, o Re-Pa mais atrapalhado de todos os tempos foi tecnicamente um jogo acima do esperado, com bons momentos dos dois lados e lances eletrizantes até os instantes finais. No primeiro tempo, o Remo esteve mais tempo com a bola e teve ligeira superioridade até a expulsão (corretíssima) do volante Ramon aos 40 minutos.

A partir daí, o Paissandu passou a mandar na partida e pressionou seguidamente, com muito perigo. Até que, em jogada iniciada pelo lado direito de seu ataque, a bola foi lançada por Luciano Dias para o interior da área e Moisés, oportunista e veloz, antecipou-se aos zagueiros e mandou para as redes de Adriano.

Os jogadores do Paissandu se prolongaram nas comemorações do gol de Moisés e custaram a recompor a defesa. Gian deu a saída rapidamente, passou por dois marcadores e tocou para Vélber, que entrou livre para encobrir o goleiro Alexandre Fávaro e empatar a partida. O Remo substituiu Marciano por Marlon para recompor o setor de marcação.

Na sequencia, o Paissandu ainda teria a dupla oportunidade de desempatar, depois que a bola bateu no travessão de Adriano e, no rebote, foi cabeceada novamente na trave pelo atacante Luciano Dias.

Na etapa final, a situação se inverteu: o Paissandu tinha o domínio das ações, tocava a bola quase com liberdade em seu campo, mas não conseguia ser incisivo nos lances de área. O técnico Barbieri, aos 20 minutos, lançou o veterano Zé Augusto no lugar do lateral direito Parral e aumentou seu poderio ofensivo, embora o atacante tenha sido deslocado para jogadas pelos lados do campo.

O volante Sandro, mais recuado, organizava as jogadas, tentando lançamentos para Brida (que entrou no lugar de Fabinho), que atuava como ala, e Jênison (que substituiu Tácio), pelo lado direito. Confuso e errando muitos passes, Jênison não dava andamento às jogadas e atrapalhava as tentativas de Moisés, que tentava se deslocar constantemente para confundir os zagueiros do Remo e o bloqueio de Danilo, incansável no combate à entrada da área.

O Remo pressionava esporadicamente, aproveitando o contra-ataque através de lançamentos longos de Gian para Héliton e Vélber. Em um desses lances, Héliton invadiu pela direita e disparou forte, à meia-altura, para boa defesa de Fávaro. O Paissandu deu o troco em grande jogada na entrada da área, finalizada por Zeziel em meia-bicicleta. Adriano espalmou em lance de puro reflexo.

Sinomar Naves fez sua última alteração (o estreante Índio, havia sido substituído ainda no primeiro tempo, por Levy), tirando Gian, cansado, e lançando Samir para ajudar na armação. O Paissandu, porém, continuava mais presente no ataque e perdeu boa chance com Luciano Dias, que mandou a bola rente à trave, aos 41 minutos. Na saída rápida para o ataque, uma boa trama iniciada por Marlon quase resultou em gol remista, após disparo de Héliton da entrada da área.

A igualdade no placar terminou sendo o resultado mais justo para o clássico, pela produção e empenho das duas equipes, mas os bicolores lamentaram as oportunidades não aproveitadas. (Foto: MARCELO LÉLIS/Bola)

Jader pede a Dirceu lista tríplice do PT para PMDB escolher candidato a presidente

Do Blog do Parsifal, sob o título abaixo:

Três pra cá, três pra lá

tres

Quando o advogado Zé Dirceu esteve em Belém, em conversa com o Deputado Jader Barbalho, lá pelo meio da prosa saiu-se com o verso de que o PT insistia na tese de receber uma lista tríplice do PMDB para escolher o candidato a vice de Dilma Rousseff.

Jader Barbalho, homem de fino trato, não mandou Zé Dirceu pastar, como o fez Ciro Gomes, mas, arredou veementemente a leviandade: o PMDB escolherá um nome e o entregará ao PT.

Zé Dirceu quis ponderar. Jader fechou a estrofe: “está bem Zé, mandem ao PMDB uma lista tríplice com os candidatos a presidente do PT para o PMDB escolher um, e nós faremos o mesmo com o vice.”

Sem medo do passado

Fernando Henrique Cardoso

Ex-presidente da República

O presidente Lula passa por momentos de euforia que o levam a inventar inimigos e enunciar inverdades. Para ganhar sua guerra imaginária distorce o ocorrido no governo do antecessor, autoglorifica-se na comparação e sugere que, se a oposição ganhar, será o caos.

Por trás dessas bravatas está o personalismo e o fantasma da intolerância: só eu e os meus somos capazes de tanta glória. Houve quem dissesse "o Estado sou eu". Lula dirá: "o Brasil sou eu!" Ecos de um autoritarismo mais chegado à direita.

Lamento que Lula se deixe contaminar por impulsos tão toscos e perigosos. Ele possui méritos de sobra para defender a candidatura que queira. Deu passos adiante no que fora plantado por seus antecessores. Para que, então, baixar o nível da política à dissimulação e à mentira?

A estratégia do petismo-lulista é simples: desconstruir o inimigo principal, o PSDB e FHC (muita honra para um pobre marquês...). Por que seríamos o inimigo principal? Porque podemos ganhar as eleições.

Como desconstruir o inimigo? Negando o que de bom foi feito e apossando-se de tudo que dele herdaram como se deles sempre tivesse sido. Onde está a política mais consciente e benéfica para todos? No ralo.

Na campanha haverá um mote — o governo do PSDB foi "neoliberal" — e dois alvos principais: a privatização das estatais e a suposta inação na área social.

Os dados dizem outra coisa. Mas, os dados, ora os dados... O que conta é repetir a versão conveniente.

Há três semanas, Lula disse que recebeu um governo estagnado, sem plano de desenvolvimento. Esqueceu-se da estabilidade da moeda, da lei de responsabilidade fiscal, da recuperação do BNDES, da modernização da Petrobras, que triplicou a produção depois do fim do monopólio e, premida pela competição e beneficiada pela flexibilidade, chegou à descoberta do pré-sal.

Esqueceu-se do fortalecimento do Banco do Brasil, capitalizado com mais de R$ 6 bilhões e, junto com a Caixa Econômica, libertados da politicagem e recuperados para a execução de políticas de Estado.

Esqueceu-se dos investimentos do programa Avança Brasil, que, com menos alarde e mais eficiência que o PAC, permitiu concluir um número maior de obras essenciais ao país.

Esqueceu-se dos ganhos que a privatização do sistema Telebrás trouxe para o povo brasileiro, com a democratização do acesso à internet e aos celulares, do fato de que a Vale privatizada paga mais impostos ao governo do que este jamais recebeu em dividendos quando a empresa era estatal, de que a Embraer, hoje orgulho nacional, só pôde dar o salto que deu depois de privatizada, de que essas empresas continuam em mãos brasileiras, gerando empregos e desenvolvimento no país.

Esqueceu-se de que o país pagou um custo alto por anos de "bravata" do PT e dele próprio.

Esqueceu-se de sua responsabilidade e de seu partido pelo temor que tomou conta dos mercados em 2002, quando fomos obrigados a pedir socorro ao FMI — com aval de Lula, diga-se — para que houvesse um colchão de reservas no início do governo seguinte.

Esqueceu-se de que foi esse temor que atiçou a inflação e levou seu governo a elevar o superávit primário e os juros às nuvens em 2003, para comprar a confiança dos mercados, mesmo que à custa de tudo que haviam pregado, ele e seu partido, nos anos anteriores.

Os exemplos são inúmeros para desmontar o espantalho petista sobre o suposto "neoliberalismo" peessedebista. Alguns vêm do próprio campo petista.

Vejam o que disse o atual presidente do partido, José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobras, citado por Adriano Pires, no Brasil Econômico de 13/1/2010:

"Se eu voltar ao parlamento e tiver uma emenda propondo a situação anterior (monopólio), voto contra. Quando foi quebrado o monopólio, a Petrobras produzia 600 mil barris por dia e tinha seis milhões de barris de reservas. Dez anos depois produz 1,8 milhão por dia, tem reservas de 13 bilhões. Venceu a realidade, que muitas vezes é bem diferente da idealização que a gente faz dela".

O outro alvo da distorção petista refere-se à insensibilidade social de quem só se preocuparia com a economia.

Os fatos são diferentes: com o Real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total. A pobreza continuou caindo, com alguma oscilação, até atingir 18% em 2007, fruto do efeito acumulado de políticas sociais e econômicas, entre elas o aumento do salário mínimo.

De 1995 a 2002, houve um aumento real de 47,4%; de 2003 a 2009, de 49,5%. O rendimento médio mensal dos trabalhadores, descontada a inflação, não cresceu espetacularmente no período, salvo entre 1993 e 1997, quando saltou de R$ 800 para aproximadamente R$ 1.200. Hoje se encontra abaixo do nível alcançado nos anos iniciais do Plano Real.

Por fim, os programas de transferência direta de renda (hoje Bolsa Família), vendidos como uma exclusividade deste governo. Na verdade, eles começaram em um município (Campinas) e no Distrito Federal, estenderam-se para estados (Goiás) e ganharam abrangência nacional em meu governo.

O Bolsa Escola atingiu cerca de cinco milhões de famílias, às quais o governo atual juntou outras seis milhões, já com o nome de Bolsa Família, englobando em uma só bolsa os programas anteriores.

É mentira, portanto, dizer que o PSDB "não olhou para o social". Não apenas olhou como fez e fez muito nessa área: o SUS saiu do papel à realidade; o programa da Aids tornou-se referência mundial; viabilizamos os medicamentos genéricos, sem temor às multinacionais; as equipes de Saúde da Família, pouco mais de 300 em 1994, tornaram-se mais de 16 mil em 2002; o programa "Toda Criança na Escola" trouxe para o ensino fundamental quase 100% das crianças de 7 a 14 anos.

Foi também no governo do PSDB que se pôs em prática a política que assiste hoje a mais de três milhões de idosos e deficientes (em 1996, eram apenas 300 mil).

Eleições não se ganham com o retrovisor. O eleitor vota em quem confia e lhe abre um horizonte de esperanças. Mas, se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer.